O mau filho a casa torna
Se o bom filho a casa torna, o mau parece voltar também.
Pelo menos foi o que aconteceu com Michael Beasley, a 2ª escolha do Draft pela equipe da Flórida em 2008, que depois de ter sido “jogado fora” nas mudanças da franquia para manter Dwyane Wade e Udonis Haslem e posteriormente trazer LeBron James e Chris Bosh, está de volta passados 3 verões.
A separação foi boa para o Heat, afinal, juntando outras movimentações, conseguiu montar um time que é o atual bicampeão da NBA e tricampeão da Conferência Leste. Enquanto isso, Beasley passou com pouco brilho pelo Minnesota Timberwolves e pelo Phoenix Suns, sendo notícia mais pelos problemas com drogas do que pelo desempenho dentro de quadra.
Agora ele volta em baixa, com contrato no valor mínimo (não garantido) por uma temporada, tendo que conseguir mais do que um “simples anel de campeão”: provar que mereceu ter sido a 2ª escolha em um recrutamento que teve Russell Westbrook, Kevin Love e O.J. Mayo – todos escolhidos depois de Beasley – mas que hoje são incontestáveis em seus respectivos times.
Negar o talento desse garoto de apenas 24 anos seria burrice, pelo menos se tratando do setor ofensivo. Ele chega junto com Greg Oden ao Heat, para engrossar a lista de jogadores no elenco do Miami que foram selecionados no máximo em 6º lugar em seus respectivos Drafts. Porém, muito pelo comportamento fora de quadra, é normal pensarmos: por que um time gabaritado como o Heat iria adicionar um jogador problemático, que ainda por cima não se esforça defensivamente?
Esse é um movimento de risco para a equipe, mas um “risco calculado”. Na temporada passada, a franquia trouxe Chris Andersen, um atleta que não chega a ser tão problemático quanto Beasley, mas que estava com moral baixa após ter saído do Denver Nuggets. O resultado foi bom, e parece que o time agora vê nessas apostas (e Greg Oden é uma delas) uma saída para ter boas peças sem inchar mais ainda o teto salarial.
Caso o retorno de Michael Beasley dê certo, bom para Miami, que ganha mais força no setor ofensivo e melhor ainda para o problemático jogador, que novamente consegue uma chance de ter a carreira que sempre deveria ter e mostrar que aquele garoto que teve médias monstruosas de 26,24 pontos, 12,36 rebotes, 1,15 assistências, 1,27 roubos de bola e 1,64 tocos na NCAA, pode ser mais do que um “jogador-problema” para a NBA.