Convocação para a “seleção brasileira preliminar” comentada, por Alfredo Lauria e Guilherme Tadeu
Comentamos cada um dos 20 convocados por Moncho Monsalve para a “seleção brasileira preliminar”.
Eduardo Machado (Duda) – Armador – 26 anos – 1,91m – Flamengo (RJ) – RJ
Começou bem o NBB, mas caiu de produção assustadoramente. Hoje, se algum Machado precisa ser criticado por excesso de arremessos de 3 pontos desnecessários, esse alguém é o Duda. No Pré-Olímpico Mundial, foi muito mal. Cabe ainda lembrar que Duda não é armador, é, no máximo, um ala-armador.
Fulvio de Assis – Armador – 27 anos – 1,87m – C.B. Granada (Espanha) – SP
Seus números na Itália eram bons, o que lhe rendeu uma mudança para a 1ª divisão espanhola. Contudo, é preciso frisar que o time que comandava na Itália era simplesmente o lanterna na 2ª divisão. Fez um péssimo Pré-Olímpico Mundial e, assim como Duda, se beneficiou da máxima de valorização daquele grupo.
Raul Togni Neto – Armador – 17 anos – 1,84m – Pitágoras/Minas (MG) – MG
Até agora muito se tem falado e pouco se tem visto de Raulzinho. É uma promessa badalada das divisões de base e joga na posição mais carente da seleção, mas que ainda não foi realmente testado entre os adultos. É inevitável a menção de que seu pai é um dos assistentes da seleção. Um jogador que é reserva (quase não entra) de um time adulto, pode ser convocada para a seleção que não seja de base?
Vitor Benite – Armador – 19 anos – 1,90m – Pinheiros (SP) – SP
Outra promessa badalada na posição carente de armador. Esse, ao menos já foi testado entre os adultos. Contudo, a sua maior virtude, até o momento, é a precisão nos arremessos. Não é exatamente o que procuramos para a armação. Nos playoffs do NBB, não é exagero dizer que foi menos útil para a equipe que Gustavinho.
André Stefanelli (Dedé) – Escolta – 24 anos – 1,96m – Paulistano (SP) – SP
É um bom jogador, mas que nessa temporada foi prejudicado pelas lesões no elenco do Paulistano. Talvez até por falta de opção, foi um dos jogadores que mais forçou bola na 1ª Edição do NBB. Merece a convocação-teste, se ele próprio estiver em condições físicas.
José Roberto Duarte (Betinho) – Escolta – 20 anos – 1,95m – Winner/Limeira (SP) – SP
Um dos destaques da seleção brasileira que ficou com a 4ª colocação no Mundial Sub-17. É um jogador habilidoso e que começou a se destacar entre os adultos ao longo da 1ª Edição do NBB. Resta saber se jogará ou esquentará banco. Se a segunda for a opção, é melhor liberá-lo para disputar a Universíade.
Jonathan Tavernari – Escolta – 21 anos – 1,96m – BYU Utah (Estados Unidos) – SP
Teve um início de temporada espetacular na NCAA, mas caiu um pouco de produção no final. Tentou a sorte no Draft 2009, mas voltará para o seu último ano na faculdade. A convocação para a “seleção B” mostra que perdeu espaço no time principal.
Jhonatan Luz dos Santos – Escolta – 22 anos – 1,96m – Merida (Espanha) – SP
Quem? O ala é basicamente desconhecido por aqui. Jogou na categoria de base do Paulistano.
Carlos Alexandre (Olivinha) – Ala – 26 anos – 2,02m – Pinheiros (SP) – SP
Convocação merecidíssima. Olivinha está na melhor fase de sua carreira e, sinceramente, foi mais importante para o Pinheiros que o próprio Marquinhos. Tem tudo para ser um dos destaques dessa seleção.
Guilherme Teichmann – Ala – 25 anos – 2,04m – Winner/Limeira (SP) – SC
Outra convocação merecida. Teichmann vem evoluindo nos últimos anos e é um dos poucos jogadores no Brasil que se destaca por atuações defensivas.
Jeferson Willian – Ala – 26 anos – 2,07m – Flamengo (RJ) – SP
Talento de sobra, mas que precisa controlar os seus nervos. Quando está focado, Jeferson é capaz de decidir partidas sozinhos. Um bom exemplo foi o fato de o ala, que nunca se destacou defensivamente, ter distribuído diversos tocos na presença de Moncho Monsalve, na partida contra o Minas.
Marcus Vinicius Toledo – Ala – 22 anos – 2,03m – Plus Pujol Lleida (Espanha) – SP
Já teve inúmeras oportunidades na seleção adulta, mas nunca mostrou nada além de disposição.
Jordan Burger – Ala/Pivô – 18 anos – 2,03 – Sevilla Cajasol (Espanha) – SC
Tudo o que eu se sabe sobre Jordan Burger é que Alberto Bial o considera com potencial para ser um dos melhores jogadores do planeta. Perigo?
Lucas Cipolini – Ala/Pivô – 22 anos – 2,06m – BYU Hawaii (Estados Unidos) – SP
Foi eleito o melhor jogador da segunda divisão da NCAA. No último sul-americano, não teve oportunidade de jogar. É outro que certamente estaria na Universíade se não fosse convocado. Esperemos que ele não esquente banco e que ganhe experiência internacional.
Murilo Becker – Ala/Pivô – 25 anos – 2,11m – Pitágoras Minas (MG) – RS
Tem tudo para ser o melhor jogador dessa seleção. Mas figurar nessa lista só mostra que ele não está nos planos mais imediatos para o time principal.
Rafael de Sousa (Mineiro) – Ala/Pivô – 20 anos – 2,07m – Paulistano (SP) – MG
Uma das poucas boas revelações da 1ª Edição do NBB. Ainda assim, só se justifica a convocação pela idade. Há no Brasil alguns jogadores melhores que ele na posição.
Bruno Fiorotto – Pivô – 24 anos – 2,08m – Winner/Limeira (SP) – SP
Pivô jovem e que fez um excelente Campeonato Paulista e um bom NBB. Ainda precisa tornar-se um jogador mais consistente. Some em algumas partidas. Deu show no jogo 1 da série contra Joinville, com Moncho na platéia. Ao que parece, isso foi decisivo para a convocação.
Hatila Passos – Pivô – 24 anos – 2,07m – Rhone Herens Basket (Suíça) – RJ
Após uma excelente temporada na NCAA, Hátila não teve muita oportunidade no Sul-Americano 2008. Agora, após tornar-se um dos principais destaques dos campeonatos nacionais do Uruguai e da Venezuela, o pivô tem uma nova chance. Foi o melhor reboteiro por onde passou.
Paulão Prestes – Pivô – 21 anos – 2,08m – Clinicas Rincón Axarquia (Espanha)
Disparadamente o melhor jogador na campanha que rendeu à seleção brasileira a 4ª colocação no Mundial Sub-17, Paulão ainda precisa provar o seu valor na seleção adulta.
Rafael Araújo (Baby) – Pivô – 28 anos – 2,11m – Flamengo (RJ) – PR
Vinha sendo muito contestado e pouco vinha jogando até chegar ao Flamengo, onde faz uma boa temporada e demonstra ser de fato um dos melhores, senão o melhor, pivôs em atividade no Brasil.
Os que faltaram:
Sabemos que a idéia da seleção é uma equipe B. Portanto, imaginamos que Leandrinho, Marcelinho, Alex, Anderson Varejão, Nenê, Tiago Splitter, Guilherme Giovannoni e Marcelinho Huertas são os que não “precisam provar nada”. Restariam quatro vagas, a serem preenchidas com o que sobrar dessa – como foi da outra vez. Pensemos então, nos “esquecidos”.
Ricardo Probst: Não é possível que, com o campeonato irregular que vem fazendo, Ricardo seja um intocável da seleção. Se for, é esquisito, se não for, é mais esquisito ainda a sua ausência nessa convocação B.
JP Batista: O nosso amigo “The Rock” é também um intocável? Ou entra na lista dos esquecidos? Igualmente esquisito, tanto de um lado, tanto de outro.
Valtinho: Ele vai jogar pela seleção? Ou pedirá dispensa? Ou foi esquecido também?
Shilton: O melhor reboteiro do Brasil há dois anos é a maior ausência da lista. Inadmissível injustiça.
Felipe: Moncho elogiou Felipe em entrevista, pessoalmente e o esquece na lista. Essa é outra ausência impossível de aceitar. O ala francano é um dos melhores defensores da liga, além de ser muito corajoso e decisivo.
Drudi: Outro francano esquecido. Não que merecesse a convocação, mas como destaque do Sulamericano, o critério sugeria que ele continuasse no time.
Nezinho: Acabou mesmo a carreira dele na seleção? Porque, apesar de todas as críticas que já recebeu, Nezinho é melhor que todos esses armadores da lista.
Marquinhos: É outro que aparentemente está esquecido na CBB. O ala fez chover ao longo da competição nacional e, em função da ausência na posição, poderia ser testado. Tem propostas de jogar Summer League o que poderia afastá-lo da convocação. Mas Paulão também corre o risco de abandonar o time para aparecer nos treinos pré-draft.
Arthur: O ala é limitado, mas foi destaque do NBB e da Liga das Américas. É outro que joga muito mais que boa parte dos alas que figuram na lista.
Em suma, ficou difícil entender o critério utilizado pela comissão técnica. Seleção de jovens com Baby, Fúlvio, Murilo, Duda e Jefferson? Ou seria uma legítima seleção B? Fica difícil de acreditar com nomes como Raulzinho, Jordan Burger e Jhonatan Luz, ao invés de Shilton, Nezinho e cia.
Vamos acompanhar quais serão os próximos passos da seleção, a partir do dia 28 de junho.
Atualização (16 horas): Falamos com o Superintendente do Departamento Técnico da seleção brasileira, André Barbosa Alves, e ele confirmou que se trata de uma “seleção para observações” e que alguns jogadores que, segundo ele “não precisam nem ser mencionados”, já estariam com a convocação garantida para a seleção principal. Perguntamos especificamente sobre alguns jogadores supostamente esquecidos, como é o caso do ala-pivô Shilton. André Alves não quis responder diretamente, mas a impressão é de que realmente ficaram de fora.