Magic vence mais uma, agora em casa
Não há dúvidas de que o Orlando Magic é muito mais time que o Cleveland Cavaliers. Dizer isso está muito longe de dizer que não há chances para os Cavs. O principal motivo é que o time baseia todas as suas ações ofensivas em LeBron e que, por ser sobrenatural como é, consegue manter a equipe em jogo.
Basear suas ações ofensivas em um jogador traz bônus e ônus. Tudo isso foi visto nos cinco minutos finais dos três primeiros jogos. Na compilação dos momentos decisivos, LeBron fez jogadas mitológicas, achou companheiros livres para chutes e também errou. No saldo, até aqui, 2-1 para Orlando.
O “LeBron” do Orlando Magic nos cinco minutos finais atende por não um nome, mas por um sistema: Turkoglu traz a bola e os outros três alas abrem para Dwight Howard desenvolver um trabalho pendular dentro do garrafão. Apareceu uma estatística, durante a partida, que mostrava que na série, D12 ainda não arremessou no último período (nem jump, nem enterrada, nem gancho, nem nada, só lance livre). Isso não acontece porque ele não é jogador de decisão. Na verdade, muito pelo contrário, ele funciona como referência para esse ataque de quatro abertos que tem em Turkoglu o maestro, mas que conta ainda, prontos para atacar, com Lewis, Courtney Lee (ou Alston, no caso de ontem) e Pietrus.
Na partida de ontem, Mike Brown desenvolveu um antídoto: Delonte encostou no Turko e o obrigou a jogar de costas. Se levou desvantagem no duelo individual, freou por alguns momentos essa dinâmica avassaladora do time da Flórida. Delonte, porém, estava pendurado com faltas e não conseguiu que a defesa durasse mais tempo.
Certamente Van Gundy já tem o contra-antídoto: Rafer Alston em quadra, ao menos para trazer a bola e encontrar um Turko saindo de bloqueios já no ataque. Se por um lado, isso mantém o sistema para os minutos finais, de outro, faz com que o Magic perca Courtney Lee, um ala absolutamente explosivo que pode tanto chutar quanto cortar para dentro e que tem ainda excelente passe.
Certamente achei os critérios de arbitragem duvidosos e contar a história da série sem mencioná-los é perigoso. Mas, tendo o Magic vencido, acho que hoje é dia de elogiar esse sistema baseado em jogadores rápidos e versáteis. A chave dos momentos decisivos está, para o Cleveland, em parar essa rotação, coisa que ainda não conseguiu na série. As três partidas seriam decididas assim, não fosse o arremesso milagroso de LeBron no jogo 2. Para o Magic, a vitória está na manutenção deste sucesso ofensivo e torcer para que Lebron não encontre espaço para fazer milagres – Pietrus tem sido bem sucedido nisso.