E lá se vai a espetacular temporada de LeBron James
LeBron liderou o melhor time da temporada regular e por isso recebeu o merecido título de MVP. Liderou os Cavs a atropelarem duas equipes de bom nível, Pistons e Hawks que, se é verdade que não estavam em seu melhor momento, também é verdade que estão longe de ter times desprezíveis.Mas a derrota épica frente ao Orlando Magic deixa uma marca profunda: não é possível ser campeão sem jogo coletivo.
É muito simples colocar tudo na desculpa dos “matchup desfavoráveis”. O Orlando não ganhou só porque não havia ninguém capaz de parar Dwight Howard ou porque Turkoglu e Rashard Lewis não tinham “pares” ideais para marcá-los de igual.
A derrota pontua que montar um time para uma estrela prescinde, fundamentalmente, de que haja o time. As ilusórias médias de assistência não querem dizer que havia um desenho tático para que LeBron brilhasse. Quer dizer que a estratégia do time baseado em achar os companheiros livres a partir da dobra em LeBron é muito limitada.
Mike Brown, técnico do ano, não conseguiu sequer esboçar uma reação ao sistema do Orlando Magic. Isso com o time da Flórida sem o principal armador – que foi inclusive All Star essa temporada. Não fosse o arremesso de três milagroso de LeBron, a varrida seria uma possibilidade absolutamente real.
Os salários de Eric Snow e Wally Szczerbiak vão expirar e será possível trazer alguma outra boa arma para a equipe. O que não vale é trazer gente talentosa pra fazer cortaluz pra LeBron James. Uma coisa é jogar em função de sua estrela (o que, ao meu ver, Orlando faz com perfeição). Outra, é depender de sua estrela para o sucesso de todo o sistema ofensivo.
A vulnerabilidade do ataque de Cleveland pesou nos ombros de James. Qualquer pequena sequência de erros sepultava uma derrota. Quando ele não fosse fantástico, a possibilidade seria um vareio. Foi o que aconteceu no jogo 6.
Os Cavs perderam pouquíssimos jogos na temporada que se vai. Mas quando precisou vencer, não conseguiu. Não esqueçamos o que ficou. Nem pelo lado bom, a fim de desmerecer tudo o que foi feito na temporada gloriosa, nem pelo lado ruim, achando que foi apenas o azar de encontrar o algoz justamente na fase mais importante.