Crônica de Flamengo x Joinville (Jogo 3), por Alfredo Lauria
O servidor não colaborou com a nossa transmissão em tempo real, mas o Draft Brasil esteve no Tijuca Tênis Clube e conferiu a classificação do Flamengo, ao derrotar o Joinville na 3ª partida da série melhor de 5 semifinal.
Como na sexta-feira, a torcida rubro-negra compareceu em peso ao ginásio para empurrar a equipe carioca.
E o grande público expôs completamente a fragilidade do Tijuca Tênis Clube para receber grandes jogos. Nas duas partidas, houve problemas tanto para estacionar o carro, como para entrar no ginásio, mesmo para quem chegou com mais de meia hora de antecedência (meu caso).
Não bastasse o acesso precário do ginásio (cerca de 1 metro de largura), membros de torcidas organizadas tumultuavam propositalmente a entrada, aparentemente para tentar entrar sem pagar, tornando inglória a tarefa de membros da organização do Flamengo, que contavam com pouquíssimo apoio policial no local (contei apenas 6 policiais no local da partida).
Lá dentro, a estrutura não é nem um pouco melhor. Se estiver com fome, a opção é pipoca ou algoodão doce de um único pipoqueiro que tem autorização para trabalhar no local. Deu vontade de ir ao banheiro? Você precisará sair do ginásio e entrar nas dependências do clube para, na volta, tentar convencer os seguranças de que você não é um penetra.
A tribuna do ginásio tem capacidade limitadíssima e é ocupada em grande parte por “diretores do TTC”, o que obriga a maior parte dos jornalistas a dividirem espaço com os torcedores na arquibancada, prejudicando e muito o trabalho dos divulgadores do espetáculo.
A bola subiu com alguns minutos de atraso, provavelmente para atender a necessidades da TV. E logo ocorreu um dos lances mais bonitos da partida: um toco espetacular de Shilton, impedindo a cravada de Rafael Araújo.
Logo em seguida, contudo, Baby se redimiu com um arremesso que não lhe é tão usual (e nem indicado!), da linha de 3 pontos.
Explorando os contra-ataques, o Flamengo fechou o primeiro período com uma pequena vantagem sobre o Joinville: 28 x 24. O norte-americano Antwine Williams foi o destaque dos catarinenses com 12 pontos.
O segundo quarto começou como o primeiro, com Baby levando mais um belo toco. Aliás, nesse momento, houve a impressão de que o Joinville ofereceria os mesmos problemas causados à equipe rubro-negra na partida da sexta-feira.
Contudo, os irmãos Marcelinho e Duda pontuaram em sequência, colocando o Flamengo com uma vantagem de 8 pontos no placar. Os catarinenses ainda tiveram um grande momento, quando Jefferson Sobral pregou Hélio na tabela, impedindo o que seria uma linda infiltração.
Nos minutos derradeiros do segundo período, a defesa zona do Flamengo prevaleceu e Hélio ainda conseguiu uma bandeja no último segundo para fechar o placar em 61 x 44 para os rubro-negros.
No intervalo, um murmurinho logo se transformou em euforia na arquibancada quando o locutor do ginásio anunciou a chegada de Petkovic no ginásio. Como todo legítimo sérvio, Pet deve mesmo gostar de basquete…
Nesse momento, a torcida do Flamengo deu um belíssimo show nas arquibancadas, formando um belo mosaico e exibindo uma grande bandeira.
Animado com a festa da torcida, o Flamengo entrou no terceiro período disposto a definir logo a partida e a série. Coloneze marcou e sofreu uma falta, enquanto Jefferson e Hélio mataram bolas do perímetro, fazendo com que a vantagem chegasse rapidamente a 23 pontos (72 x 49).
Aproveitando a boa vantagem no placar, o técnico Paulo Chupeta, ao contrário do que vinha fazendo nos playoffs, colocou um quinteto formado apenas por reservas em quadra.
A tática deu resultado, já que a deficiência dos reservas rubro-negros no ataque era suprida pela disposição do outro lado da quadra. O Joinville dependia dos (quase sempre certeiros) arremessos de 3 pontos de Manteiguinha.
Pouco antes do fim do terceiro período, um acontecimento inusitado. Espiga que reclamava com a arbitragem perto do banco do Flamengo acabou sendo acertado por uma toalha atirada (aparentemente involutariamente) por Fred. Espiga, meio sério, meio na brinca, permaneceu parado com a toalha na cabeça, arrancando gargalhadas da torcida.
No último quarto, enquanto o Flamengo administrava a boa vantagem construída ao longo da partida, o Joinville, apoiado num afiadíssimo Manteiguinha, tratava de tentar diminuir a vantagem rubro-negra a todo custo, despedindo-se com dignidade da competição em que não entrou como uma das equipes favoritas, mas saiu como uma das 4 melhores.
E se a vitória no Rio de Janeiro não veio, o armador Manteiguinha ao menos terminou a partida com o novo recorde de cestas de 3 pontos numa só partida do NBB: 9 acertos em 15 tentativas. Ele foi o cestinha da partida com 27 pontos (todos oriundos dos arremessos do perímetro), enquanto que Jefferson, do Fla, marcou 21 pontos e apanhou 6 rebotes. Final de partida, 109 x 94 para o Flamengo.
Nas entrevistas após a partida, enquanto o pivô Baby exaltava a força da torcida e dos reservas do Flamengo, o técnico Alberto Bial ressaltava a filosofia de trabalho implementada pelo Joinville, sem grandes estrelas individuais no elenco e com trabalho desde as categorias de base.
O ala-pivô Shilton, por sua vez, tratou de desmentir rumores de que teria sido sondado por dirigentes rubro-negros.
Agora, o Flamengo aguarda o vencedor da série entre Universo/BRB e Pitágoras/Minas para disputar a final da 1ª edição do NBB. E uma coisa é certa, a casa do Flamengo será muito mais confortável para os torcedores do que o Tijuca Tênis Clube.
Entrevistas pós-jogo:
Alberto Bial:
Rafael “Baby” Araújo:
Shilton:
Fernando Mineiro: