Lakers e Magic: análise dos dois primeiros jogos da série
A tão esperada final da NBA teve sua primeira passagem por Los Angeles encerrada há poucos instantes. Nessas duas partidas, os Lakers conseguiram manter o mando de quadra e abriram boa vantagem de 2×0 em cima do Orlando Magic. Abaixo uma análise especial dos dois primeiros jogos da final e projeções futuras da série.
JOGO 1: Depois de um primeiro período parelho e com liderança do Orlando, Kobe Bryant entrou em ação e acabou com o jogo durante o segundo e terceiro períodos. Nos quartos referidos, Bryant anotou 30 dos seus 40 pontos. Por fim, Lamar Odom (11 pontos e 14 rebotes) mostrou mais uma vez a importância de seu jogo para essa equipe de Los Angeles. Placar final: 100×75 para os Lakers.
JOGO 2: Após a esmagadora derrota, o Orlando Magic veio para o jogo 2 com a intenção de empatar a série e ir para Orlando com a possibilidade de fechar a série (os jogos 3, 4 e 5 são em Orlando). A partida foi emocionante desde o princípio e, no final, após um ótimo toco de Hedo Turkoglu (de ótima atuação) em Kobe Bryant e uma tentativa de buzzer-beater frustrada de Courtney Lee, foi para a prorrogação. No tempo extra, Kobe Bryant, Lamar Odom e Pau Gasol assumiram o jogo e a pouca experiência do time de Orlando pesou. No fim, nem uma bola de três incrível de Rashard Lewis (outro que teve ótima atuação) adiantou. Final: Lakers 101×96 Magic.
Para analisar os dois primeiros jogos da série é preciso colocar a partida de número 1 em um capítulo a parte. O jogo 1 foi um massacre do Lakers que os torcedores querem ver (o trio Kobe, Gasol e Odom em ótima fase) contra um Orlando irreconhecível (talvez nervoso pela inexperiência de alguns jogadores do grupo).
Atestando que o jogo 1 foi atípico, analisar o jogo 2 mostra que a série tende a fortes emoções em Orlando. O time de Stan Van Gundy fez uma ótima partida nesse jogo 2 e força os Lakers a voltar de Orlando com uma vitória, afinal, o time da Florida mostrou que tem em Rashard Lewis e Hedo Turkoglu armas para vencer os Lakers em Los Angeles. Dwight Howard conseguiu jogar melhor nessa partida número 2 e também é papel importante para a equipe de Van Gundy. Porém, a inexperiência do próprio Howard, de Courtney Lee, JJ Redick, Mickael Pietrus é fator preocupante. Hoje, Pietrus se encheu de faltas rapidamente (6 em 23 minutos), Lee perdeu duas bolas que poderia ter convertido nos 10 segundos finais do quarto período e Redick se complicou em dois ataques cruciais do período extra (um erro livre do perímetro e um passe errado). Por sinal, confesso não ter entendido a escolha de Van Gundy ao colocar JJ Redick para jogar nos momentos decisivos do quarto período e durante toda a prorrogação. O ala-armador foi uma estrela universitária mas nunca se firmou na NBA. Além disso, errou uma bola de três livre por total falta de confiança, afinal, é bom chutador de três em situações normais. Anthony Johnson perdeu lugar na rotação com a volta de Jameer Nelson mas me parece que qualquer um dos dois (Johnson ou Nelson) era melhor para se ter em quadra na prorrogação. Além deles, Courtney Lee (de ótima série contra Cleveland) jogou apenas 11 minutos (mesmo sendo titular) e não estava na quadra nos momentos derradeiros do tempo extra. Apesar de tudo, a lição que fica para Orlando é que cabeça no lugar é fundamental em jogos finais. O time perdeu a partida claramente por falta de experiência (alguns erros bobos na prorrogação e excesso de nervosismo nos lances livres). Por fim, Turkoglu e Lewis tiveram atuações cinematográficas. Ambos estão jogando em um nível incrível e demonstrando todo seu valor. Lewis foi considerado um jogador caro para muitos torcedores em Orlando, entretanto, está mostrando valor na série. E Turkoglu? É ele quem arma o time nos minutos finais (confesso nunca ter imaginado Turkoglu armando um time na final da NBA com maestria e perfeição). Se os dois mantiveram o nível em Orlando, coisas boas virão para os Magic.
Em relação aos Lakers, não há muito para analisar. O trio (Kobe Bryant, Pau Gasol e Lamar Odom) está funcionando nas finais desse ano (diferentemente da temporada passada) e isso é sempre um ótimo sinal. Com Derek Fischer e Trevor Ariza ajudando os três, os Lakers se tornam um adversário difícil de ser batido. É nesse conjunto (o trio de estrelas apoiado em Fischer e Ariza) que Phil Jackson deve focar suas estratégias para vencer uma partida na casa do Orlando. Se os três jogarem nesse nível, Orlando terá que pelear nas três partidas para vencer. Usar a experiência do grupo é outro fator que pode ajudar os Lakers, afinal, o time é todo bem rodado e experimentado.
Para finalizar, resta ao público acompanhar o show que será a continuação da série em Orlando, afinal, emoção não irá faltar. Os Lakers podem fechar a série em Orlando ou encaminhar o título para o jogo 6, entretanto, Orlando tentará de tudo voltar para Los Angeles com a liderança na série e a uma vitória do tão sonhado título. Acompanhem.
Raoni Moretto
raokiller@hotmail.com