Universo vence e adia decisão do NBB
Equipe de Brasília se mantém viva com vitória na prorrogação e vai decidir o campeonato na casa do Fla, no próximo fim de semana
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O jogo deste domingo poderia ter definido o primeiro campeão do Novo Basquete Brasil (NBB). Poderia, se o Universo/BRB não tivesse vencido o Flamengo no ginásio Nilson Nelson, por 82 x 78, na prorrogação. Para a equipe de Brasília, a vitória era a única esperança de manter vivas as esperanças de título. Para o Fla, era uma ótima oportunidade de fechar a série e comemorar o segundo título nacional consecutivo.
Nas arquibancadas, mais uma vez o torcedor deu show. 16 mil pessoas compareceram ao ginásio para prestigiar o jogo 4 da final. Mais uma vez os flamenguistas marcaram grande presença, praticamente dividindo os lugares com os brasilienses. Durante a partida, muita emoção, cantos e provocação, mas sem violência. No fim, dançando e tirando um sarro ao som do funk “Créu”, a torcida da capital saiu mais feliz com o resultado.
A quinta e última partida da série será no Rio de Janeiro, no sábado, às 14h, ou no domingo, às 10h. A decisão ainda não foi tomada.
O JOGO – Dentro de quadra, o equilíbrio ditou o ritmo de todo o jogo, que pela primeira vez terminou empatado no tempo regulamentar. Na primeira prorrogação da final, o Universo demonstrou muita raça e sangue frio para sair com o resultado positivo.
Nos primeiros minutos de jogo os cariocas pareciam estar dispostos a fechar a série e comemorar o título longe de casa. Em pouco mais de dois minutos de jogo, o Flamengo já tinha uma vantagem de 7 x 0 no placar. Jogando mais no garrafão e esquecendo um pouco as bolas de fora, o Universo rapidamente encostou e o placar anotou 22 x 22 no fim do período.
O segundo quarto manteve o ritmo e seguiu com os dois times se alternando na liderança, sem nenhum dos dois abrir muita vantagem. Os chutes de longa distância, uma das principais armas dos dois times, não caíram durante toda a etapa. Universo e Flamengo literalmente amassaram o aro no primeiro tempo, acertando, combinados, apenas duas bolas de 26 tentadas.
Sentindo a dificuldade da equipe e vendo claramente o sucesso dos ataques a cada bola que ia dentro do garrafão, o técnico Lula Ferreira ajustou a equipe para a segunda etapa. “Quando a bola de três não cai, precisamos jogar dentro do garrafão. E foi isso que fizemos na partida de hoje. O Mineiro foi fundamental nesse sentido, pois ele foca o jogo lá embaixo”, elogiou o treinador.
Com o ajuste feito no vestiário, os brasilienses voltaram melhor do intervalo, empolgando os torcedores. Com 7 pontos praticamente seguidos do ala Artur, o Universo chegou a abrir 44 x 36, maior vantagem da equipe no jogo. Do outro lado, o Flamengo continuou insistindo nas bolas de três, e elas começaram a cair, recolocando os cariocas na partida.
Com uma atuação apagada, Marcelinho acertou apenas 3 das 13 tentativas de longa distância, mas ainda assim terminou o jogo com 24 pontos, sendo mais uma vez o cestinha.
No último tempo do jogo, entrou em cena o ala Diego, do Universo. Com muita disposição na marcação em cima de Marcelinho, ele foi fundamental para os brasilienses. Com sete pontos consecutivos, ele ajudou a colocar o time da casa na frente por 68 x 63, com pouco menos de quatro minutos no relógio. Porém, logo na sequência, Marcelinho, com uma bola de longe, diminuiu a vantagem e reacendeu a esperança no Fla.
Nos últimos minutos, muita emoção no Nilson Nelson. As torcidas de pé, fazendo menos barulho, viram dois lances cruciais. Com 18 segundos no relógio, a posse de bola, e o jogo empatado em 70 x 70, Alex teve a bola nas mãos, mas a arbitragem marcou uma andada e a posse voltou para o Fla, com pouco mais de 3 segundos para o fim do jogo. Depois de tempo pedido por Paulo Chupeta, a bola foi para as mãos de Jefferson, que marcado e desequilibrado, chutou uma inexplicável bola de 3, de muito longe, que não pegou nem no aro.
PRORROGAÇÃO – Com tanta emoção em quadra, a torcida se contagiou ainda mais. Até o presidente do Universo, Jorge Bastos, tentava atrapalhar os lances livres do Flamengo atrás da cesta. Seguindo à risca a receita de concentrar o jogo no garrafão, o Universo conseguiu abrir vantagem e segurou o jogo na defesa, destacada por Diego, um dos melhores em quadra.
“Nesses momentos, o jogo é muito psicológico, e nós conseguimos nos concentrar e defender bem a equipe deles”, apontou ele, que terminou com 9 pontos. Perguntado sobre a receita para vencer o Flamengo mais uma vez fora de casa e conquistar o título, o jogador foi curto e direto. “Precisamos defender”, completou o camisa 55, com um sorriso no rosto.
Do outro lado, o ala Jefferson, que teve a chance de garantir a vitória no fim do quarto período, disse que o time não jogou mal. “Não faltou muito para conseguirmos a vitória, tanto que o jogo foi decidido nos últimos minutos. Agora temos que nos concentrar, pois vamos jogar em casa, com o apoio da torcida, temos tudo para buscar esse título”, prometeu.
De negativo apenas a presença maciça de torcedores dentro da quadra após o fim do jogo. Com tantos espectadores cercando os atletas, o trabalho da imprensa na hora de entrevistá-los foi muito dificultado.
Foto: LNB