O mais novo ‘Big 3’
Qual o segredo para formar um ‘Big 3’ na NBA? Juntar algumas franquias desesperadas por resultados imediatos e tentar encontrar a melhor combinação para uma transação entre jogadores promissores e consagrados. Fácil, né? Pois bem, o Cleveland, o Minnesota e o Philadelphia se uniram e realizaram uma troca, onde os Cavs receberam o ala Kevin Love, os Wolves adquiriram os jovens Andrew Wiggins e Anthony Bennett, além do ala Thaddeus Young. Em retorno a Young, os 76ers conseguiram o ala Luc Richard Mbah A Moute, o russo Alexey Shved e uma futura escolha de 1ª rodada no Draft.
Em uma rara troca envolvendo jogadores importantes, Wiggins é apenas o 2º jogador desde a união entre NBA/ABA a ser escolhido na 1ª posição geral do Draft e em seguida ser negociado antes de disputar uma única partida. Chris Webber foi trocado para os Warriors depois do Magic tê-lo escolhido na 1ª posição geral no Draft de 1993. Já Love é o 3º jogador na história da NBA a mudar de equipe na offseason depois de produzir médias de pelo menos 26 pontos/partida e 12 rebotes/partida na temporada anterior (Kareem Abdul-Jabbar e Moses Malone foram os outros). Abdul-Jabbar e Malone, eventualmente, acabaram conquistando títulos da NBA com suas novas equipes.
O “amor” está no ar em Cleveland, ou melhor, Kevin Love é só sorrisos com sua nova camisa dos Cavs.
Mas o que Love traz de bom para o Cleveland? O ex-jogador do Minnesota teve sua melhor temporada na carreira em 2013/2014. Ele estabeleceu sua maiores marcas na carreira em pontos/partida, assistências/partida, cestas de 3 pontos e classificação de eficiência jogador.
Com médias de 26,1 pontos por jogo e 12,5 rebotes por jogo na última temporada, Love alcançou estas marcas pela 2ª vez em sua carreira (ele também produziu estes números em 2011/2012). Antes de Love, o último jogador a registrar médias de, pelo menos, 26 pontos e 12 rebotes em uma única temporada foi Shaquille O’Neal em 2000/2001.
Como um dos melhores alas passadores na liga, os Timberwolves dependeram muito dele na criação das jogadas no ataque. Muitas dessas oportunidades criadas vieram na transição, onde Love, conhecido pelos exímios passes em profundidade (confira alguns deles no vídeo abaixo), armou várias chances de contra-ataque. Os Timberwolves tiveram quase o dobro de pontos em contra-ataques (17,2 pontos por 48 minutos) com Love em quadra do que com ele na reserva (apenas 12,8 por 48 minutos) na última temporada.
Um ‘Big 3’ formado por LeBron, Love e Kyrie Irving pode ser o melhor trio na próxima temporada da NBA. Se utilizarmos a métrica ‘Win Shares‘, que avalia o nº de vitórias que um jogador contribui para o total de triunfos da equipe, estes 3 jogadores combinados somariam 36,9 na última temporada. Essa quantidade é maior do que qualquer trio de companheiros de time (Blake Griffin/Chris Paul/DeAndre Jordan registraram a somatória de 35,5) e maior do que o total de vitórias de 11 equipes da NBA na temporada passada. Para se ter uma idéia, Irving e Love juntos são 15 anos mais jovem do que Dwyane Wade e Chris Bosh, e Love sozinho registrou um WS maior (14,3) do que Wade e Bosh na temporada anterior (13,5).
Por outro lado, com Wiggins, Bennett e Young, os Timberwolves pretendem começar seu processo de renovação. Já faz 10 temporadas consecutivas que os Wolves não se classificam para os playoffs, a mais longa seqüência em atividade na NBA. Outro fato curioso é que tanto Wiggins quanto Bennett foram escolhidos na 1ª posição no Draft da NBA, fazendo disso a 5ª vez desde 1966 que mais de um jogador selecionado na 1ª escolha foi envolvido na mesma troca. Mas em cada uma das 4 ocorrências anteriores, os jogadores foram trocados um pelo o outro, ou seja, os Cavs foram a 1ª equipe a negociar 2 ex-escolhas nº 1 em uma única transação.
Se a química entre Love/LeBron/Irving vai dar certo nos Cavs, saberemos somente a partir do início da temporada 2014/2015 da NBA no final do próximo mês de outubro. Mas estes 3 nomes tem tudo para formar uma dinastia em Cleveland e quem sabe trazer campeonatos que a cidade não vê há várias décadas nos esportes profissionais.
