Draft Brasil bate-papo com Adonis de Souza, ala-armador definitivamente brasileiro
Adonis Chatzicharalambous Souza tem apenas 18 anos, mas o seu nome já é conhecido pelo basqueteiro há pelo menos 4 anos. É que esse jovem ala-armador, de ascendência materna grega, saiu do Brasil muito cedo para jogar basquete nas divisões de base do Olympiakos.
Chegando na Grécia, com apenas 14 anos, Adonis foi procurado pela confederação local e chegou a pensar em se tornar definitivamente um atleta selecionável grego. Todavia, Adonis acabou retornando ao Brasil, onde defendeu o clube de coração de seu pai (o ex-jogador Pará), o Paysandu, no Pará.
A volta ao cenário nacional parece ter feito renascer as origens brasileiras de Adonis, que defendeu recentemente a equipe da Liga Sorocabana de Basquetebol no Torneio Novo Milênio (SP). Com a convocação para a seleção sub19, o ala-armador põe fim à especulação e, a partir de agora, defenderá as cores verde e amarela sempre que convocado. Confira o bate-papo com Adonis:
Conte-nos como ocorreu essa convocação. Já vinha sendo planejada em conjunto com a comissão técnica ou a notícia foi recebida com surpresa?
Adonis Sousa: Pela produção que tive no primeiro semestre, atuando pelo Flextronics/Liga Sorocabana/PMS, tanto no juvenil, como no adulto, eu tinha a esperança de ser chamado. Mas, por outro lado, afirmo que foi uma surpresa agradável.
No passado, muito se especulou sobre a possibilidade de você defender as cores gregas e você chegou a parecer balançado. Quando você efetivamente decidiu pela seleção brasileira?
Adonis Sousa: Neste meu retorno ao Brasil, percebi e senti que sou um brasileiro de fato e deveria optar por jogar pelas seleções nacionais. Além disso, a mudança no comando da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) também foi importante para essa minha opção.
Você teve um início de carreira muito promissora nas divisões de base do basquete da Grécia. Por que a sua carreira no Olympiakos acabou não seguindo adiante?
Adonis Sousa: Eu tive um desempenho muito bom nas categorias de base na Grécia, sendo cestinha de todas as competições que disputei, inclusive jogando contra a maioria dos atletas que disputaram o Campeonato Mundial Sub-19 pela seleção grega. O grande problema foi o verdadeiro divórcio que acontece entre as equipes de base e o time adulto do Olympiakos. Desta forma, ocorreu uma mudança de plano na minha carreira, optando em seguir para os Estados Unidos para depois retornar a Europa, já que algumas equipes da Grécia e de outros países mostraram interesse em me contratar.
Conte-nos um pouco sobre a sua passagem no basquete paraense.
Adonis Sousa: Foi sensacional e inesquecível, pois além de conquistar títulos e chegar a algumas marcas individuais, pude realizar o sonho de atuar na cidade natal do meu pai, o ex-jogador Marcelo Pará, e do meu tio, o ex-jogador Guy Peixoto. Tive uma empatia grande com a cidade e com a população paraense, por isso, sempre que me lembro do pouco tempo em que atuei pelo Paysandu/Grupo Horizonte, sempre me alegro.
E para depois da temporada com a seleção sub19, quais são os seus objetivos?
Adonis Sousa: Seguir para os Estados Unidos e atuar no basquete universitário de lá.
Você saiu do Brasil para o exterior talvez no pior cenário do basquete brasileiro, com campeonatos não chegando ao fim e clubes travando brigas entre sim e contra a CBB. Como você avaliaria a primeira temporada do NBB? Como jovem promessa, você avaliaria proposta de clubes nacionais?
Adonis Sousa: Olha, o NBB veio para fortalecer o nosso basquete internamente, pois da forma como estava, só tínhamos a perder. Eu recebi propostas de algumas equipes aqui do Brasil, mas já havia planejado a ida para os Estados Unidos, que é a minha meta neste momento.