Máquina de pontos
Há menos de 1 ano para os Jogos Olímpicos de 2016, as seletivas continentais que preencherão as vagas do torneio de basquete masculino estão de vento em popa. Tanto no México quanto na Alemanha, a disputa está acirrada. Principalmente para Tony Parker e seus companheiros da seleção da França.
Na última 3ª feira (dia 08/09) pelo EuroBasket, o armador francês de 33 anos entrou para o livro dos recordes da competição. Com seus 16 pontos na vitória sobre a Polônia por 69X66 pelo grupo A, a estrela do San Antonio Spurs assumiu a liderança de todos os tempos entre os cestinhas do campeonato ao ultrapassar a marca de 1.030 pontos da lenda grega Nikos Galis. Além de Parker, outros 2 jogadores em atividade figuram entre os 10 maiores pontuadores do torneio: o alemão Dirk Nowitzki – que também já superou Galis – e o espanhol Pau Gasol (confira na lista abaixo atualizada até a conclusão do torneio).
1) Tony Parker (FRA) = 1.104 pontos
2) Dirk Nowitzki (ALE) = 1.052 pontos
3) Pau Gasol (ESP) = 1.044 pontos
4) Nikos Galis (GRE) = 1.030 pontos
5) Kamil Brabenec (CZE) = 948 pontos
6) Miki Berkovich (ISR) = 917 pontos
7) Juan Antonio San Epifanio (ESP) = 889 pontos
8) Emiliano Rodríguez (ESP) = 864 pontos
9) Radivoj Korać (SRB) = 844 pontos
10) Stanislav Kropilak (CZE) = 769 pontos
10) Panagiotis Giannakis (GRE) = 769 pontos
Mas afinal, quem foi Nikos Galis? Apesar da nacionalidade grega, o armador de 1,83 metros nasceu em New Jersey (EUA) no dia 23/07/1957. Sua carreira infanto-juvenil na Union Hill HS foi bem-sucedida o suficiente para ser convidado a jogar pela universidade de Seton Hall. E ele não decepcionou. Em seu 3º ano (em 1977/1978), ele registrou 17,3 pontos/partida e no último ano, liderou a NCAA em pontos com 27,5 pontos/jogo, logo à frente do futuro astro Larry Bird, que ficou em 2º lugar no ranking. Por conta disto, Galis foi escolhido pelo Boston Celtics na 68ª posição geral no Draft de 1979 da NBA, porém preferiu seguir a carreira profissional na Grécia. Sua decisão então mudaria completamente o futuro do basquete grego.
Embora os 2 grandes clubes da Grécia, Panathinaikos e Olympiakos, tenham mostrado interesse em sua contratação, foi o Aris Thessaloniki quem conseguiu fisgá-lo. Galis chegou no início da temporada 1979/1980 e assumiu a armação da equipe para mostrar todo o seu potencial. Sua carreira, talvez, é melhor resumida pelos recordes. Ele disputou 13 temporadas com o Aris, conquistando 8 títulos gregos, 5 copas da Grécia e também participou de 4 Final Four da Euroliga.
Galis também foi um fiel integrante da seleção nacional grega, porém seu maior momento de glória aconteceu literalmente durante o campeonato europeu em 1987, que foi realizado no território grego. Ele conquistou a medalha de ouro e também recebeu o prêmio de MVP do torneio. Naturalmente, é claro, ele foi o cestinha da competição, incluindo uma performance de 40 pontos na final, no triunfo por 103X101 sobre a antiga União Soviética na prorrogação. Além do título em 1987, ele foi vice-campeão em 1989 em Zagreb e participou de um total de 5 campeonatos europeus. Foi o cestinha em 4 das 5 edições – em 1983 (33,3 pontos de média), em 1987 (37,0 pontos de média), em 1989 (35,6 pontos de média) e em 1991 (32,4 pontos de média) – com exceção do torneio de 1985. Galis disputou o campeonato mundial de 1986, onde mais uma vez foi o cestinha, tendo produzido uma performance de 53 pontos contra o Panamá.
A habilidade de Galis em pontuar era digna de elogios e admirações dos adversários. “Eu tinha a sensação que se Nikos quisesse converter uma cesta, ele conseguiria, independente do que o adversário fizesse. Ele sempre foi determinado a vencer”, afirmou o ex-astro lituano Arvydas Sabonis. “Eu adoraria jogar com Galis no mesmo time”, disse o lendário Drazen Petrovic antes de seu falecimento em 1993. “Para que eu pudesse dar as assistências para ele marcar as cestas!”
Depois de se aposentar das quadras, Galis fundou a Basketball Camp para crianças em um pequeno vilarejo da Grécia. A cada ano, o acampamento reúne mais de 3.000 jovens para aprender a jogar basquete com o “grande Nick”. Com certeza, Nikos já tem seu lugar garantido entre os deuses do Monte Olimpo no basquete mundial.