Baixas expectativas correspondidas
Uma enorme expectativa foi criada, mas no fim das contas um nome inexpressivo foi anunciado para dirigir a seleção brasileira: Moncho Monsalve.
Cá entre nós, não dava para ficar muito esperançoso com esse anúncio.
O presidente da Confederação Brasileira de Basquete já havia antecipado há alguns meses que o treinador estrangeiro teria como objetivo único a classificação da seleção brasileira para as Olimpíadas de Pequim.
Ora, não se discute a importância de participar das Olimpíadas para o basquete masculino, principalmente com esse longo jejum que já ultrapassa 11 anos.
No entanto, nos últimos anos restou perceptível que o basquete brasileiro parou no tempo e que precisa se atualizar. Nesse ponto, mostra-se coerente a escolha de um nome estrangeiro, ainda mais da Espanha, onde provavelmente está sendo praticado o basquete mais vitorioso da atualidade.
No entanto, como um treinador vai contribuir na atualização de uma escola de basquete se o seu objetivo único e exclusivo é disputar uma única competição? Não bastasse, a tal competição ocorrerá apenas 5 meses após o novo treinador assumir o cargo, o que está previsto para fevereiro.
A previsão é a de que, na melhor das hipóteses, a seleção brasileira terá pouco mais de 20 dias para se preparar para o Torneio Pré-Olímpico de Atenas.
Se com tão pouco tempo, Moncho Monsalve conseguir atualizar a escola de basquete brasileira, ele será digno de grandes honrarias. Entretanto, é provável que nem Gerasime “o Grego” Bozikis acredite nesse feito.
Aparentemente, depois de incontáveis e inacreditáveis vexames, Grego acredita poder calar parte dos seus críticos trazendo um nome estrangeiro e, ao mesmo tempo, que manterá total controle sob um treinador de nome tão inexpressivo internacionalmente como o de Moncho Monsalve, ainda por cima economizando dinheiro da CBB (sabe-se lá para que).
Até porque, convenhamos, qual técnico de renome internacional aceitaria se submeter a uma confederação em que a falta de profissionalismo é a principal marca?
Sem modernização de escola, sem nome de peso, resta torcer para que Moncho Monsalve consiga motivar as estrelas brasileiras em busca daquilo que, deveria ser fácil, mas vai se desenhando cada vez mais como um milagre, a classificação olímpica.