Playoffs NBB – Joinville varre o Cetaf e está entre os oito

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Publicado em: 6/04/2010

Foi uma longa temporada para que se chegasse até aqui. Se é verdade que o corte de apenas 2 dos 14 acabou premiando a irregularidade capixaba, acabou dando a chance do recomeço agora, na série de oitavas de final que começa amanhã, às 16h, com transmissão do Sportv, que abre os Playoffs do NBB 2. O Cetaf recebe o Joinville abrindo a série, e depois sai para dois jogos no sul. Se necessária, a quarta partida será no ES e a decisiva, cumprindo o mando, em SC.

Ciser/Araldite/Univelle/Joinville

Embora tenha abandonado o posto que há dois anos sustentava entre os 4 times de elite no Brasil, agora superados por Franca, os catarinenses de Joinville são favoritos lógicos como só poderiam ser em um confronto em que a diferença entre uma equipe e outra é de 7 posições na tabela. Porém a equipe de Bial tem problemas para confirmar a superioridade demonstrada ao longo da temporada, enumerados em seis desfalques: os coadjuvantes Fábio Catarina, Marcão, João Victor e Felipe Vezaro e os importantes e costumeiramente protagonistas Manteguinha e Jefferson Sobral.

Quem tem crescido demais, no meio dessa crise, são André e Audrei, jogadores que vieram para compor elenco e que tem mostrado muito valor. A principal arma, porém, deve ser o raçudo Tiagão, que faz, provavelmente, a melhor temporada de sua carreira. Shilton, que se mostrava uma presença bastante sólida e efetiva, involuiu e fez uma temporada aquém das expectativas, mas pode ser útil nos playoffs, no meio desse turbilhão de desfalques – basta que capriche mais nas oportunidades que tiver na meia-quadra ofensiva, seu calcanhar de Aquiles. A chave, no entanto, não deve deixar de ser o cérebro e termômetro do Joinville, Espiga, que é o principal líder dos catarinenses.

Vila Velha Cetaf / Garoto / UVV

Os capixabas abusaram do direito de errar ao longo do ano. A classificação chegou a ser ameaçada, mas uma vitória heróica resultado heróico contra o Londrina, no PR, acabou garantindo o último lugar dos playoffs. A chance de reescrever a história é que motiva os comandados de Márcio Azevedo, que têm chances sim, de surpreender.

A principal chance disso acontecer está nas mãos dos dois americanos do esquadrão vilavelhense: McNeil e Stevens. O primeiro é dono de uma intensidade primorosa, muito explosivo, muito corajoso e bastante veloz. O segundo, embora tenha bastante qualidade, é menos disciplinado e sua irresponsabilidade acaba pesando em alguns momentos da partida. Ainda assim, quando calibrada, sua mão é quentíssima.

Compondo o elenco de apoio, estão Alexandre Pinheiro, certamente na melhor temporada de sua carreira se avaliado o nível técnico, Eric e o polêmico pivô Manuil, que já cumpriu suspensão por ter agredido Duda e voltou por cima de forma épica, fazendo a cesta da vitória contra o Londrina, garantindo a classificação. Do banco, Raul, Ansaloni, Bruno e Cicero podem ajudar, mas o único com característica de fato de mudar o ritmo de uma partida é Felipinho, que voltou de séria contusão no joelho e tem qualidade interessante para o jogo veloz que gosta Márcio Azevedo.

Retrospecto

As equipes se enfrentaram duas vezes na competição e em ambas os catarinenses levaram a melhor. Na primeira, 81 a 76 no ES, com 16 pontos e 12 rebotes de Tiagão e 13 pontos e 6 assistências de Manteguinha. Na ocasião, o Cetaf chutou 4 pra 26 na linha de três pontos, contra o excepcional aproveitamento de 8/15 dos visitantes, número chave da partida.

Na volta, na partida que fechou a fase regular do NBB, o Joinville abriu vantagem muito cedo e administrou, com certa tranquilidade, o jogo. Mesmo com os desfalques, os 20 pontos de André e os 14 de Audrei garantiram a superioridade catarinense. Os capixabas, outra vez, penaram na linha de fora: 4/20 pra 3 pontos, com ridículos 20% de aproveitamento, desperdiçando assim uma noite boa de Stevens, que saiu de quadra com 20 pontos, 6 rebotes, 4 roubadas de bola e 2 assistências. Inúteis, enfim. Placar final, 73-65.

Apostas?

Apesar dos desfalques, o time de Joinville parece bem mais encorpado do que o Cetaf, que entra como franco atirador em uma série como essa.

Em nosso fórum, 60% dos votantes acreditam que os catarinenses vão varrer os capixabas. Os outros 40% se dividem entre quem acredita que o Cetaf consegue uma ou duas vitórias. Até aqui, ninguém parece acreditar em uma zebra aurinegra.

— Atualizando —

Jogo 1

O jogo 1, disputado na tarde da quarta-feira no Tartarugão, em Vila Velha, não primou, nem de perto, pelo bom nível técnico. O Cetaf continuou amargando o péssimo rendimento apresentado na reta final da fase regular. O Joinville, aparentemente nervoso e bastante desfalcado, jogou também em baixo nível e o espetáculo, até o último quarto, foi perto de deprimente.

No período decisivo, porém, o aparecimento de McNeil, uma inusitada chegada de novos torcedores no ginásio e a reação canela verde animaram um pouco o insosso duelo, que tinha em Márcio Azevedo, o treinador do Cetaf, uma espécie de animador de torcidas e treinador.

O problema foi que Márcio não teve coragem de manter o time responsável pela reação e devolveu o estadunidense Stevens à quadra, em péssima tarde. O armador errou duas vezes consecutivas (na sequência de um desses erros, Tiagão meteu uma bola de 3 fenomenal que devolveu aos catarinenses uma vantagem suficiente pra jogar com calma os momentos finais).

Para não ser eliminado da competição, o time capixaba terá que vencer pelo menos uma vez em Santa Catarina.

O time de Bial, que teve mais um desfalque no início do quarto período, André, deve ter a volta de Jefferson Sobral, o que poderá aumentar a rotação de qualidade em quadra.

Jogo 2 – Via Assessoria Cetaf/Fernanda Neves

No segundo jogo dos playoffs de oitavas-de-final do Novo Basquete Brasil (NBB), o Ciser/Araldite/Univille/Joinville vence novamente o Vila Velha Basquetebol Cetaf/Garoto/UVV, agora por 93 a 74, e fica a uma vitória que conquistar uma vaga para as quartas-de-final da competição. No primeiro, na última quarta-feira (7), ele venceu por 68 a 64.

Porém, o técnico do capixaba, Márcio Azevedo, alerta que a sua equipe segue firme no objetivo de conseguir, pelo menos, uma vitória na eliminatória. “Tivemos nossa defesa facilmente batida. O Joinville mostrou o grande time que é. Eles tiveram um ótimo aproveitamento ofensivo e tiveram todo o apoio da torcida para se manter constantemente motivados”, analisou.

“Mas os playoffs não permite ficar chorando o leite derramado. Saímos feridos, mas com desejo de lutar para ter mais um encontro com a nossa torcida. Amanhã tem mais”, analisou o treinador, lembrando que a terceira disputa da série melhor-de-cinco será neste sábado(10), às 20h, na casa do adversário. Márcio também relatou que tentou novas formações tanto na defesa quanto no ataque, mas que a noite foi do catarinense.

Os comandados do técnico Alberto Bial entraram na partida visivelmente mais tranquilos. Por conta disso, aos poucos foram construíram uma diferença considerável de sete pontos, fechando ao fim da fase em 21 a 14.

Já o segundo foi muito mais equilibrado. Parece que o técnico do amarelo-e-preto espírito-santense conseguiu dar uma segurada na ansiedade da galera e abrir os olhos deles para organizar a defesa. Mesmo assim, o canela-vede fechou a parcial perdendo por um ponto (19 a 18), o que resultou em um placar de 40 a 32 no fim primeiro tempo.

No retorno do intervalo, o Joinville veio como um verdadeiro trator e conseguiu converter 13 pontos contra um do Vila em, apenas, dois minutos e meio. Mesmo mostrando uma recuperação, o nova postura não foi suficiente para ultrapassar a diferença adquirida e o jogo chegou aos 20 pontos de desvantagem (72 a 52). O quarto derradeiro foi semelhante ao segundo. Muito equilíbrio, mas sem surpresas.

Vila Velha vai para o tudo ou nada no sábado

Após duas derrotas, deixando a série melhor-de-cinco partidas em 2 a 0 para o Joinville, o Vila Velha terá que vencer o terceiro se quiser ter oportunidade de continuar vivo na competição nacional interclubes. O duelo será amanhã (10), às 20h, no Ginásio Ivan Rodrigues, na cidade do Estado de Santa Catarina. Leva a vaga para as quartas-de-final quem obtiver três triunfos.

“Sabíamos que seria muito complicado e difícil, mas estamos na guerra. Agora vamos descansar e conversar bastante para buscar alternativa para o jogo dos caras. Nossa meta principal na competição foi atingida, que era de conquistar a chance de estar nos primeiros playoffs, mas gostaria muito de voltar a jogar em casa. Agora, só a vitória nos interessa”, desabafou o treinador do Vila Velha, Márcio Azevedo.

Caso consiga o resultado positivo amanhã, o vilavelhense terá o direito de fazer mais um confronto em casa, no Ginásio Municipal Presidente João Goulart (Tartarugão), em Vila Velha, na terça-feira (13), às 20h. Se também vencer esse, a decisão ficará para a casa do Joinville, na sexta-feira (16), também às 20h.

Jogo 3

Mais uma vez com TV, o Cetaf parece ter entrado em quadra sem nenhuma expectativa de vitória. A defesa era digna de dó. O massacre, logo nos primeiros minutos, quando os donos da casa abriram a vantagem de dois dígitos, deu o tom da partida e mostrou que, para vencer em jogo de playoff, se faz necessário jogar 100% o tempo todo.

A verdade, infelizmente, é que o time de Vila Velha estava de hora extra na competição. Faz meses que a equipe não vence e a classificação veio em uma derrota contra Londrina, se fazendo valer da vitória outrora conseguida. O que imagino ter acontecido com o time, que até começou bem, foi não ter aguentado o ritmo da longa competição. O elenco é bastante enxuto, limitado em talento e em peças. Há, de fato, bons jogadores, como os americanos Stevens e McNeil (embora ambos sejam muito irregulares), Bruno, Cícero e Felipinho. Mas é muito, muito pouco, pra tentar fazer jogo duro com times melhores. Se o Joinville estivesse completo, provavelmente a série seria ainda mais constrangedora para os capixabas, que terminam a competição sem deixar muita saudade. Não conheço Márcio, mas as referências que tenho sobre ele são as melhores. Infelizmente, analisando o padrão tático da equipe e o comando nas rotações, não parece estar preparado para a função que desempenha. Aprender errando até pode ser bom, mas não na primeira divisão do basquete nacional. Não acho que a equipe tenha time pra fazer muito mais do que foi feito, mas, pelo menos, tem pra jogar melhor do que jogou.

Quanto aos classificados, deu o óbvio. O time de Joinville enfrentará agora o Minas Tênis Clube que pode ter uma baixa importante: o pivô Murilo, que se machucou em jogo no Interligas contra Franca, ontem a noite. O destaque mineiro promete, porém, participar do duelo. Com a volta de Sobral e depois de Manteguinha, o time ganha em peças. André e Audrei como escape foram o suficiente para vencer o fraco Cetaf, mas em uma série contra Minas o buraco é mais embaixo.

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