Prévia completa do Sul-Americano 2010
Na segunda-feira (26 de Julho) começa mais uma edição do Campeonato Sul-Americano de Seleções. Na 44ª edição teremos a presença de oito equipes (Brasil, Argentina, Uruguay, Venezuela, Chile, Colômbia, Paraguay e Equador). O torneio será realizado na cidade de Neiva, Colômbia. Vale ressaltar a presença de times que ultimamente vinham renunciando à competição adulta de seleções (Paraguay e Equador). Os paraguayos não jogavam um Sul-Americano desde 2004 e os equatorianos não participam de competições FIBA Americas adultas desde 1998. Por se tratar de uma competição que conta com times muitas vezes desconhecidos, o fã de basquete entra na competição sem saber o que esperar de mais da metade das seleções, entretanto, o Draft Brasil trás em primeira mão um apanhado geral para seu leitor. Com essa prévia, ninguém poderá se queixar de não ter informações sobre os times menos valorizados de nosso continente.
O Sul-Americano é composto de dois grupos de quatro equipes (totalizando oito participantes). As seleções se enfrentam dentro do grupo e os dois primeiros de cada chave avançam para as semifinais. Na segunda fase o sistema é simples. Mata-mata clássico entre os semifinalistas que leva ao jogo final (valendo o título). Os semifinalistas estão automaticamente classificados para torneio Pré-Olímpico latino-americano que ocorrerá em Marl del Plata (2011). Ou seja, dentro dos grupos, quatro times brigarão por duas vagas. O grupo A conta com Brasil, Uruguay, Chile e Paraguay. No grupo B estão Argentina, Venezuela, Colômbia (dona da casa) e Equador. Os perdedores da semifinal ainda disputam uma vaga para o Pan-Americano 2011 (México).
Por ser um torneio de tiro curto, qualquer derrota pode ser fatal qualquer que seja a ambição do time (classificação para o Pré-Olímpico ou título). Abaixo segue a análise de todos os participantes.
GRUPO A: Brasil, Uruguay, Chile e Paraguay
Brasil:
Armadores: Fúlvio, Nézinho, Luiz Felipe Lemos
Alas: Duda Machado, André Góes, Arthur Belchior, Jonathan Tavernari
Pivôs: Murilo, JP Batista, Lucas Cipolini, Bruno Fiorotto, Rafael Mineiro
Treinador: João Marcelo Leite
Nossa seleção vem de um péssimo Sul-Americano em 2008 (Puerto Montt, Chile). Naquela edição o time venceu o Chile pela diferença mínima e por pouco não acabou fora da Copa América 2009 (torneio que nos classificou para o Mundial 2010). No torneio que começa nos próximos dias o Brasil parece querer esquecer o quase-fiasco passado. A seleção mesmo com um time “B” entra como favorita no grupo A e também como candidata ao título. O time comandando por João Marcelo apresenta boas armas para o nível de competição que terá pela frente. Na armação, Fúlvio parece ser dono da titularidade. O armador já participou da seleção principal (precisamente no Pré-Olímpico Mundial com Moncho Monsalve). Mesmo não sendo um jogador com grande visão de quadra e distribuição de jogo qualificada, Fúlvio é a melhor arma brasileira para essa função. Terá companhia de Nezinho (também com participações pela seleção principal na era Lula Ferreira) e Luiz Felipe Lemos. Mesmo não sendo um trio de armação que anime, os três tem alguma experiência internacional e não devem enfrentar grandes problemas para pelo menos classificar o Brasil ao Pré-Olímpico. Na posição 2 destaque para Duda, também presente no Pré-Olímpico Mundial com Moncho Monsalve. O jogador do Flamengo teve boa atuação no amistoso que jogou contra o Uruguay em Porto Alegre. André Luis Góes e Arthur fazem companhia para o rubro-negro. A falta de experiência internacional dos dois últimos pode atrapalhar um pouco o selecionado verde-amarelo, entretanto, nem Uruguay, nem Chile, muito menos o Paraguay tem jogadores na posição 2 que possam causar grandes problemas aos acima citados. Na ala a presença de Jonathan Tavernari é animadora. O jogador que acaba de terminar sua experiência na NCAA (BYU) tem qualidade de sobra pra ajudar o Brasil com seus chutes certeiros do perímetro. Além de Jonathan, a presença dos bons pivôs (Murilo, JP Batista, Bruno Fiorotto e Lucas Cipolini) parece garantir um Brasil muito superior ao visto em 2008. Murilo e JP por sinal ainda brigam com unhas e dentes por uma vaga no grupo de Rubén Magnano. Jonathan Tavernari e Fúlvio também aparecem com chances de ingressar no grupo que irá disputar o Mundial.
Uruguay:
Armadores: Martín Osimani, Fernando Martínez, Bruno Fitipaldo
Alas: Joaquín Osimani, Joaquín Izuibejeres, Marcelo Aguiar, Iván Loriente
Pivôs: Esteban Batista, Reque Newsome, Sebastián Izaguirre, Gastón Páez, Matías Calfani
Treinador: Gerardo Jauri
O Uruguay vem de uma medalha de prata em Puerto Montt, Chile, 2008. O selecionado celeste anda em alta no continente, afinal, além dessa conquista na edição passado do Sul-Americano, conquistou o bronze no Pan-Americano do Rio em 2007 e fez bons torneios latino-americanos em 2007 (Pré-Olímpico nos Estados Unidos aonde bateu Porto Rico) e 2009 (Copa América em Porto Rico aonde venceu o Canadá que estará no Mundial 2010). O cenário animador caiu por terra com os inúmeros desfalques que a seleção terá na Colômbia. Nicolás Mazzarino confirmou que não veste mais a camiseta da seleção, Leandro Garcia Morales (maior arma do perímetro uruguayo) está lesionado, Gustavo Barrera ia ao Sul-Americano até a última semana de preparação quando foi contratado pelo Unicaja Málaga e também desfalcará o time. Ainda no perímetro Juan Pablo Silvera com um antidoping positivo por cocaína também fica fora. Jayson Granger é outro jogador externo que não jogará, afinal, recusou mais uma vez a convocação da seleção nacional. No garrafão o desfalque é Claudio Charquero (lesionado). Com tantos problemas, Martín Osimani que também não iria jogar por problemas físicos voltou atrás com relação a sua dispensa e de última hora viaja com o grupo para a Colômbia. O problema é que Osimani carrega duas partidas de suspensão por conta daquela briga contra os mexicanos na preparação para a Copa América 2009. No incidente, Osimani um dos mais exaltados, brigou contra metade do time mexicano, chegando a desferir socos e até um “tackle” nos oponentes. Como o objetivo principal do Uruguay é a classificação para o Pré-Olímpico, Osimani estaria presente somente na última partida do grupo. A sorte celeste é que o jogo é contra o Chile, principal rival do time dentro do grupo. Em relação ao time em quadra, Fernando Martínez naturalmente assume a armação na ausência de Osimani. O baixinho armador tem ótimo poder ofensivo e promete causar estragos nas defesas dos adversários. No perímetro Joaquín Izuibejeres deve ser o titular, por sinal, Izuibejeres é o jogador mais fraco entre os que devem começar as partidas. Comenta-se que ele deixaria o time quando Osimani esteja apto a atuar. Na ala o ótimo Mauricio Aguiar é presença garantida. No garrafão a dupla Reque Newsome e Esteban Batista promete repetir as boas atuações da Copa América 2009, principalmente Batista, jogador de nível superior em uma competição sul-americana e que vem de ótima temporada na ACB (Fuenlabrada). O banco uruguayo é fraco e já podemos ver uma certa renovação de jogadores. Os jovens Bruno Fitipaldo (91), Joaquín Osimani (87), Iván Loriente e Matías Calfani (92) são esperança de qualidade, entretanto, a falta de experiência pode pesar muito. Todos porém são jogadores com bom/ótimo futuro. Também vale ressaltar a presença do sempre mítico Gastón Páez no garrafão. No mínimo risadas poderemos dar com suas atuações trombadoras.
Chile:
Armadores: Erick Carrasco, Francisco Bravo, Franco Morales
Alas: Evandro Artega, José Luis Campos, Eduardo Marechal, Rodrigo Espinoza,
Pivôs: Patricio Briones, Jorge Valencia, Claus Prüttzmann, Gerardo Isla, José del Solar
Técnico: Juan Manuel Córdoba
Os chilenos quase aprontaram pra cima da seleção brasileira no último Sul-Americano jogado em Puerto Montt, Chile. Os “rojos” têm uma enorme paixão por basquete e esperam aproveitar aquela que será a última participação internacional do gigante e histórico Patricio Briones para conseguir uma vaga no Pré-Olímpico FIBA Americas. Briones revelou ao Draft Brasil que esse é seu último torneio Sul-Americano. Um pivô de 2,13m não aparece todo dia no Chile. Um com a qualidade de Briones talvez nunca mais apareça. Junto ao lendário pivô, o garrafão chileno apresenta alguns jogadores de boa estatura que podem ajudar um combinado que é sempre muito baixo. Jorge Valencia (2,06m) e Claus Prüttzmann (2,04m) são as esperanças de dominação no jogo interno, palavra que causa pavor nos chilenos. No perímetro, Evandro Arteaga é o dono da pontuação. O escolta de apenas 1,78m é sempre um perigo da linha de três e promete causar problemas a qualquer defesa. Erick Carrasco e Francisco Bravo são dois bons armadores, entretanto, a baixa estatura de ambos (1,81 e 1,74 respectivamente) pode complicar a defesa, afinal, soma-se a eles Arteaga. No cartão de visitas chileno, há uma recente vitória contra a Argentina (sim!). Numa série de quatro amistosos, os chilenos venceram um (primeira vitória contra os argentinos em 55 anos). Se os chilenos não se enroscarem contra os paraguayos, devem chegar na última rodada para decidir uma vaga no Pré-Olímpico contra o Uruguay. O sonho chileno já começou.
Paraguay:
Armadores: Gustavo Torres, Carlos Vallejo, Manuel Aponte, Sergio López
Alas: Javier Martínez, Danny Pérez, Bruno Sanotti, Adolfo López
Pivôs: Guillermo Araújo, Cristian Rodas, Fabio José, Aldo Acosta
Treinador: Arturo Álvarez
Os paraguayos voltam ao torneio Sul-Americano do qual não participavam desde 2004. Para muitos desconhecida, a seleção paraguaya promete trazer alguns bons talentos para o torneio. A armação é o principal problema do selecionado guaraní. Carlos Vallejo e Manuel Aponte são nascidos em 1992 e talvez façam parte da rotação, afinal, Sergio López é muito mais um escolta e Gustavo Torres tem apenas 1,75m. A falta de experiência internacional dos quatro citados além da pouca idade de dois deles pode fazer com que os problemas paraguayos já começem na passagem da defesa para o ataque. Nas alas estão os grandes nomes desse time. Javier Martínez é experiente, joga no Sionista de Paraná da Argentina e tem boas médias na Liga Argentina (11 pontos por jogo). Vale ressaltar que o Sionista vem se transformando em uma boa equipe do cenário argentino e sul-americano. Martínez já anotou 50 pontos em um jogo da seleção (vs Chile) e é o grande nome em termos de pontuação dos paraguayos. Também na ala está Danny Pérez, jogador do Libertad da liga local. O escolta (deverá jogar de ala) anotou 27 pontos contra o Universidad Concepcion (Chile) na última Liga Sul-Americana, entretanto, sumiu contra o Sionista (já citado) e o Universo/BRB. Considerando essa queda pode-se dizer que é um jogador que não deve causar problemas ao Brasil, entretanto, pode aprontar contra os adversários mais fracos do grupo. Também na ala (poderá atuar de ala-pivô por conta de seus 1,97m) está Bruno Sanotti. Com passagens pela NCAAII, Itália (LegaA e LegaDue), Suíça e Argentina (Regatas Corrientes) o atlético jogador que tem em seu forte uma defesa fortíssima é o principal destaque paraguayo dos últimos anos. Na Liga Argentina tinha médias de 7 pontos e mais boas participações em rebotes, tocos e roubos de bola. Sanotti é um desconhecido no Brasil mas pode mostrar seu valor e quem sabe, garantir uma vaguinha pelas bandas do NBB. O garrafão paraguayo é limitado e talvez more aí outro grande problema do time. Apenas Guillermo Araújo (2,04m) e Cristian Rodas (2,02m) estão acima dos dois metros. Os dois são muito fortes, Rodas até gordinho. Araújo brilha no Olimpia local e já teve passagens pela Venezuela e Argentina. Não alcançou sucesso internacional mas é o grande nome no jogo interno guaraní. Rodas ainda não tem rodagem e terá que provar seu valor no torneio de Neiva, Colômbia. Os reservas do garrafão que não inspiram confiança. Fabio José (argentino naturalizado as pressas para o torneio) tem 1,98m e Aldo Acosta apenas 1,93m. Um pivô de 1,93 nesse nível é temerário, e caso ele não seja uma espécie de Andrés Pelussi paraguayo, terá problemas para jogar e marcar. Chama a atenção num time com pouca estatura a ausência de Alcides Fernández, pivô de 2,05m que apesar de tosco é alto. Convenhamos que é melhor ter no fundo da rotação alguém com 2,05m que um armador ou escolta de 1,80m. Considerando a falta de experiência internacional dos paraguayos, os furos na armação e a baixa estatura do garrafão, talvez tenhamos aí o maior saco de pancadas do Sul-Americano. Ainda assim, vale olhar Bruno Sanotti, Javier Martínez, Danny Pérez e Guillermo Araújo com mais atenção.
GRUPO B: Argentina, Venezuela, Colômbia, Equador
Argentina:
Armadores: Juan Pablo Cantero, Juan Manuel Fernández, Luis Cequeira
Alas: Leonel Schatmann, Daniel Mata, Matías Sandes, Sebastián Vega
Pivôs: Román González, Juan Gutiérrez, Alejandro Martín Alloati, Leonardo Mainoldi, Federico Aguerre
Treinador: Nicolás Casalánguida
Os argentinos entram juntamente com o Brasil como principais favoritos ao título apesar de jogarem com um time “B”. Casalánguida levará na armação os bons e rodados Juan Manuel Fernández (Temple-NCAA) e Juan Pablo Cantero (Atenas). Luis Cequeira é o terceiro armador, tornando esse trio provavelmente o mais poderoso na posição em todo o Sul-Americano. Na posição 2 Schatmann é o único jogador de origem o que não inspira muita confiança. Matías Sandes e Sebastián Vega parecem tranquilizar os argentinos na posição 3, entretanto, nenhum dos dois tem forte poder de pontuação. Leonardo Mainoldi é outro promissor jogador que pode atuar tanto na ala como na posição 4. Porém, assim como Sandes e Vega não é um pontuador nato. No garrafão os “hermanos” contam com uma dupla de força. Román González e Juan Gutiérrez são rodados, experientes e tem muita qualidade, ainda mais nesse nível Sul-Americano. Vale ressaltar que os dois estiveram presentes na campanha de bronze das Olímpiadas 2008 (Pequim). Com essa dupla de garrafão os argentinos devem causar estragos até mesmo nas seleções mais fortes. Pode-se dizer que Román González e J.Gutíerrez brigam de igual pra igual com Murilo-JP Batista e Reque Newsome-Esteban Batista pelo posto de melhor dupla interna do torneio. Nicolás Casalánguida aposta justamente na força do jogo interno e na potência de seus armadores para classificar a Argentina para o Pré-Olímpico e quem sabe, vencer o torneio do qual são os atuais campeões. A derrota pro Chile na fase de preparação abalou um pouco as estruturas, entretanto, ontem mesmo os argentinos venceram a seleção brasileira com certa tranquilidade (72×65 e larga vantagem em alguns instantes) e voltam a se mostrar favoritos. Por fim, cabe lembrar que o grupo B é mais fraco que o grupo A, ou seja, as chances dos argentinos se complicarem é pequena.
Venezuela:
Armadores: David Cubillán, Gregory Vargas, Jesús Centeno, Rafael Guevara
Alas: Juan Herrera, Francisco Centeno, Alejandro Barrios, Luis Valera
Pivôs: Hector Romero, Miguel Marriaga, Windy Graterol, Axiers Sucre, Luis Bethelmy, Jesús Urbina
Treinador: Nestor Salazar
Os venezuelanos são os únicos que ainda não confirmaram sua lista de 12 jogadores. Quando a mesma for lançada rapidamente a colocaremos aqui. Dos 15 jogadores que ainda treinam há o ótimo ala-pivô Hector Romero que é o líder do time e o bom Miguel Marriaga (2,08m). Axiers Sucre é uma boa peça também no garrafão, entretanto, a ausência de Richard Lugo (2,09m, 37 anos) é preocupante, afinal, Lugo foi por anos o grande pivô venezuelano. A ausência maior até que a de Lugo é de Greivis Vazquez recém draftado pelo Memphis Grizzlies e que é o principal nome da armação venezuela. Sem Greivis, o time deve apoiar toda sua força no jogo interno de Marriaga e Romero. Oscar Torres (1,95, ala, ex NBA) também é desfalque. Descartando o Equador, Venezuela e Colômbia devem disputar a vaga para o Pré-Olímpico no segundo dia de jogos. Os venezuelanos têm maior rodagem e largam como favoritos, entretanto, as ausências de Vazquez e Lugo (além da de Torres) são fatores que preocupam os “vinhotintos”.
Colômbia:
Armadores: Edgar Moreno, Rodrigo Beltrán, Gianluca Bacci
Alas: Stalin Ortiz, Norbey Aragón, Eleuterio Rentería, Yader Fernández, César Cortez
Pivôs: Enielsen Guevara, Adison Mosquera, John Hernández, Divier Pérez
Treinador: Hernan Giraldo
Os colombianos têm a chance de fazer história. Tudo parece favorável para os “cafeteros”. Primeiro o torneio é em Neiva, seu território e o apoio da torcida deve ser interessante. Segundo o time está completo (Ortiz, Moreno, Aragón, Guevera). Por fim, está no grupo mais fraco e vê a Venezuela (principal rival) sem Richard Lugo, Greivis Vazquez e Oscar Torres. Ou seja, os colombianos estão sonhando alto. Apesar da não convocação de Jorge Cañedo (2,11m) por motivos técnicos, a Colômbia tem bons valores. Começando no perímetro com os ótimos Edgar Moreno e Stalin Ortiz. Ambos devem jogar juntos na posição 1-2 e prometem pontuar bastante. Moreno é atlético e foi o destaque colombiano no Sul-Americano 2008. Ortiz não participou daquele torneio, entretanto, volta pra seleção com experiências na Itália e Argentina e promete ser fator fundamental para a possível classificação dos donos da casa. Norbey Aragón (1,94m) completa o perímetro com boa qualidade. No garrafão Enielsen Guevara (ala-pivô, 2,03m) é o destaque. Jogador com boa experiência internacional promete ser dominante no jogo interno dos locais. Completa o possível quinteto titular John Hernández de 2,06m. No banco ainda há os jovens armadores Rodrigo Beltrán e Gianluca Bacci (ambos 1989), além do ala-pivô Divier Pérez (2,02m e também nascido em 89). Outra peça do garrafão que promete contribuir é Adison Mosquera de 2,05m. Baseando seu jogo em um time titular forte e com rotação reserva decente, os donos da casa irão tentar de tudo para conseguir confirmar a surpresa e garantir vaga no Pré-Olímpico 2011.
Equador:
Armadores: Álvaro Pérez, Jeremy Soto, Mario Gordón
Alas: Andrés Chocambai, Fernando Fuentes, Vicente Díaz, Fernando Troya, Nixon Mina
Pivôs: Gabriel Garrido, Juan David Chang, Mauricio Pauta, Edward Caicedo
Treinador: John Escalante
A aventura do Equador no Sul-Americano da Colômbia é no mínimo ousada. Desde 1998 sem jogar competições sul-americanas a volta da seleção equatoriana por si só já seria surpresa. Porém, a volta cheia de brigas e desfalques é a realidade ousada em questão. Os jogadores de Guayas foram ameaçados de ficar sem receber salário caso se apresentassem para a seleção nacional. Resultado? Ninguém correu o risco de ficar sem o pequeno salário que recebe. Os 12 jogadores equatorianos que representarão o país fazem parte de apenas 4 times diferentes (UTE, Pumas, Pydaco e Mavort). Descobrir quem são esses doze jogadores foi uma das tarefas mais complicadas do Draft Brasil nos últimos anos, entretanto, não iríamos deixar os leitores na mão justamente na última seleção. Álvaro Pérez é o jogador mais experiente do time, nascido em 1978 acumula anos de experiência local e tem a tarefa de armar o time com seus 1,78m. Seu fiel escudero é Jeremy Soto. Nascido nos EUA (filho de equatorianos), Soto jogou no High School pela Farmington HS e posteriormente atuou na Universidade do Alabama. Soto é provavelmente a maior arma ofensiva do time equatoriano. Andrés Chocambai (1,91m) é o ala pontuador do time. Cestinha em todos os campeonatos de base do Equador, Chocambai joga na UTE. No garrafão destaque para os pivôs Mauricio Pauta (2,03m) e Juan David Chang (2,13m!!!). Chang por sinal é um dos jogadores mais altos do torneio e é muito jovem. Literalmente um gigante desconhecido. Vale a pena assistir seus jogos e ver do que é capaz, afinal, muitos times grandes da América Latina podem precisar de um pivô de 2,13 e que ainda é muito jovem. Os demais jogadores são: Fernando Troya (ala, bom chutador de três), Fernando Fuentes (ala, 1,96m), Edward Caicedo (ala-pivô, 1,96m), Vicente Díaz (ala, 1,96m), Mario Gordón (armador jovem e que ainda precisa de experiência), Nixon Mina (ala), Gabriel Garrido (ala-pivô), Nixon Mina (ala). Considerando que a maioria dos jogadores joga na UTE (time do treinador Escalante) pode ser que muitos já conheçam o sistema, entretanto, a falta de experiência e até de qualidade deve falar mais alto e o Equador que já não é grande coisa completo, deve sofrer com os desfalques e apanhar no campeonato. Juan David Chang com seus 2,13m deve ser o mais interessante para se observar.
Agora basta se apoiar nesse guia pra começar o Sul-Americano sabendo de tudo. Lembrando que os jogos começam dia 26 de Julho.
Raoni Moretto
raokiller@hotmail.com
Foto: FIBA Americas