Me leva que eu vou!

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Publicado em: 15/02/2011

NBB3 tem média de público baixa e excesso de convidados.


Das coisas boas do site da Liga Nacional é o fato de acharmos informações sobre público e renda com apenas um clique de distância da nossa preguiça ou curiosidade. Apesar de termos as informações, elas estão desorganizadas. Vários jogos não abrem os borderôs e alguns são bagunçados ao máximo, causando vergonha ao ver e claro, ao perceber que os clubes assinam tal zona.

Reunimos 97 borderôs para analisar a média de público pagante e presente, renda e claro, tentar desvendar o que nunca vimos por aí, em lugar algum: quantas pessoas vão aos ginásios do país, para assistir o basquetebol.

Claro, em momento algum quando ler este texto compare as médias com futebol, tampouco com a NBA. Seria injusto, uma vez que ambos são mais do que estabelecidos, há décadas e a nossa liga está apenas no terceiro ano de existência. Tenha em mente o voleibol brasileiro, potência mundial, que na última edição da Superliga Masculina levou 1.420 pessoas em média aos ginásios ou a equipe de Montes Claros, líder na média de público da temporada que 5.011 pessoas por partida em seu ginásio. A comparação com o voleibol, tão difundida por todos no meio basquetebol/voleibol dá uma noção mais real do que podemos sonhar para a nossa modalidade a curto prazo e claro, tentarmos ultrapassar com trabalho sério e organizado.

Dito isso, o NBB3 tem algumas características interessantes quando vemos os borderôs. Fácil perceber que dos 93 jogos analisados, 18 deles não tiveram nem público pagante, nem renda ao final do evento. Todos os jogos coletados de São José, Pinheiros e Paulistano estão nesse grupo. Além de um jogo descrito como social, feito pelo Joinville.

Se São José não cobra ingressos para o seu público, ao menos é a maior média de público da temporada até aqui, com 1.486 pessoas em média assistindo as partidas do campeão paulista de 2010. Porém, estarrecedoras são as médias de Pinheiros, 165 pessoas por jogo, e Paulistano, 130 pessoas por jogo, as duas últimas colocadas, num paradoxo dos mais interessantes, afinal, são as duas únicas representantes da cidade mais populosa do Brasil, São Paulo com 11 milhões e 200 mil pessoas. O poder de mobilização que parece existir em São José, seja qual for o motivo, não existe na Capital pelos dois tradicionais clubes. E lembre-se, isso que nenhum jogo das duas equipes foi cobrado (informação dos borderôs).

O público pagante e o público presente

Observem as duas tabelas abaixo:

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Rapidamente percebemos que a média do público presente é praticamente a mesma do público não pagante (calculado por público presente menos público pagante). E claro, temos a confirmação quando colocamos de forma claro, no percentual médio de quem vai ao ginásio e a média dos convidados

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Causa espanto perceber que quase 50% das pessoas não pagam para ver os times em ação. Ainda que possamos argumentar em favor dessa prática, num torneio que luta para se profissionalizar, com certeza não é a melhor via distribuir jogos de graça à população, ainda que entendemos que em alguns casos isso deva ser feito.

Porém, a prática que deveria ser resumida para pessoas carentes, sem acesso a qualquer tipo de lazer, tem se tornada rotineira no torneio. É um verdadeiro “me leva que eu vou”, que obviamente causa espanto para todos nós, uma vez que pagar pelo ingresso ao jogo parece não ser uma fonte de renda para as equipes. Não tem como não questionar a quantidade surreal de convidados nos jogos.

Franca, por exemplo, que tem uma média de público pagante de 404 pessoas, leva mais de 1.400 por partida, mas destes, 1.000 entram na conta como convidados ou credenciados. Joinville tem praticamente dois terços do seu ginásio ocupado por convidados em cada partida que realiza. Alguns torcedores devem começar a questionar porque somente alguns pagam a entrada, já que tantos entram sem deixar nenhuma retribuição para o clube. A questão primordial é a proporção entre pagantes e convidados. Choca qualquer um ao saber que o basquetebol é subsidiado em vários locais.

A  Renda

Se metade dos presentes não paga para assistir ao jogo, é claro que isso causa reflexo na renda do torneio. Vejam as planilhas abaixo:

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Nos 75 jogos analisados com cobrança de entrada, tivemos R$ 143.282,00 de renda total, que nos dá uma média de R$ 1.910,43 por jogo. Poderia ser algo muito maior, se a cobrança fosse feita de forma diferente e de forma mais inteligente.

Ao analisar os borderôs, percebemos que existem as categorias de sempre: inteira, meia-entrada e sócios de clubes. Por que não existir a cobrança pelo local que ficam nos ginásios?

Se a questão de existir tantos convidados é que somente assim, vários deles poderiam ir ao ginásio ver a partida, porque não reservar um local de melhor visibilidade para os que pagam pelo jogo? Sabemos que na prática, com ginásios nem sempre adequados, isso pode  ser apenas uma ilusão, mas se bem organizado, as equipes poderiam privilegiar quem paga, dando motivos aos outros de começarem a pensar que vale a pena ir ao ginásio não na condição de convidado mas sim de alguém que compra um produto e terá algum benefício com isso, além claro, de ajudar as equipes a ter uma maior renda, necessária para diversos fins.

Pensar que o dinheiro não faz diferença, ainda que pouco, é errado e não condiz que a situação real das equipes. Mesmo com fortes patrocínios, que bancam os salários e a manutenção dos atletas e técnicos, somente quem paga por algo pode ajudar no crescimento da nossa modalidade.

Se a diferenciação de assentos não pode ser feita nos ginásios, alguma ação deve existir para que as equipes alavanquem mais renda. Por exemplo, se a inteira custa R$ 30,00 para assistir uma partida, porque não a equipe fazer uma promoção que por R$ 35,00 o torcedor ganharia ainda uma camisa para torcer. Ou ainda, na compra antecipada de ingressos (que pelos borderôs praticamente inexiste), os torcedores terão direito a participar de determinada promoção no intervalo da partida.

Passamos da hora de tratar o jogo de basquetebol como um espetáculo. Não é necessário transformar em circo a partida dentro da quadra, mas fora dela, antes e no intervalo, é mais do que importante termos alguns atrativos. E também não é preciso ser feito nos moldes da NBA. Existem outras formas de atrair o público para as partidas, com promoções diferentes do que apenas copiar o que vemos nos ginásios de lá.

A renda dos jogos poderia ser aumentada e equipes que hoje não tiraram um real com os jogos, poderiam começar a arrecadar pelo menos para a conta de luz dos gasta com os confrontos.

Equipe por Equipe

Vamos analisar os dados dos borderôs equipe por equipe do NBB3.

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Preço fixado em R$ 5,00 nos ingressos, porém com a presença de convidados maior do que o público pagante. A renda média é baixa e provavelmente a campanha do time desmotivou a muitos na cidade. Se no jogo 12 tivemos 307 pagantes, no jogo 87, somente 75 pessoas pagaram para ver o time em quadra. Nesta partida, apenas um terço dos presentes pagou para ver o time em ação.

O preço fixo ajuda aos torcedores e neste caso, é dos mais baratos de todo o Nacional. Porém, não reflete em pessoas indo ao ginásio e pagando para ver. Araraquara é a terceira pior em média de público pagante na temporada.

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Além de ser a última colocada dentro de quadra, Assis é a última na qualidade dos borderôs. Dos oito jogos analisados, seis deles estão feitos de forma confusa, para não dizer ridícula. Assis passa por mau momento na organização fora de quadra também. E para piorar, praticamente ninguém que vai ao ginásio paga para ver o time atuar.

Enquanto as pessoas pagavam um ingresso que variava entre R$ 10 e R$ 2,50, a equipe conseguia alguma renda e levava pelo menos 100 pagantes ao ginásio. Porém, a partir do jogo 71 tudo mudou. Ingresso com preço único e público despencou.

A primeira medida deveria ser rever a política do preço único. A segunda, tão urgente quanto, mandar embora quem é o responsável pelos borderôs e quem assina pelo clube, que compactua com um trabalho tão mal feito.

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Bauru pode se orgulhar de ter uma média de público pagante interessante e convidar pouca gente, em relação aos outros times. 72% das pessoas que vão os jogos ajudam a equipe, que cobra valor diversos para o ingresso. Com a ajuda do torcedor, Bauru consegue arrecadar mais de 4 mil reais por jogo, uma montanha de dinheiro se comparada a Assis, com seus míseros 368 reais por jogo, por exemplo.

Outro ponto é que Bauru ainda mantém preços variados, porém são constantes ao longo do torneio. O torcedor sabe de antemão quanto custa o ingresso e porque da diferença existente. Dessa forma, ele consegue se organizar em casa, antes de ir ao ginásio e pode levar familiares para assistir. Nada pior do que chegar à porta do ginásio para saber que o ingresso aumentou de preço e isso irá pesar no orçamento familiar.

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Brasília tem um percentual enorme de convidados, 67%, um pouco mais de dois terços do público total. Os poucos que pagam, cooperam com uma renda que já chegou à quase 10 mil reais, no jogo 84,  a maior entre todos os jogos analisados. E pensar que com um pouco mais de ação dos responsáveis, esta marca poderia ter sido ainda melhor. Naquele jogo, apenas 35% dos presentes pagaram para ver um time com boa parte de atletas de nível de seleção brasileira.

Ainda com credenciados e convidados em um nível desproporcional aos pagantes, Brasília é a segunda em público pagante no torneio e terceira em público presente. Os preços dos ingressos variaram, mas nos três últimos jogos ficaram no mesmo patamar. Considerada uma cidade cara para morar, podemos imaginar que um lazer a vinte ou dez reais é um preço normal para a capital Federal.  De qualquer forma, choca a quantidade de não-pagantes em solo brasiliense.

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Maior torcida do país, o Flamengo não consegue no basquetebol ter o mesmo sucesso de público que no futebol. Claro, ninguém quer que o Flamengo coloque 40mil pessoas por jogo em um ginásio, até porque isso não é possível. Porém, 305 pessoas é muito pouco para o único clube de massa a disputar o brasileiro de basquete.

Se a proporção de pagantes e convidados não é monstruosa aqui (graças aos primeiros jogos), os jogos, no acanhado ginásio do Tijuca Tênis Clube, não ajudam para atrair mais público. Em que pese também, jogar na Arena HSBC é mais caro e mais longe para boa parte dos torcedores, porém, o conforto é melhor.

Com este dilema, o Flamengo varia os preços dos ingressos e percebe que nos últimos jogos, a proporção de pagantes por presentes vai caindo. Se no jogo 57 tivemos 510 pagantes para 570 presentes, ou seja, 89% de pagantes no ginásio, no jogo 94 apenas 115 dos 448 presentes pagaram para ver, um quarto apenas e manteve a baixa relação, 174 pagantes para 530 presentes (32%) no jogo 101.

Se no começo a organização parecia ser melhor, o Flamengo se perdeu ao longo do torneio e parece não recuperar.

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Considerada a Capital Nacional do Basquetebol, Franca até aqui se mostra a Capital Nacional dos Convidados e Credenciados. Apenas 27% dos presentes pagam para ver o time francano em ação, número pífio.  Um grande número de credenciados entra nos jogos, porém no borderô não existe distinção para esta classe. Por ventura podem ser sócio-torcedores, porém neste caso, é claro o espaço dentro do borderô para diferenciá-los.

Mais uma vez, se a realidade for diferente do que mostra o borderô, fica a dúvida: por que é assim? Se destes mais de 1.000 torcedores que entram sem pagar no Pedrocão, de fato pagam algo para assistir o evento, onde computá-los ??

Um detalhe interessante em Franca é o valor dos ingressos, R$ 20,00 para cadeira e R$ 10,00 para arquibancada, seguindo a lógica de que o lugar mais confortável tem um preço mais elevado.

Ainda com tantos convidados e credenciados, Franca tem a maior média de renda no torneio, com R$ 4.602,75, quase R$ 300,00 a mais do que a segunda coloca neste quesito, a equipe de Bauru, R$ 1.500,00 a mais do que Brasília por jogo e quase R$ 2.000,00 a mais do que o Flamengo por jogo.

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Considerando que um jogo foi promocional (partida 43), em todas as outras Joinville vem se destacando com boas rendas e um público fiel. Porém, existem muitos credenciados e convidados por jogo, que novamente, não constam no borderô como pilares de ajuda financeira para equipe.

No jogo de maior renda, a partida 92, o borderô está completamente rabiscado, como podem ver aqui: http://www.liganacionaldebasquete.com.br/lnb/doc/Bordero/Jogo92.pdf.   Ainda assim, é assinado pelo representante da LNB e do clube, um verdadeiro absurdo.

São erros assim que tiram a credibilidade do que temos, uma vez que como podemos confiar nestes borderôs rabiscados e feitos de qualquer maneira? E o pior, com assinaturas oficiais.

Joinville tem uma média de renda excelente e de público presente é quarta força do basquetebol nacional. Porém, na média de público pagante, cai para a sexta posição (328 pessoas por jogo) e fica somente próxima da média nacional (311 pessoas).

Lembrando novamente, dentro dos jogos analisados por nós, uma vez que vários borderôs não abrem no site e alguns são ilegíveis.

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Limeira apresenta uma média de público pagante e presente abaixo das médias nacionais. Se considerarmos que a equipe é campeã paulista, ou seja, atuou mais vezes em casa por outro torneio, podemos imaginar que o torcedor preferiu a saga no estadual do que a caminhada no Nacional, até o jogo 89.

Como não podia deixar de ser, o número de credenciados e convidados superam o número de pagantes. Mais uma vez, é uma pena isso acontecer no Nacional, uma vez que a equipe deixa de lucrar ou criar formulas de ter mais fidelidade dos torcedores. Os ingressos também mudam de preço constantemente, dificultando ainda mais para o torcedor saber ao certo quanto será o gasto com o próximo jogo.

No público pagante, Limeira tem a segunda pior marca da temporada, só não perde para Vitória e no público presente, supera apenas a tradicional dupla da capital paulista e Vila Velha. Muito abaixo do esperado para uma cidade que tanto diz gostar de basquetebol.

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A única representante da capital mineira no torneio nacional de basquetebol, não consegue levar para a Arena Vivo o potencial de torcedores que tem, dentro e fora do clube. Praticamente 50% das pessoas não pagam para assistir aos jogos da equipe, que conta um preço de ingresso muito barato perto das outras diversões na cidade e também em comparação a cidades do mesmo porte no NBB3.

Nos jogos, assistimos promoções e eventos para tentar atrair mais torcedores, como lanches sorteados e camisas de patrocinadores distribuídas pelo ginásio. Mas, a falta de público no basquetebol preocupa.

De toda forma, o basquetebol profissional em Belo Horizonte ainda tem a audiência  de sempre. Se assistirmos 10 jogos do MTC, a tendência é ver as mesmas pessoas sempre e pouca novidade. Ginásio lotado para ver o time de basquetebol é coisa rara, diferente do voleibol do clube, mais ligado à cultura e gosto da cidade.

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A tríade paulista que não teve renda nos seus jogos. Uma anormalidade para os olhos e quem imagina o esporte profissional. São José ainda consegue levar um público para o ginásio, destacando-se como maior média de público presente de todo o torneio. Ao contrário de Paulistano e Pinheiros, dupla no fundo da tabela de média de público presente.

Assusta e muito, perceber que na cidade de São Paulo, em dois clubes tradicionais, não temos mais de 165 pessoas dispostas a ver um jogo de basquetebol de alto nível. Se o Paulistano tem uma base de garotos inexperientes, o Pinheiros é uma das potências do torneio.

Se na capital paulista, a torcida praticamente não existe, no interior, em São José dos Campos, a direção da equipe falta apenas achar uma forma de arrecadar o mínimo que seja dos torcedores e com isso, ter uma ajuda financeira. Estas três equipes podem ter a justificativa que quiserem, porém considerando que o profissionalismo seja o desejo de todos, com jogos de graça nunca chegaremos a outro patamar.

É uma pena ver tão pouca gente disposta a assistir basquetebol em São Paulo, sexta maior população do mundo com mais de 11 milhões de habitantes.

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A dupla capixaba não se destaca dentro de quadra, com as equipes no final da tabela de classificação e nem fora dela, no final das listas de público pagante e presente.

No caso do Vila Velha, a equipe consegue uma razão excelente entre pagantes e não-pagantes, 76% dos presentes pagam ingressos, o que é surpreendente comparando com outras equipes. O ingresso é barato, logo é um lazer que poderia ser mais bem apresentado para a população, carente do que fazer por um preço justo nos grandes centros.

Ao passo que consegue a proeza de ter torcida ativa, os borderôs são, todos eles, feitos de qualquer maneira e com erros de todos os tipos. Impossível reproduzi-los aqui, porém, basta ir ao site a liga nacional para entrar na aventura de rabiscos e rasuras e claro, todos com assinaturas oficiais.

Se formos comparar, Vila Velha tem um média de público igual ao Minas, porém em um cidade menor e claro, com uma equipe com resultados piores do que os mineiros. Ainda é pouco e pode melhorar bastante, porém é um motivo para se orgulhar e ver que qualquer ação que é feita por lá, parece ter retorno.

Vitória, por outro lado, tem a pior média de público pagante de todo o torneio e mais convidados e credenciados do que pagantes. O ingresso é mais caro do que na vizinha Vila Velha, porém a média de renda ainda é pior. O público presente é ligeiramente melhor, o que lhe garante estar na frente até de Limeira nesse quesito.

Se conseguir transformar público presente em pagante, Vitória fará um bem não somente as contas de sua equipe, como também poderá se orgulhar de ser a torcida que ajuda mais sua equipe do que o arqui-rival Vila Velha.

Por enquanto, na disputa capixaba, a luta maior será colocar ainda mais gente nos ginásios e claro, aproveitar que somente uma ponte separa as cidades que contam com a tanta proximidade e rivalidade para lotar os ginásios. Potencial para tornar realidade, no estado em que nasceu Anderson Varejão, não parece faltar.

Algumas idéias

Como massificar um esporte? O que fazer para termos mais gente assistindo basquetebol dentro dos ginásios? Quais ações tomar para a população acreditar que pode deixar cinco ou dez reais em um evento como este? Como diminuir a quantidade absurda de convidados e credenciados?

Estas e outras questões deveriam ficar na cabeça de quem comanda a liga nacional o tempo todo. Como o espaço do Draft Brasil se acostumou, por aqui, não apenas iremos colocar o dedo na ferida, que, aliás, são muitas. Ajudaremos a dar idéias que poderão ser estudadas por aqueles que estão envolvidos diretamente no assunto. Claro, nem todas as idéias poderão ser aproveitadas no curto prazo. Algumas, jamais poderão ser colocadas em prática, porém, criticas de que a imprensa só “fala mal” e não ajuda o basquetebol a “crescer”, não poderão ser lidas.

Atrair torcedores

O conceito de fidelidade dos torcedores não pode ser feito apenas com um carnê de sócio-torcedor. Muito mais importante do que isso, é o torcedor se sentir importante e peça-chave no desenvolvimento do projeto da equipe. Com ações simples, as equipes podem desenvolver este sentimento em sua torcida e tê-la sempre ao lado.

Na compra de um carnê para a temporada toda (e aqui, detalhe, o torcedor podendo escolher se parcela, se compra à vista, logo com um desconto, em dinheiro ou no cartão, enfim, de várias formas), além de ter as entradas garantidas, nada melhor do que ganhar uma camisa da equipe, do atleta preferido, com ou sem assinatura. Em cidades menores, em que encontros e reuniões são mais simples, fazer um verdadeiro dia do torcedor, em que os atletas possam ficar disponíveis para conversar e conhecer a comunidade.

Ações de visitas dos atletas em creches, hospitais, asilos, escolas, empresas que patrocinam, enfim, ter uma ligação a mais com a comunidade em que vivem, ajuda e muito para que a cidade adote o time, e não trate os atletas como forasteiros naquele espaço. Ter esta ligação com a comunidade é muito importante. No Brasil, temos de sobra a quem ajudar e neste caso, nada melhor do que fazer o bem para a cidade em que vive.

Em cidades maiores, é muito mais difícil de realizar tais visitas, porém no bairro do clube, na região, com certeza daria um retorno. Além disso, o próprio clube poderia achar uma forma de mandar um jogo de basquetebol em outros ginásios, dentro da cidade, para que mais gente possa ter a oportunidade de assistir a modalidade. Imagine o quanto seria interessante uma rodada dupla do Pinheiros e Paulistano no Ginásio do Ibirapuera, domingo pela manhã. Com certeza daria mais público do que o registrado que temos nos ginásios das equipes.

Ter um calendário de eventos promocionais e claro, promoções de todos os tipos e gostos. Um dos erros é ter apenas o mesmo tipo de promoção, no intervalo dos jogos e ficar apenas nisso por uma temporada inteira. Sortear não somente arremessos de longe, mas promover o basquetebol de outra forma. Por que não realizar alguns jogos de base antes da partida do adulto? Como na grande maioria dos ginásios existe som e este faz o intervalo das partidas, por que não sortear um torcedor para ser o DJ do Intervalo?

Outro ponto é ter dias promocionais por alguma razão, seja um feriado ou festa da cidade.  Em Belo Horizonte, o Minas Tênis poderia promover o jogo em que o torcedor vestido com a camisa de basquetebol do clube, não paga entrada. Ou no Rio de Janeiro, na época do carnaval, sortear entradas para o desfile. Enfim, rapidamente podemos pensar em algumas ações para atrair mais gente por via promocional. Algo simples que seja fácil do torcedor entender e ter interesse em ir.

A inércia é o pior inimigo do basquetebol quando pensamos em ações e atitudes para chegarmos mais próximo da população. Se poucos conhecessem o basquetebol, porque não ir até as escolas e convidá-las para aos jogos ? Claro, numa primeira vez, poderiam entrar na cota de convidados, depois, o ingresso de estudante existe e na maioria das vezes em um preço acessível.

As ações e idéias são muitas, de todos os tipos, de todas as formas para aproximar a equipe de basquetebol de sua comunidade, para atrair um público que nunca viu a modalidade ao vivo, para resgatar aqueles que não vão a muito tempo. Ter em mente que somente testando, estudando e implementando as ações é possível mudar o quadro em que vivemos de pouca gente no ginásio e ainda menos gente que ajuda aos clubes financeiramente. O que não podemos é achar que está tudo normal e somente com uma transmissão por ano da Rede Globo, vamos conseguir encher os ginásios para ver jogos de basquetebol. Ficar sentando esperando este dia chegar é o grande erro.

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