É campeão!
O grito da torcida de Brasília foi alto, muito alto. Mais uma vez o Nilson Nelson estava lotado para uma grande festa do basquete brasileiro. Novamente os números vão chegar perto dos 20 mil torcedores. No final, o grito mais alto foi o de “É Campeão!”.
Em um jogo disputado, novamente foi diferencial o fato dos candangos terem um garrafão muito superior ao de Franca. Abusando do jogo interno e liderando por muito a estatística de rebotes, a equipe de José Carlos Vidal abriu uma boa vantagem já ao final do primeiro tempo (34-21).
Os paulistas voltaram para o segundo tempo sabendo que era tudo ou nada, entretanto, nos primeiros cinco minutos de terceiro quarto nada mudou. Os donos da casa jogaram com força e qualidade e apoiados pela torcida chegaram a abrir mais de 20 pontos de vantagem. Mostrando muito valor, Franca conseguiu uma boa reação que começou na metade final do terceiro período e só parou nos minutos finais de jogo quando a diferença parou por volta dos 10 pontos. Nesse momento foi incrível o trabalho de Helinho, Benite e Ricardo. Os três usaram o que possuem de melhor, seja a raça ou os arremessos para dar batalha até os momentos finais de jogo.
Helinho provou mais uma vez ser um armador de hierarquia, com bom chute e muita vontade. Seu aproveitamento da linha dos lances livres continua surreal. Benite conseguiu render nessa pequena reação tudo aquilo que se esperava dele na série. Não pode ser crucificado, afinal, é jovem (21 anos) e em sua primeira final de NBB foi marcado pelo maior defensor do nosso país (Alex). Por fim, Ricardo Probst lutou como sempre. Um guerreiro, batalhou rebotes, bolas embaixo do garrafão e se dedicou muito na defesa. Mais uma vez mostrou que é um jogador de muita energia.
Mesmo com toda a batalha francana, Brasília soube manter a cabeça no lugar e com bolas do perímetro pontuais soube matar o jogo. Confirmou o título da linha do lance livre e após o fim de partida partiu pra festa.
Essa equipe treinada por Vidal tem muitos méritos, foi superior na série e merece o título pela segunda temporada consecutiva. Guilherme Giovannoni foi escolhido o MVP da competição com toda a justiça, afinal, foi incrível durante toda a competição e também na final. É um jogador de muito recurso técnico, ótimo arremesso e muita inteligência. No Brasil não teve ninguém que jogou como ele nessa temporada.
Alex e Nezinho também merecem o destaque. O primeiro mais uma vez provando que é um marcador incrível e que quando bate pra dentro com força pode pontuar com muita qualidade. Alguns arremessos do perímetro forçados continuam atrapalhando seu jogo, todavia, nessa série final Alex foi fator fundamental ao parar Benite e contribuir na parte ofensiva também. Já Nezinho não é o típico armador que organiza o jogo, porém em nível doméstico continua sendo um dos melhores e mais perigosos da posição. Sua velocidade e o bom chute ajudaram e muito o time candango a chegar ao título. Por fim, destaco também Lucas Tischer. Jogador contestado e de não muita técnica, foi muito útil na série por conta de sua velha disposição. Brigou nos rebotes, ajudou na defesa e contribuiu até no ataque.
Brasília de forma merecida conseguiu defender seu título e deve mesmo festejar. Vale ressaltar que o time é o primeiro campeão a não ter acabado a fase de classificação na primeira colocação, ou seja, melhorou e se tornou a melhor equipe da competição já nos playoffs. A festa deve ser longa e de antemão fica o parabéns para o campeão e também para a batalhadora equipe de Franca.
Raoni Moretto
raoni@draftbrasil.net