Entrevista Exclusiva: Murilo

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Publicado em: 9/08/2006

Desde o Pan de 2003, Murilo se tornou presença costumeira nas seleções brasileiras. E com ele sempre acontece um fato interessante: é sempre o quarto, quinto nome entre os pivôs, mas sempre acaba se tornando opção do treinador, ora por dispensa dos principais, ora por rendimento técnico mesmo.

Para este Mundial, a história se repetiu. Baby quis atender os compromissos com o Utah Jazz, Nenê não veio, e, mais uma vez, caiu no colo de Murilo a oportunidade de disputar o campeonato mais importante de sua vida.

Às vésperas do Mundial, Murilo fala com exclusividade ao Draft Brasil sobre a preparação da equipe, as expectativas para o Mundial, sobre internet e muito mais.


Ficha Técnica

Nome Completo: Murilo Becker
Pivô
23 anos
Natural de Farroupilha, RS
2,11m
Atuou no Franca, COC, Corinthians/Mogi, Bauru Basquete, C.A. Ubirajá/CEAT e Grêmio Náutico União
Campeão Nacional pelo Bauru em 2003, Campeão Paulista pelo COC em 2004, Campeão Sul-Americano Cadete pela Seleção em 99, Campeão Sul-Americano Adulto em 2006, Campeão do Pan de Santo Domingo em 2003, Campeão da Copa América – Pré Mundial em 2005

Murilo, em toda análise que é feita no período prévio às competições importantes, o garrafão do Brasil é sempre considerado uma grande força. Mas ultimamente, jogadores famosos e badalados não comparecem e estoura o rojão nos mais novos/ou menos badalados. E não é que aconteceu isso outra vez?

Já estamos trabalhando há um bom tempo com esta mesma base, estamos entrosados e por sermos um grupo muito jovem, a pressão é distribuída entre todos. Não podemos e não temos tempo para lamentar quem não se apresentou, Apesar da pouca idade, estamos há um bom tempo disputando competições internacionais e estamos acostumados com a pressão sobre nós.

É óbvio que o Mundial, além de ter toda a importância para o basquete brasileiro, é importante também para você e sua carreira. De que maneira ele pode te ajudar?

Realmente é uma competição que todo atleta almeja alcançar. Para meu curriculum, estar num Mundial é algo que poderia me orgulhar por muito tempo. Hoje estou aqui e vou procurar aproveitar ao máximo a oportunidade, não só de estar, mas de participar na rotação efetivamente.


O Brasil vai fazer muitos amistosos no período ré-Mundial. O que você achou dessa escolha por parte da comissão técnica?

É bom para podermos ir polindo alguns detalhes que só se pega jogando, até para melhorarmos a sintonia do grupo e a parte tática da comissão técnica.Com estes amistosos, vamos chegar no ponto ideal para a estréia.

Ter a companhia dos grandes nomes da NBA e do basquete europeu é fundamental pra que você desempenhe um bom papel na seleção ou acha que pode render sem Nenê, Varejão, Splitter e Leandrinho?

Eles são nossa tranquilidade. São jogadores reconhecidos a nível internacional e podemos tirar proveito disso pois a pressão estará mais concentrada neles. Assim, podem aparecer surpresas no elenco de atletas que não estão tanto em evidência, mas que podem surpreender os adversários que concentrarem sua atenção nos mais conhecidos.

O que você sabe sobre nossos adversários da primeira fase?

A comissão técnica tem nos passado muita informaçao das equipes e sabemos que nosso grupo será muito forte. São equipes altas e de jogo muito pesado dentro do garrafão. Turquia é um adversário instável, mas que tem muito talento. Lituânia é um time forte fisicamente e altíssimo que sempre entra para ficar entre os 4 melhores. Grécia é a atual campeã européia, não preciso dizer mais nada. Temos que nos concentrar e pensar jogo a jogo.


Há a expectativa de enfrentar algum jogador em específico?

Os jogadores da NBA, em especial o alemão do Dallas Mavericks (Dirk Nowitzki), que é um grande jogador.

É possível fazer alguma relação com campanha do Mundial de Futebol de 2006? Acha que a campanha brasileira da bola laranja será melhor, pior, ou igual à do Futebol? Esse foi tema, inclusive, de enquete recente no nosso site.

Não tem como fazer uma comparação pois a pressão é imensamente menor. Chegamos como um azarão no Mundial, o que pode facilitar as coisas para nosso time. Podemos chegar longe desta forma.


Como você colocaria o Brasil hoje no cenário Mundial do basquete? É uma equipe de ponta? É uma equipe de segundo escalão? É uma equipe que não teme adversários?

Uma equipe jovem, mas de muita vontade e talento. Pela nossa média de idade, podemos nos tornar em poucos anos uma potência, mas temos que ir devagar e passo a passo. Hoje estamos num escalão intermediário, mas isso é provisório.

Você usa a internet? Indique alguns sites para os leitores do draftbrasil.net .

Gosto muito de navegar na net, costumo entrar no www.databaskest.com, nos sites da NBA e alguns locais mesmo, como o da www.cbb.com.br.

Aproveite então, e mande uma mensagem aos seus fãs e aos leitores do draftbrasil.net .

Por favor, torçam e acompanhem nosso desempenho neste Mundial, sua torcida e força positiva será fundamental para nós no Japão.

Texto e Entrevista por:
Guilherme Tadeu de Paula
Editor do Draft Brasil
guilhermetadeu@draftbrasil.net

Fotos: CBB

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