Entrevista Exclusiva: Guilherme Giovannoni

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Publicado em: 7/07/2006

Guilherme Giovannoni tem na carreira participação em equipes importantes: como aquela seleção que trouxe esperança à nova geração do basquete brasileiro após vencer o PAN de Santo Domingo em 2003, o poderoso Benetton Treviso na Itália e o seu atual time, o BC Kiev, força do Leste Europeu. Guilherme traz também na bagagem um convívio de seleção que confunde com sua própria vida adulta: a primeira participação foi ainda em 95, na seleção sub-16.

Hoje aos 26 anos, Guilherme se prepara para a competição mais importante de sua carreira: o Mundial de 2006, no Japão. É bem verdade que o ala esteve na campanha de 2002, quando a equipe ainda estava sob o comando de Hélio Rubens, mas hoje, mais velho, não se compara a sua importância e responsabilidade para o grupo.

Com exclusividade para o Draft Brasil, Guilherme falou sobre internet, sobre o Mundial do Japão inclusive comentando as principais equipes com quem o Brasil irá jogar na primeira fase e deu uma notícia que vai entusiasmar os leitores do Draft Brasil.


Bom, acho que devemos começar pela grande notícia, não é Guilherme? O Draft Brasil vai ter a honra de tê-lo como nosso enviado especialíssimo ao Japão! Fale um pouco da sua expectativa para esse projeto, como vai ser essa sua parceria com o DB?

Acredito que seja uma idéia muito legal. Utilizarei este espaço para contar o dia a dia da nossa equipe e fazer comentários em relação à seleção. Tenho certeza que os fãs do basquete brasileiro poderão nos acompanhar ainda mais de perto.

Você ficou temporadas na Itália e depois na Ucrânia, qual foi a importância da Internet para você, pessoalmente e profissionalmente nesse período?

A Internet me ajudou muito. Pessoalmente, pelo fato de poder falar com a minha família sempre que quisesse. E profissionalmente, por poder acompanhar tudo o que acontecia no mundo de basquete, principalmente no Brasil.


Nosso Fórum, Draft Brasil, é o maior em língua portuguesa e o de maior fluxo da América Latina, e muitos acompanham vários jogadores, nos lugares mais distantes do mundo via boxscores e transmissões on-line. Acompanharam, inclusive, a sua participação na Copa Européia deste ano. Como é pra um jogador saber que mesmo longe assim, tem gente que acompanha sua carreira? Queria que mandasse uma mensagem pra essa sua torcida especializada.

É excelente saber que os nossos fãs e admiradores do basquete podem nos acompanhar e saber como estamos jogando em qualquer lugar do mundo. A minha mensagem para quem já nos acompanha é que continue on-line. Com a tecnologia avançada, com certeza tudo vai ficar cada vez mais fácil e veloz. Para quem ainda não nos acompanha, fique atento aos sites especializados, que tem sempre novidades para mostrar.

Nos conte um pouco da sua rotina nessa reta final de preparação para o Mundial.

Estou treinando com o preparador físico Alexandre Moreira, em São Paulo. Estou trabalhando forte para chegar bem preparado no Mundial. Tenho feito alguns treinos, na parte de manhã, com o grupo que vai defender o Brasil no Sul-Americano.

O que mudou daquele jovem Guilherme do Mundial de 2002 para o líder Guilherme do Mundial 2006?

Acho que a maturidade, a experiência e o crescimento que um jogador adquire ao longo de quatro anos de trabalho. Em 2002 eu estava entrando na seleção, hoje já tenho seis anos à frente da equipe nacional, isso me dá responsabilidade de mostrar para os mais novos, o que é jogar pela seleção brasileira.

E o que mudou daquela geração de 2002 para 2006? O futuro começou?

A renovação da seleção estava começando em 2002, os jogadores que naquela época eram promessas, hoje são realidades. Esta renovação não pára aqui, não. Estão surgindo mais jogadores bons.


Quanto aos adversários brasileiros, queria que falasse um pouco da rivalidade com a Turquia nascida em 2002, a Lituânia sem Jasikevicius, a Grécia campeã européia e a Austrália, de Bogut. Com exceção do Qatar, todos são duríssimos, não?

A Turquia é um time um pouco parecido com a gente, um elenco cheio de talento que quer ter um resultado importante. Tem jogadores que atuam na NBA e em times da Euroliga. A Lituânia, independente de estar sem Jasikevicius, é um grupo extremamente forte, provavelmente um dos times mais talentosos da Europa. A Grécia, só o fato de ser campeã européia, já é um ótimo cartão de visitas. É difícil citar algum nome, porque eles jogam muito como equipe. Não tem um jogador específico, que se destaca mais que os outros. A Austrália eu não tenho muita informação, mas sabemos que eles têm um pivô que joga na NBA. Acredito que ele provavelmente será um dos pilares do time. Não sabemos se o David Andersen (pivô do CSKA) terá tempo de se recuperar, ou não, da lesão que sofreu este ano. É um grupo muito forte, provavelmente o mais forte do Mundial, mas isso poderá fazer com que a gente chegue melhor e mais preparado para próxima fase.

E além de nossas forças do grupo, quais outras equipes você acha que merece atenção?

Estados Unidos, Argentina, Espanha, Sérvia e Montenegro, alem da Grécia e Lituânia, já citados, são os principais times desse Mundial.


Nesse período no basquete ucraniano você dividiu a quadra com jogadores da escola do Leste Europeu. De que maneira isso mudou o seu jogo? Quais as grandes diferenças entre as escolas: primeiro a brasileira, depois italiana, e por fim, à do Leste Europeu?

Eu não acredito mais que existam estas tais diferenças no basquete. O nosso esporte está bastante globalizado, o que fica difícil dizer se um time joga com um estilo ou com outro. A estratégia que os times tentam fazer hoje em dia é neutralizar os pontos fortes do adversário e explorar seus pontos fracos.

O que esperar do Brasil, Guilherme?


Com certeza muita garra e determinação para alcançarmos os nossos objetivos.

* Giovannoni foi entrevistado por Guilherme Tadeu de Paula, editor do Draft Brasil
Fotos: Assessoria e CBB

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