Notas sobre o terceiro dia do Pré-Olímpico de Atenas

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Publicado em: 16/07/2008

Descontrole: Incrível o que aconteceu hoje com a Coréia do Sul. Faltando 2 minutos e com uma vantagem de 10 pontos, os coreanos conseguiram se desestabilizar tanto que cederam e acabaram eliminados do torneio. O que seria a grande surpresa da competição acabou em desastre oriental.

Canadá: Ganhou de presente a vaga. Os canadenses vêm mostrando pouco nesse Pré-Olímpico e me parecem a equipe mais fraca a ter avançado. Não devem incomodar.

Jogo duro: Quando previ jogo duro entre Canadá e Coréia do Sul, jamais imaginei a Coréia dominando a partida e entregando de maneira lamentável a classificação. Foi mais um daqueles momentos em que se vê como o basquete é um jogo imprevisível.

Arroyo e Ayuso: Os dois porto-riquenhos deram show no primeiro quarto da partida contra a Croácia. Porém, a irregularidade de Porto Rico custou a derrota e um jogo difícil contra a Eslovênia na próxima fase. Vale ressaltar, que depois de dois jogos ruins, não é de se duvidar que os porto-riquenhos elevem seu jogo e eliminem a Eslovênia.

Markota e Planinic: Os dois croatas ficaram de fora do jogo de hoje por causa de lesão. Damir Markota (lesão no joelho) inclusive está fora do restante do torneio

Reedição: Numa reedição da disputa de terceiro lugar do Mundial 2002, Alemanha e Nova Zelândia se enfrentaram hoje disputando o primeiro lugar do grupo B. Assim como na partida de seis anos atrás, Dirk Nowitzki foi o destaque na vitória alemã. Em 2002, ele fez 29 pontos juntamente com 8 rebotes, hoje, 35 pontos com 7 rebotes.

Estatísticas: Abaixo, disponibilizo os dois boxscores dos confrontos entre Alemanha e Nova Zelândia.
HOJEhttp://www.athens2008.fiba.com/pages/en … xScor.html
2002http://www.fiba.com/pages/en/events/com … _stat.html

Público: Ginásio lotado hoje para o jogo entre Grécia e Brasil. Excelente presença de público pela primeira vez na competição.

Grécia vs Brasil: O jogo mais falado do dia teve um resultado previsível, vitória grega. Porém, é preciso que não se faça críticas generalizadas como tenho visto. Para alguns só Splitter joga nessa seleção, para outros a defesa brasileira é em sua totalidade fraca; há ainda milhares de outras reclamações. É preciso que as críticas sejam feitas com a cabeça fria e tranquilamente, caso contrário, os erros nunca serão identificados e solucionados.
Hoje, o primeiro quarto brasileiro foi exemplar. A seleção jogou muito bem, marcou forte, atacou com organização e endureceu a partida contra os donos da casa. Porém, o segundo período foi catastrófico; defesa fraca e ataque desorganizado resultaram em vantagem grega no intervalo (10 pontos). Além disso, em marcação equivocada, a arbitragem marcou falta dupla de Huertas (quarta falta pessoal) e Spanoulis (no lance, Huertas foi empurrado pelo grego). Com isso, a armação ficou comprometida, afinal, Fúlvio não é jogador para seleção brasileira. Depois disso, a seleção não conseguiu encaixar um padrão de jogo no ataque e acabou derrotada.

Problemas: Entre todas as reclamações, várias não procedem, mas algumas são reais. O Brasil não soube sair da marcação pressão grega em nenhum momento, perdeu o padrão de jogo e acabou forçando inúmeras bolas. Além disso, um time amador consegue mais do que três assistências em 40 minutos. Pois bem, hoje, fora do padrão de jogo foi isso que o Brasil conseguiu. O número excessivo de desperdícios de bola, aliado aos poucos desperdícios da equipe helênica causaram um estrago monstruoso na seleção brasileira. Por fim, é necessário marcar melhor o perímetro adversário, faz tempo que estamos falhando nessa parte da defesa. Garanto que caso esses problemas não ocorressem, a partida teria sido muito mais parelha e disputada (como no primeiro quarto de jogo).

Marcelinho Machado: Não tem jeito. Nunca rendeu e não seria hoje que renderia em jogos de grande nível. No campeonato nacional é o rei dos lances livres, em jogos importantes da seleção, peca nesse quesito. Em jogos fáceis, acerta bolas de 3, em jogos complicados não passa de mais um tentando converter de fora. Em jogos amistosos da era Moncho, não força passes e arremessos, em jogos complicados, é um caminhão de desperdícios e chutes desequilibrados. É uma pena ter que citar isso mais uma vez.

Fúlvio: Seria melhor chamar Helinho ou até o já bisavô Ratto. Os dois citados conseguiriam atravessar a quadra de ataque e passar a bola para alguém. O armador reserva do Brasil, não consegue.

Alex e Huertas: Alex é um tremendo defensor, joga com raça e hoje pontuou bem. Deu uma enterrada seguindo um rebote ofensivo que foi espetacular. É uma forte arma na seqüência da competição. Já Huertas, jogou menos do que temos visto recentemente, mesmo assim, terminou com 14 pontos (9-10 nos lances livres); seu número excessivo de faltas foi fator determinante na desorganização do ataque brasileiro.

Splitter: É um monstro. Domina o jogo como ninguém e deu show no garrafão. Mesmo diante de atuação ruim da seleção, marcou e atacou muito bem. Deu dois tocos sensacionais.

Pós-jogo: Em entrevistas após o término da partida, os jogadores brasileiros pareceram saber que a falta de padrão de jogo foi fator determinante na derrota de hoje.

Vida ou morte: Sexta-feira, em horário a definir, o Brasil enfrenta uma verdadeira batalha contra a Alemanha. É necessário que os jogadores entrem com espírito de luta (não nos tem faltado) e que saibam da importância do jogo para o basquete brasileiro. Controlando bem o nervosismo, atacando de forma organizada (diferentemente do que ocorreu hoje) e marcando forte o tempo todo (garrafão e perímetro), vejo chances para a seleção verde-amarela.

Raoni Moretto
raokiller@hotmail.com

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