Notas sobre o quarto dia do Pré-Olímpico de Atenas
Dia de folga: Hoje temos o dia de descanso no Pré-Olímpico. Folga para os torcedores, que agora aguardam os jogos de vida ou morte de amanhã; folga para quem faz a cobertura do torneio pelo Draft Brasil e não precisa acordar às 6h50min para acompanhar todos os jogos. Os únicos que não terão folga são os jogadores, afinal, hoje é dia de treino para as partidas tão decisivas. Esperamos que o treino da seleção do Brasil seja proveitoso e que amanhã façamos uma boa partida.
Samuel Dalembert: Cortado da seleção canadense (aparentemente por indisciplina) não fez um bom torneio Pré-Olímpico. Assim como Dalembert, o Canadá me parece a equipe mais fraca a ter avançado às quartas-de-final e deve ser batido sem problemas pelos croatas na abertura da fase final da competição.
Horários: As partidas de amanhã terão a seguinte ordem: 7h; Croácia vs Canadá. 9h30min; Eslovênia vs Porto Rico. 13h30min; Alemanha vs Brasil. 16h; Grécia vs Nova Zelândia. O primeiro e o último jogo tem favoritos visíveis (Croácia e Grécia), porém os outros dois jogos serão disputadíssimos, dessa forma fica complicado prever qualquer resultado.
Adversário: A Alemanha não é o bicho papão que parece, tirando a dupla Dirk Nowitzki e Chris Kaman os alemães são uma equipe que pode ser batida pelo Brasil. Me parece que essa seleção alemã não tem um jogo coletivo considerável; aí é que está a chance do Brasil avançar.
Byra Bello: Sugeriu que Alex (1,91m) marque Nowitzki (2,11m) amanhã. É realmente uma comédia o nível dos comentaristas brasileiros (com exceção de Wlamir Marques). A diferença entre Nowitzki e Alex é de 20 cm, para um jogador como o alemão (de ótimo arremesso) seria como jogar livre.
Defendendo-se de Nowitzki: Deve começar por um revezamento entre jogadores com boa mobilidade e certa estatura. Ricardo Probst, Tavernari, Marcus Toledo e Splitter são os mais indicados para fazerem parte desse rodízio.
Controle: Em nota anterior, referi ao controle emocional grande importância na decisão de jogos que valem uma vaga olímpica. Pois bem, contra a Grécia o Brasil foi um descontrole só. Repetindo isso amanhã, estaremos mais uma vez fora das Olimpíadas.
Apreensão: Acho que todos os amantes do basquete no país estão ansiosos em relação ao jogo de amanhã. No início da tarde brasileira (início da noite grega), o Brasil decidirá o seu futuro, lembrando que uma vitória amanhã nos deixa bem perto de Pequim.
Críticas: Caso venha a perder o jogo e consequentemente seja eliminado do torneio, acho que é necessário que se entenda que Moncho Monsalve não é um culpado. Em pouco mais de um mês, o espanhol fez com que o Brasil finalmente atacasse de forma organizada e defendesse com força. No torneio de Acrópolis, fomos muito bem. É preciso entender que uma derrota amanhã, significa a consolidação de um modelo errado por inteiro. Falta de patrocínios ao basquete nacional, falta de apoio da mídia ao nosso campeonato, desinteresse do público em geral, desorganização da confederação nacional e principalmente, pela falha do sistema de base do basquete brasileiro. Moncho está tentando tapar o sol com uma peneira, se conseguir, entrará para a história do nosso basquete.
Soluções: Além de melhorar as categorias de base (prioridade total), o Brasil precisa de uma estruturação do basquete. Lembro sempre o exemplo do vôlei nacional. Com um trabalho sério, passou de força continental (junto com a Argentina) para força mundial. Para isso, a confederação precisa se organizar, a mídia divulgar e a base revelar.
Raoni Moretto
raokiller@hotmail.com