Uma análise tardia da final do NBB4
por Beto Jannarelli
Antes da final do NBB4 escrevi no quadro de palpites do Draft Brasil que acreditava no título de Brasília, por se tratar de um time mais rodado e experiente em finais. E também por causa de Alex Garcia.
O jogo único da final foi o único em que São José teve de jogar em outra cidade, Mogi das Cruzes, devido ao regulamento do torneio, que previa uma capacidade mínima de expectadores para o ginásio da final. E o ginásio de São José não atendia a essa capacidade. Isso pode ter tido alguma influência no resultado, mas a vitória do time da capital federal se deu muito mais pela excelente atuação defensiva durante os 40 minutos e por atuações individuais melhores dos seus atletas em 3 matchups.
Nas alas, Alex e Arthur se sobrepuseram a Laws e Dedé. Tanto o escolta americano quanto o ala ex-Franca tiveram atuações ofensivas bem abaixo da série contra o Flamengo, e, quando marcaram, foram engolidos pela dupla de Brasília. Na posição 4, nem Jéferson nem Chico conseguiram marcar Giovanonni, o MVP da final. Ciente disso, Régis Marrelli ainda tentou uma defesa zona (nessa hora alguém mais se lembrou da declaração de Nezinho sobre a “zona covarde” do Flamengo na final de dois anos atrás?) para jogar no erro de arremessos do perímetro e encaixar o jogo de transição. Mas Giovanonni acertou de tudo e São José viu a vantagem crescer ainda mais. Marelli voltou com a defesa individual. Ali dei o jogo por encerrado.
Destaco do jogo, também, dois momentos que ilustram o porquê de ter listado “Alex Garcia” como principal motivo do meu palpite para a decisão. Primeiro, no fim segundo quarto, quando São José teve um ataque de 8 segundos para terminar o primeiro tempo com uma cesta e tentar elevar a morel do time. O arremesso de fora sequer tocou no aro, mas os microfones da Globo captaram a bronca do capitão Alex nos armadores, que permitiram o arremesso. O segundo momento, muito parecido com o primeiro, aconteceu no último quarto, quando Arthur relaxou na defesa e não seguiu a rotação corretamente, permitindo a Dedé um chute livre de 3 pontos. Novamente sem cesta, mas com Bronca do capitão Alex. A intensidade do Bravo, mesmo em jogos com vantagens no placar, mostram porque ele foi o melhor defensor de todas as edições do NBB.
Justíssimo o título de Brasília. São José foi o melhor time do torneio; Murilo, o MVP disparado; Fulvio, o melhor armador, parece que está na melhor fase em nível técnico em toda a carreira; mas, o NBB4 mostrou que, até que algum time prove o contrário, para ser campeão no Brasil, o primeiro passo é ter em seu elenco o quarteto Nezinho, Alex, Arthur e Giovanonni.