Argentina derrota EUA e sagram-se campeões das Américas (Sub-18)
Há algum tempo atrás, ouvi de algum de nossos comentaristas de basquete que não era preciso nos preocupar com o basquete argentino a longo prazo. Afinal, a geração de Ginobili, Luis Scola, Nocioni, Oberto, Delfino e cia teria prazo de validade.
Assim, após todos esses talentos “naturais” encerrarem as suas respectivas carreiras, a Argentina ficaria completamente desguarnecida de material humano, pois a “geração de ouro” seria uma obra do acaso.
Ledo engano! Lembra-se da Copa América Sub-18 realizada em Formosa, Argentina? Aquele torneio para o qual o Brasil não classificou por não ter conseguido ficar entre as três melhores seleções Sub-17 da América do Sul?!
Pois bem, os argentinos acabam de conquistar esse torneio, de forma invicta, batendo os norte-americanos na final, por 77 x 64.
O resultado realmente impressiona. Afinal, em 5 edições da Copa América Sub-18, os norte-americanos só não conquistaram o ouro em 2002 (Porto Rico venceu) e os argentinos foram vice dos norte-americanos em todas as 4 vezes que alcançaram a final.
Além disso, engana-se quem pensa que os norte-americanos enviam garotos de quinta categoria para este torneio.
Em 2006, por exemplo, quando derrotaram os argentinos na final, por 104 x 82, os EUA contaram com Michael Beasley (Miami Heat – 2ª escolha do Draft 2008), Spencer Hawes (Sacramento Kings – 10ª escolha do Draft 2007), Jerryd Bayless (Portland Trailblazers – 11ª escolha do Draft 2008). Na edição retrasada (2002), a esquadra norte-americana foi comandada por Carmelo Anthony, Chris Bosh, Deron Williams e Andre Iguodala.
A equipe deste ano não destoa: garotos como Kemba Walker (MVP do torneio), Malcom Lee, Travis Releford, JayMychal Green e Ryan Kelly têm potencial de sobra para entrar na NBA nos próximos anos.
Isso serve apenas para demonstrar a qualidade e o potencial desta nova geração do basquete argentino, comandada por Matias Nocedal, com o apoio de Luciano González, Pablo Orlietti, Mateo Gaynor, Juan Manuel Fernandez.
Pelo visto, vamos ter que aturar (ou apreciar?) os argentinos durante muito tempo…
Nota: Além dos argentinos e dos norte-americanos, vale ficar de olho no canadense (ou sudanês?) Mangisto Arop. O garoto termiou o torneio com médias impressionantes: 17 pontos, 10 rebotes e 2 assistências. Ele é um ala-armador de 1,97 metros e já foi recrutado para a Universidade de Gonzaga (John Stockton, Adam Morrison, Ronny Turiaf e JP Batista).