Considerações sobre a seleção em São Carlos – Parte Dois
Continuando com os apontamentos sobre a seleção em São Carlos, o tema a ser abordado agora será o garrafão.
Com Tiago Splitter, Nenê Hilário, Anderson Varejão, Guilherme Giovanonni e Caio Torres, podemos afirmar – e Magnano assim o fez durante as coletivas – de que temos um garrafão de luxo. Começando a desenhar dois sistemas de jogo dentro da área pintada, um mais imponente e agressivo com Nenê e Varejão e outro mais móvel com Splitter e Giovanonni, teremos vantagem nesse quesito contra quase todas as seleções que estarão presentes em Londres.
Outro ponto a ser destacado foi o belo trabalho ofensivo por parte do garrafão brasileiro. Intimidador, Nenê quando motivado consegue desequilibrar qualquer partida. O problema é que chegou a ser comum observamos o brasileiro “sumir”, enquanto jogada pelo Denver Nuggets, nos momentos chaves de jogo. Durante a partida contra a Grécia, com exceção da incrível enterrada pra cima de Bourousis, o são-carlense foi bem mais discreto do que nas partidas anteriores (quando importunou as defesas adversárias com muita movimentação e potência ofensiva). Talvez seja o caso de Magnano procurar uma forma especial de enquadrar o jogador durante esses momentos.
Também ficou bastante evidente durante os jogos de que ainda precisamos evoluir na defesa dentro da área pintada. Todavia, isso não não deverá nos causar grandes problemas pois contamos com pivôs que gostam de defender e a nossa referência nesse quesito, Anderson Varejão, ainda está longe da forma física ideal.
Outro ponto importante a ser destacado foi o de que o Brasil começou a mostrar lampejos de que estamos deixando a dependência das bolas de três pontos e do jogo de transição que domina o NBB e o basquete por essas bandas. Procurando o jogo interior, as bolas de três da seleção foram bem mais contidas e equilibradas. Com ótimos arremessadores, a estratégia de começar os ataques através do poste alto com Nenê, Varejão e Splitter abre espaço para jogadores como Marcelinho Machado e Marquinhos (também Leandrinho, quando retornar) matarem suas bolas, assim como foi durante a partida contra a Grécia.
No terceiro e último post sobre a seleção em São Carlos, falarei um pouco sobre o jogo coletivo do Brasil, as rotações proporcionadas por Magnano e outros pormenores dignos de nota.