Considerações sobre a seleção em São Carlos – Parte Três
Na terceira parte do “especial” sobre a seleção em São Carlos, tentarei falar um pouco sobre o jogo coletivo do Brasil, as rotações feitas por Magnano e outros pormenores dignos de nota.
A priori, devo destacar que a partir de um jogo multifacetário o Brasil demonstrou ter, de fato, um time. Buscando o jogo coletivo e utilizando a todo instante o banco de reservas, a seleção pareceu, ao menos durante esses jogos, que pode contar com praticamente todos os jogadores do elenco durante as partidas e ainda assim manter o mesmo nível de jogo.
No garrafão, ao menos nesse esse começo, Magnano pareceu ter preferência em jogar com uma dupla mais móvel, composta de Splitter e Giovanonni (que também foi utilizado como 3 durante os jogos e correspondeu) e outra mais fincada dentro do garrafão e jogando no poste baixo com Nenê e Varejão. É claro que esses quatro jogadores, dependendo das circunstâncias e dos adversários podem coexistir. Caio Torres também não foi mal e correspondeu quando acionado. Já Augusto Lima parece estar fora da rotação e teve raros minutos nos três jogos. Todavia, me parece ser um jogador que difere de Caio Torres e traz algo diferente no time de Magnano. Jovem, alto e bom defensor, o jogador do Unicaja traz uma mobilidade e jogo de meia-distância ao garrafão brasileiro que nenhum dos outros quatro pivôs do time tem como principais características (talvez seja por isso que Magnano preferiu cortar Benite e Nezinho, que tiveram mais tempo de jogo em São Carlos, do que ele).
Quanto ao resto da rotação, ainda que alguns jogadores não tenham se entrosado até o momento da melhor forma (Larry e Raulzinho demonstraram dificuldades em ditar o ritmo do ataque brasileiro de modo semelhante à Huertas) e outros ainda não tenham atuado (caso de Leandrinho, que deve voltar durante o Super 4 de Buenos Aires), o Brasil mostrou que conta com um elenco de apoio competente e que sabe fazer seu trabalho quando acionado.
Temos também dois jogadores com características de sexto-homem, Marcelinho Machado e Leandrinho. Se Magnano mantiver a equipe principal com Alex e Marquinhos nas posições de escolta e ala, Leandrinho traria uma energia à segunda unidade brasileira que poucas seleções têm a sorte de contar em seus elencos. Machado também poderia fazer essa função com suas bolas de três pontos e uma visão de jogo acima da média.
As várias possibilidades destacadas acima foram confirmadas com as rotações proporcionadas por Magnano durante o Torneio Eletrobras. Utilizando quase todos os jogadores da rotação durante as partidas, o argentino mostrou confiar no elenco que tem. Em todo caso, é certo de que, durante as Olimpíadas, as rotações serão mais escassas e será de suma importância às pretensões do Brasil que os jogadores que entrarem mantenham o nível e apresentem soluções aos desafios apresentados durante os jogos.
Em suma, os pontos destacados acima e nos dois posts anteriores foram o que de mais relevante saltaram aos meus olhos durante os três dias em que estive em São Carlos. É claro que existem muitos outros assuntos a serem abordados e que as opiniões aqui destacadas são provisórias e podem se confirmar ou não durante o seguimento da preparação brasileira. Em todo caso, me agradei muito com o que vi e acredito que a seleção esteja no caminho certo. E você, o que achou da seleção até agora nos jogos e o que acha que nos espera em Londres? Comente e participe com a gente!