Um olhar esloveno no Pré-Olímpico, por Matej Bergant
Eis aqui uma pequena apresentação sobre a seleção da Eslovênia que estará na Grécia no próximo verão para a disputa de uma das três vagas que restam para os jogos olímpicos da China.
A Eslovênia está no grupo B, junto com Coréia do Sul e Canadá.
A Federação de Basquete decidiu disputar este torneio com a mesma comissão técnica que esteve presente no ultimo Eurobasket, disputado na Espanha, quando o nosso técnico, Ales Pipan, levou o jovem e inexperiente time ao sétimo lugar da competição. (a Eslovênia atuou sem a presença de jogadores como Bostjan Nachbar, Beno Udrih e Sani Becirovic)
Gostaria também de citar que este time esteve a um minuto e dois pontos (!) de conseguir uma vaga para jogar nas semifinais.
Isso porque a Grécia, sede do pré-olímpico, derrotou a Eslovênia por apenas um ponto, no final do jogo, para vencer por 63 – 62 e garantir a vaga entre os quatro melhores.
Depois desta dura derrota, o time jogou contra a Alemanha de Dirk Nowitzki e perdeu outra partida apertada, desta vez, 69 – 65.
Após os dois fracassos, a seleção era obrigada a vencer a sua última partida, que colocaria o time na sétima posição e daria direito a vaga para a disputa deste pré-olímpico.
Eles jogaram bem, jogaram duro e conseguiram.
A vitória foi sobre a França por 88 – 74, após jogo bem disputado.
Eslovênia, um jovem país independente, agora tem a chance de se classificar para seus primeiros jogos olímpicos. Neste momento ainda é difícil dizer qual tipo de seleção o técnico Pipan pretende levar para este torneio, mas ele já escolheu os jogadores que irão disputar as 12 vagas no grupo que viaja para a Grécia.
São eles: Becirovic (Panathinaikos Athens), Capin (Panionios Athens), Dragic (Union Olimpija), Klobucar (Geoplin Slovan), Joksimovic (Hemofarm Vrsac), Lakovic (Barcelona), D. Lorbek (Estudiantes Madrid), Mocnik (Union Olimpija), B. Udrih (Sacramento Kings), S. Udrih (Granada), Cebular (Rosalia de Castro), Jagodnik (Hemofarm Vrsac), Maravic (BC Kiev), Nachbar (New Jersey Nets), Preldzic (Fenerbahce Ulker), Primoz Brezec (Detroit Pistons), Krusic (Helios Domzale), E. Lorbek (Lottomatica Roma), Nesterovic (Toronto Raptors), Rizvic (Union Olimpija), Slokar (Triumph Moscow), Smodis (CSKA Moscow), Gasper Vidmar (Fenerbahce Ulker), Zagorac (Anwil Wloclawek), Zupan (Union Olimpija).
Ainda que seja difícil prever quais jogadores serão convocados, tenho a opinião de que será praticamente o mesmo time que estava no Eurobasket, com a inclusão de nomes com mais experiência, como Udrih e Nachbar. Além é claro, de sempre existir o risco de cortes devidos as contusões.
Na minha opinião, também está muito claro quem são os favoritos para estas três ultimas vagas: Grécia, Eslovênia e Croácia.
Não vejo a seleção grega tendo muitos problemas até a fase semifinal, onde tudo correndo de sua forma natural, vão enfrentar a Eslovênia.
Todos na Eslovênia estão um pouco preocupados com esse jogo, mas para estarmos lá, primeiro teremos que vencer o Canadá e a Coréia do Sul. Para aí sim, passo a passo, podermos provar que merecemos estar entre os principais favoritos. Eu não subestimo nenhuma seleção neste torneio, mas acredito que as seleções da Europa têm a clara vantagem, devido ao fato de estarem no seu próprio continente e ainda serem times melhores e mais organizados taticamente. Alemanha, Porto Rico e Brasil correm por fora nesta disputa, enquanto as outras seleções não me parecem fortes o suficientes para causar qualquer tipo de surpresa.
Como sei que estou escrevendo este texto para os amigos do Brasil, gostaria de dar a minha opinião a respeito da seleção. Eu acredito que vocês têm muito talento e muitos jogadores de grande qualidade, mas existe a necessidade de melhores técnicos e outros profissionais envolvidos com o basquete, para levar o time ao próximo nível de qualidade. Penso que a Confederação Brasileira fez uma boa escolha ao contratar o bem-falado treinador Moncho Monsalve para trabalhar com a seleção.Talvez com isso, alguns jogadores que tiveram problemas na hora de decidir se apresentar àseleção, possam fazer isso com mais boa vontade.
O primeiro trabalho do novo treinador deve ser reunir um time com jogadores que realmente tem interesse em defender a seleção. Eu acredito que defender o seu país deve ser um prazer e não algo que vai servir apenas para deixar o jogador cansado e insatisfeito. É melhor poder contar com jogadores que vão se dedicar ao máximo durante a competição do que jogadores com mais fama e talento, mas que não se sentem bem ou focados para jogar. Como exemplo, cito o técnico da própria Eslovênia, que durante o Eurobasket fez um ótimo trabalho ao convocar um time muito jovem e muito talentoso, mas sem tanta experiência. Eles jogaram como uma equipe solidária todo o tempo e tiveram sucesso na campanha.
Considero os jogadores brasileiros capazes de conseguir esta vaga, mas eles têm que provar isso dentro da quadra. Será muito difícil vencer a Grécia na primeira fase, mas depois disso, o Brasil pode conseguir surpreender na fase seguinte.
Ah! Se alguém encontrar com o Varejão, digam para ele não aparecer na Grécia… ouvi dizer que alguns fãs do Zizis estarão a procura dele.
Matej Bergant (Eurobasket.com) – Tradução: Diego Silvestrini
Foto: Fiba Europe