Traffic, Ana e o Esporte em disputa

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Publicado em: 6/01/2009

Uma no cravo, uma na ferradura.

Na carona da repercussão que trouxe a Folha de hoje, cabe ampliar o debate a outros setores para além do futebolístico. A notícia é de uma transparência única e bota os pingos nos is sobre a que se propõe a política nacional de esporte: J. Havilla, dono da Traffic, empresa que toma conta do futebol do Palmeiras e “empresta” jogadores ao Corinthians, Fluminense, São Paulo e Vitória, foi nomeado conselheiro do Ministério do Esporte.

Ainda segundo a Folha, Havilla entrou como um dos seis “representantes do desporto nacional”.

A medida, com o suposto pretexto de “ouvirmos todas as classes interessadas” expõe o vampirismo que toma conta daquilo que erroneamente chamamos de “polítiva esportiva no Brasil”.

No terreno da pólis, a suposta organização social segue o clichê básico do modus operandi da dominação na modernidade: pelo bem nacional, os nossos bens.

Ou alguém acredita que quando Havilla votar as prioridades para a aplicação dos recursos do Ministério – uma das responsabilidades do Conselho – vai mesmo abstrair todos os seus interesses bilionários em jogo para pensar uma política esportiva “nacional” ?

De outro lado, é de se celebrar a nomeação para o mesmo conselho de Ana Moser, que recentemente deu uma aula aos senadores em debate proposto pela Câmara Alta do Estado Nacional.

Sem querer parecer contraditório, tal fato me parece iluminar que, mais que migalhas simbólicas aos que lutam por uma política social, a disputa está aberta e que só um debate público ampliado pode empurrar pra lá o detestável “marketing esportivo” que coloca roupas de ciência no oportunismo.

Guilherme Tadeu de Paula (guilherme@draftbrasil.net)

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