Entrevista com Julio Lamas, o técnico do Libertad Sunchales
Primeiro fruto da parceria estabelecida entre Draft Brasil e o Sunchales Hoy , disponibilizamos, em português, a entrevista com o treinador do Libertad Sunchales, time que deu uma lição em dois poderosos clubes do basquete brasileiros e sediará, a partir desta quarta-feira, o Grupo C da Liga das Américas.
Os méritos da entrevista são todos da equipe do jornal Sunchales Hoy.
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Lamas: “Jogar no “El Hogar” nos deixa mais fortes e dá mais chances”
Disputar o quadrangular da Liga das Américas no “El Hogar” dos Tigres é um feito, por si só, histórico. As lesões, contratempos, substituições e chances são analisadas pelo treinador aurinegro numa entrevista exclusiva com o Sunchales Hoy.
É o condutor do atual campeão da Liga Nacional e será o anfitrião de um dos torneios de basquete mais importantes desta parte do mundo. Julio Lamas é consciente que as lesões complicarão este desafio, mas as substituições e o mando de quadra podem reverter tais debilidades. Em uma entrevista mano a mano, às vésperas da estréia, o treinador analisou todos os aspectos deste grupo que deixará um classificado apenas para o Final Four.
“Para Libertad é um orgulho poder representar a cidade e um país nesta competição internacional. Para nós é uma motivação desportiva enorme medirmos força com as melhores equipes da América e isso ser em casa agrega um valor especial de deixar a melhor impressão e tratar de conseguir os melhores resultados. Também penso que é um espetáculo de entretenimento em nível internacional e uma chance para a cidade e a região desfrutar o momento”, começou dizendo.“Todas as competições – continuou – são uma oportunidade e em todas queremos fazer o melhor papel. Não temos sensações nem desejos de revanche, sempre queremos conseguir o melhor resultado possível e esta possibilidade nos abre a partir de jogar bem e tratar de nos classificarmos ao Final Four”.
Como chega a equipe?
“A equpe chega com as inoportunas lesões por todos conhecidas que nos obrigam a estar incompletos. A estas baixas, o clube tem buscado uma solução com três
contratos temporários por um mês para tratar de superar as ausências sofridas”.
Chegaram Ginóbili e Saglietti?
“Não sabemos se Ginóbili e Saglietti estarão para jogar, mas se fizerem, sem treinar no último mês, chegando quase em cima da hora, não terão o nível que têm habitualmente. No entanto, tomara que cheguem porque podem nos dar uma mão já que, afinal, temos que superar as deficiências”.
Sabe-se que o grupo é difícil. Tem que prestar mais atenção nas equipes do Brasil e esquecer-se do Chile?
“No caso do Chile como um dos rivais, tem que ter em conta e entender que uma equipe chilena ganhou do Regatas Corrientes em Mar del Plata este ano, nesta mesma competição. A força das equipes brasileiras é inevitável porque na Liga das Américas jogam os melhores de cada país, assim que a única forma de avançar é jogar bem. Isso tem que fazer para ter opções de ganhar um partido: jogar bem ou muito bem, senão não adianta”.
Ao mesmo tempo, é bom que haja equipes difíceis…
“Claro que é bom, é a motivação de que falávamos. É uma possibilidade de progredir e medir com os melhores. Faremos todo o possível para dar a melhor imagem jogando e buscar a classificação”.
No que influencia o mando de quadra?
“Jogar aqui aumenta nossas possibilidades, depois se verá o quanto. O primeiro que temos que fazer é jogar bem para depois, estando em casa, nos sentindo mais cômodos, aproveitar o apoio. Mas com isso só não alcança-se o que queremos, porque em Mar del Plata ficaram fora as duas equipes argentinas. Por isso, não nos confundamos com isso: primeiro temos que fazer um bom trabalho, os jogadores e o corpo técnico, de rendor o mais alto nível possível para aproveitar a possibilidade de estar em casa e aí sim que seja um valor agregado. De todas as formas, como se deu tudo, com os machucados, com as duas equipes brasileiras… se estivéssemos ido ao Brasil, teria sido mais difícil, agora temos uma oportunidade a mais e faremos o possível para aproveitá-la.”
Como vai ser o quadrangular?
“Estamos iguais, todos, o que melhor jogar cada dia e as três rodadas classificará. A margem de erro é mínima, não dá pra se equivocar, tem que render em um nível superlativo todas as noites, não se pode estar em baixa uma noite ou jogar mal outra, tem que tratar de jogar de bem a muito bem sempre”.
É bom jogar primeiro com a equipe do Chile e esperar para ver como se define o clássico do Brasil?
“É bom jogar com os chilenos no primeiro dia se ganhar e logo, no dia seguinte, ganhar outra vez, senão vira tudo uma anedota. Aqui o mais importante é utilizar nossa motivação para que se converta em energia e concentração e poder fazer que os jogadores que estão por toda a temporada na equipe renda bem e os de contrato temporário mais algum potencial retorno possam dar uma mão entre todos e buscar a classificação. Depois disso, facilidades nem vantagens vão existir”.
Fotos: Sunchales Hoy (1ª em destaque: Lamas e os jogadores no treino; 2ª foto/interna: Andrés Pelussi – capitão doLibertad, junto a Alstom, terceiro americano incorporado para la Liga das Américas.
Tradução livre: Guilherme Tadeu de Paula