Disputa interna da NBA pode afetar futuro da seleção
No meio desta semana o jornalista americano Chris Thomasson levantou uma muito pouco divulgada informação de grande importância para os fãs de basquete brasileiros. Thomasson aponta que caso a seleção americana não vença o mundial pode ser ver na situação de disputar o pré-olímpico com uma equipe ainda mais fraca e inexperiente que a deste mundial. O motivo é simples: caso a NBA entre em greve, seus jogadores ficariam proibidos de atuarem em competições internacionais até a situação se resolver. Evidentemente este não é um problema que atingiria só a NBA, mas diversas outras equipes internacionais, e a seleção brasileira seria uma das mais diretamente atingidas.
Para quem não conhece a situação, a CBA – acordo que rege as relações entre equipes da NBA e seus jogadores – vence ao final da próxima temporada. Os donos de times querem mudanças radicais que reduzam a gastança desenfreada com salários e também o poder de barganha dos jogadores. Para se ter uma idéia os donos chegaram a sugerir que os contratos já firmados com atletas pudessem ser reduzidos. É lógico que o sindicato dos jogadores não quer nem ouvir falar em nada disso e deseja que tudo fique exatamente como está. As negociações até aqui avançaram tão pouco que não só a greve parece inevitável, mas a quem fale na possibilidade da liga terminar sem uma temporada de 2011/2012.
Para quem não se lembra a última greve da NBA aconteceu em 98 e coincidiu com o Mundial disputado na Grécia. Os americanos na época foram forçados a levar um time formado por jogadores que atuavam na Europa e alguns universitários. O que poucos se lembram é que a situação não afligiu somente os americanos. Os campeões iugoslavos, por exemplo, não contaram com os serviços de Vlade Divac ou mesmo do jovem Peja Stojakovic que acabara de assinar com o Sacramento Kings, a Lituânia ficou sem Arvydas Sabonis, etc. Pelo que pesquisei somente um jogador da NBA jogou aquele mundial, o pivô australiano Chris Anstey. A presença do australiano sugere que o acordo não deve ser radical a ponto de proibir completamente a participação dos jogadores, mas a ausência de nomes de destaque como Divac e Sabonis deixa claro que deve ser muito difícil conseguir a liberação. Como o corte forçado de Andrés Nocioni nos lembrou as equipes tem muito poder sobre os atletas.
Caso esta situação aconteça o grande beneficiado no pré-olímpico americano será Porto Rico. A proibição só atinge atletas sob contrato e os armadores Barea e Arroyo, destaques porto-riquenhos na liga norte americana, estão no ultimo dos seus (o mesmo vale para Carlos Delfino, mas em compensação os argentinos perderiam Ginobili, Nocioni e Scola). Ocasionalmente no Mundial poderemos ver uma formação com Huertas, Alex, Marquinhos, Guilherme e Murilo, não é certo, mas é possível que nós teremos que contar com uma equipe similar a esta na disputa da vaga olímpica.