Análise Draft Brasil – March Madness 2013 – Região West
Por Luiz Gomes
Cabeça de chave #1 – Gonzaga
“Ele jogou em uma universidade pequena”. Para quem é do tempo da NBA na TV aberta, esta deve ter sido a 1ª frase ouvida sobre a universidade de Gonzaga. O “ele” em questão é John Stockton, jogador que mais vezes deu passes para seus colegas pontuarem na NBA, e o termo “pequena” era totalmente condizente com a situação, afinal a 1ª aparição dos Bulldogs no March Madness foi em 1995. A 2ª participação só ocorreu em 1999, quando comandada pelo técnico Dan Monson, por muito pouco não foi a “Cinderela” (zebra) da competição, sendo eliminada pela futura campeã Connecticut no “Elite 8”. Naquela temporada, Adam Morrison (uma alta escolha e uma grande decepção do Draft) e o brasileiro JP Batista faziam parte do elenco da universidade situada em Spokane (Washington).
Na temporada seguinte, Monson se mudaria para Minessota e o assistente Mark Few assumiria o comando dos “Zags”. Few emplacaria, contando com este ano, 14 participações na fase de mata-mata do campeonato. Ainda não repetiu o desempenho de 99, mas esta temporada tem tudo para ser diferente. Com uma campanha de 31 vitórias em 33 jogos (venceu todos os 16 jogos dentro da sua conferência pelo 4º ano seguido), a equipe será pela 1ª vez em sua história a cabeça de chave #1 do quadrante e ainda foi reconhecida, com controvérsias, como a melhor do país durante a fase de classificação – alguns sites especializados em ranqueamento universitário, como o Kenpon, a colocaram no máximo na 4ª posição. Destaque para a dupla Kelly Olynyk e Elias Harris que fazem do ‘frontcourt’ de Gonzaga um dos melhores do país. Depois de gastar seus 2 primeiros anos na reserva de seu compatriota e agora membro dos Lakers, Robert Sacre, o canadense Olynyk teve um temporada muito boa, com médias de 17,5 pontos (62,5% de aproveitamento nos arremessos de quadra), 7,2 rebotes, 1,2 tocos e 37,2 de eficiência (a mais alta da NCAA), ele é o jogador a ser visto nesta parte da tabela. Este desempenho rendeu ao cabeludo uma boa cotação no próximo draft: vários sites, entre eles DraftExpress, NBADraft, ESPN e CBS, projetam Olynyk sendo escolhido até 16ª posição. Some-se a isso um ‘backcourt’ muito competente, com Kevin Pangos e Gary Bell sendo bons pontuadores do perímetro (42,2% e 39,0% de aproveitamento nos tiros de 3 pontos) e mais o polonês Przemek Karnowsk, Sam Dower e, o filho de seu mais ilustre jogador, David Stockton (para honrar a família é o melhor passador do time, com 3,3 assistências de média) e o resultando será a melhor eficiência ofensiva dentre as 347 universidades que iniciaram o torneio: segundo o site Basketball References, os Bulldogs anotam 118,7 pontos a cada 100 posses de bola.
Porém nem tudo será um conto de fadas no caminho até o Final Four. Antes do final do quadrante as ameaças que podem fazer a carruagem virar abóbora são Pittsburgh, Kansas State e Wisconsin, equipes que possuem um jogo físico mais intenso e um ritmo mais lento, resultando em um menor número de posses de bola, o que não vem muito ao encontro do estilo mais leve de Gonzaga. Se sobreviver, os possíveis adversários na final da região West serão, as não menos fáceis Ohio State, New México ou Arizona. Como disse Peter Woodburn do SBnation, “chegou a hora de mostrar se a ex-Cinderela trocou seus sapatinhos de cristal por botas com bico de aço”.
A região West pode até ser considerada a mais fraca em termos técnicos, como afirmam os analistas Seth Davis, da Sports Illustrated e a dupla Bruce Pearl e John Gasaway da ESPN, porém é a mais aberta do March Madness. Segundo o blogueiro e estatístico do New York Times, Nate Silver, Gonzaga aparece com 33,4% de ir ao Final Four, seguido de Ohio State com 23,8%. Além disso, as probabilidades de Wisconsin (9,5%), New Mexico (9,3%) e Arizona (8,1%) fazem da região West, o quadrante com menor diferença de probabilidades entre os 5 melhores ranqueados. Na rodada inaugural, destaque para o confronto entre Wisconsin X Ole Miss. Na 2ª rodada, o provável encontro entre Gonzaga X Pittsburgh, o que colocará frente a frente os estilos contrastantes. Ainda na 2ª rodada, grandes chances de vermos New México X Arizona. A Cinderela da chave? Belmont é uma boa aposta.
Fique de Olho!
Kelly Olynynk (Gonzaga): O “soft” ala júnior dos Bulldogs produziu 17,5 pontos/partida e 7,2 rebotes/partida em 2012/2013.
Steven Adams (Pittsburgh): Pivô neozelandês ao melhor estilo “lenhador”, estabeleceu média de 2,0 tocos/partida pelos Panthers e é cotado para estar entre as 10 primeiras escolhas no Draft da NBA em 2014.
Tony Snell (New Mexico): Armador júnior, pode produzir o melhor duelo dos alas/armadores da competição na 2ª rodada, caso os Lobos se classifiquem e peguem a equipe de Arizona.
Solomon Hill (Arizona): Como dito acima, o ala sênior dos Wildcats pode enfrentar New Mexico e proporcionar uma grande partida. Pode aparecer na 2ª rodada do Draft da NBA deste ano ainda.
Outros jogadores que podem fazer barulho são DeShaun Thomas (possibilidade de ser fisgado na 1ª rodada do Draft) e Aron Craft de Ohio State (minha aposta para vencer a região), Kendal Willians e Alex Kirk de Wisconsin, Brandon Asheley de Arizona, Rodney McGruder de Kansas State, Marshall Hendersosn da Ole Miss e Jack Cooley de Notre Dame.
Palpites do Draft Brasil – Região West