A algumas horas do segundo NBB
Estamos a apenas algumas horas do início da segunda edição do Novo Basquete Brasil, organizado pela Liga Nacional de Basquete. Há alguns anos atrás era improvável pensar em um campeonato organizado, rentável, com bom público e bons jogos. Também era improvável pensar em um Campeonato Nacional sem confusões e incertezas. Desde o ano passado esse cenário mudou. Estamos vivendo uma nova era no basquete brasileiro. A criação da LNB e a primeira edição do NBB trouxeram inúmeras alegrias para os amantes da modalidade no país. O primeiro campeonato teve erros, entretanto, os acertos se destacaram mais. Com 245 jogos realizados e um público total de 593.847 espectadores, o NBB confirmou essa nova fase do basquete. O público compareceu aos ginásios (médias de 2 mil torcedores por jogo na fase de classificação e 6 mil nos playoffs- sendo que 12 mil só nas finais). Essa média de público das finais (e de todo os playoffs) foi com certeza um dos pontos mais fortes de toda a competição.
Agora estamos na véspera do começo da segunda edição. E a algumas horas do início do campeonato que promete o maior profissionalismo em toda a história dos nacionais de basquete, algumas mudanças já podem ser consideradas como boas.
Primeiramente o novo sistema de estatística do NBB precisa ser citado. O sistema em tempo real levará dinamismo ao torcedor que acompanha os jogos pelo computador e pela primeira vez na história um campeonato brasileiro terá estatísticas de primeiro mundo. É uma evolução e tanto, afinal, há anos o público clamava por um sistema melhor para acompanhar os jogos online e poder estar por dentro de todos os jogos, times e jogadores.
Além do salto de qualidade com as estatísticas online, teremos um salto de qualidade dentro da quadra. O número de estrangeiros dobrou, alguns times chegam a ter três em seu elenco e o nível técnico promete ser o mais alto em anos. Alguns desses estrangeiros tem qualidade atestada e não são incógnitas, ou seja, devem brilhar no NBB. Além dos gringos, a volta de jogadores importantes no cenário brasileiro para o campeonato doméstico promete abrilhantar a competição. Uma quantidade significativa de jogadores que defenderam a seleção brasileira em competições importantes do cenário mundial jogará o NBB. Será uma das maiores oportunidades de assistir de perto os grandes nomes do basquete nacional.
As mudanças no campeonato (como a classificação de doze equipes para os playoffs) estarão a prova, mas aparentemente, ajudarão as equipes menores a brigarem por algo durante o torneio. Essa medida com certeza agradará todas as torcidas e deixará o torneio mais emocionante. Além disso, os patrocinadores das equipes menores terão seu nome ligado a disputa de playoff e devem ter mais retorno.
A questão do profissionalismo na gestão esportiva foi o tema mais abordado por Kouros Monadjemi, presidente da LNB no lançamento da segunda edição do NBB. Segundo Kouros, profissionalizar a gestão esportiva em todos os segmentos é a missão dos 14 clubes que disputam o campeonato. Ele ainda citou que há três anos o basquete era uma guerra, a primeira etapa (unificação dos clubes) foi vencida. A segunda etapa é profissionalizar o esporte. Kouros tem razão em todas as suas declarações e a princípio o NBB segunda edição conseguirá atingir essas metas.
Para ilustrar isso, a padronização de tabelas, aros e redes (outra novidade dessa edição) atesta um profissionalismo nunca visto no Brasil. Adotando esse padrão de grandes ligas, o NBB se mostra com muitos ganhos antes mesmo do início de sua segunda edição.
A algumas horas do segundo NBB, a expectativa é grande. Espera-se o melhor campeonato nacional já visto, um profissionalismo que era surreal há alguns anos e um nível técnico considerável. Os acertos da LNB estão aí, agora, é a hora da bola subir, times e torcidas brilharem e o torneio atingir os objetivos propostos.
Raoni Moretto
raokiller@hotmail.com
Foto: LNB