A coisa apertou, o velho Brasil apareceu…
Que a Grécia é uma equipe tecnicamente e fisicamente muito superior à brasileira, todo mundo sabe; que os gregos gostam de provocar, estamos cansado de saber (Varejão que o diga); que eles pressionam a arbitragem o tempo todo, ao ponto de levarem uma falta técnica nos últimos segundos de uma partida ganha, também não é novidade alguma.
Infelizmente, o que não esperavamos na partida desta quarta-feira é que a seleção brasileira fosse cair tão facilmente na mais conhecida armadilha dos gregos: a marcação pressão.
Ao contrário do que aconteceu no Torneio de Acrópolis, os jogadores brasileiros mostraram-se completamente inoperantes contra a pressão exercida pelos altos jogadores gregos.
Nesse momento, foi exposta não apenas a nossa inferioridade técnica, mas principalmente a inferioridade psicológica.
Após um bom primeiro período, os gregos adotaram a marcação pressão quadra inteira, que acabou tendo sobre os brasileiros o mesmo efeito do chocalho da cascavel em suas presas: os jogadores ficaram parados atônitos e pareciam aguardar a chegada dos jogadores adversários.
E a inércia mental não acabou por aí. Quando a seleção conseguia superar a marcação pressão, tentava superar a defesa grega na base da marra e da individualidade.
E foi neste segundo período que o técnico Moncho Monsalve foi finalmente apresentado ao bom e velho Marcelinho Machado. Machado não conseguiu superar a marcação pressão grega nenhuma vez, mas insistiu em tentar. Além disso, abriu uma avenida na defesa brasileira e forçou arremessos daqueles de tirar os torcedores do sofá.
Para piorar a situação, Fúlvio precisou ser lançado, por conta do problema com faltas de Huertas, e acabou contribuindo bastante para o acúmulo de erros na seleção brasileira.
João Paulo Batista lembrou aquele jogador que tolamente desperdiçou a bola que resultou na eliminação de Gonzaga para UCLA há uns anos atrás, pelo torneio universitário de basquete norte-americano. Visivelmente, nervoso, o ala-pivô conseguia errar antes mesmo da marcação grega se aproximar…
Com Moncho Monsalve visivelmente irritado no intervalo, a equipe brasileira voltou com um pouco mais calma para o segundo tempo, mas a vaca já tinha ido para o brejo e a equipe continuava com grande dificuldade de produzir coletivamente no ataque.
No meio do apagão brasileiros, alguns poucos pontos positivos puderam ser observados. O principal deles, foi a luta constante até o final da partida.
Individualmente, Tiago Splitter, para variar, teve uma atuação excepcional. Com farto repertório ofensivo, nem os muitos arremessos livre desperdiçados impediram que Splitter fosse o cestinha da partida. Além disso, o ala-pivô teve mais uma grande atuação defensiva.
Outro que teve uma grande atuação foi Alex Garcia, principalmente na defesa. Alex não se entregou até o final do jogo e foi premiado com uma belíssima enterrada.
E para finalizar, um dado lamentável para alertar a nossa comissão técnica: 63 pontos dos 69 do Brasil foram marcados pelos 4 principais jogadores do Brasil (Splitter, Alex, Huertas e Machado). Quer um outro ainda pior? A seleção brasileira terminou a partida com um total de apenas 3 assistências.
Se jogarmos desta forma contra a Alemanha, serão mais 4 anos de espera…