A dor que caleja
O Brasil perdeu, nessa quinta-feira (02), a primeira partida dessa campanha olímpica, frente ao poderoso time da Rússia, pelo placar de 75 a 74.
Foi uma partida daquelas de encher os olhos e não desgrudar da frente da TV. Um jogo com os requintes de emoção que só o basquete é capaz de proporcionar, com belas jogadas, grandes atuações individuais, muitas reviravoltas e o imponderável, que reforça a mística do esporte da bola laranja até o último dos segundos de uma partida.
O curioso disso tudo é notar que, embora esse tenha sido o terceiro jogo do Brasil na competição, podemos dizer que só agora o time realmente estreou nas Olimpíadas de Londres. Isso porque mesmo com as vitórias nos dois jogos anteriores, contra Austrália e Grã-Bretanha, ainda não tínhamos mostrado para o que viemos.
Mas hoje não; apesar da derrota, demonstramos que temos totais condições de buscar uma medalha nesses jogos e que este é um time que almeja aquele “algo a mais”. E que não venham os secadores e oportunos repetirem a velha retórica de que “jogamos como nunca, perdemos como sempre”.
Pois a única perda na partida de hoje foi a da inocência. A derrota de hoje, apesar de doída, pesada, é aquela capaz de calejar o time para que momentos como esse não se repitam. Nossos estreantes, veteranos que são, sabem bem disso e o grande responsável por essa reviravolta na nossa seleção, Rubén Magnano, conhece melhor do que ninguém:
“Se o que aconteceu nesta partida se transformar num aprendizado, certamente este grupo crescerá ainda mais na competição. Eu falei para eles que estava muito bravo. Mas não porque perdemos, mas do jeito que perdemos”, disse o técnico ao final da partida.
E como diz o ditado: há males que vem para o bem. E que assim o seja, pois a derrota de hoje e a provável classificação em 3° no grupo pode nos afastar de um eventual duelo com os EUA se avançarmos para as semifinais, aumentando nossas chances de alcançar uma sonhada final olímpica.
Só que tudo isso são suposições. Mas que, após a derrota de hoje (e que contrassenso), mostraram ser plenamente possíveis.