A grama do vizinho não é tão verde assim
Ontem de manhã, dando uma olhada pela timeline, me deparei com um retweet da Lilian Santos. Ela retuitava o comentarista Bruno Voloch e o tweet original dizia assim: “Desemprego atinge vôlei masculino e inclui jogadores e treinadores consagrados; superliga deve perder mais times.“.
Sem nem pensar duas vezes cliquei no link que levava ao blog e li o post, muito bem escrito, por completo e com aquela situação de filme reprisado. Voloch conta que dos 15 times que jogaram a última Superliga, apenas 9 estão confirmados na próxima edição, cita inúmeros jogadores que estão desempregados, vários treinadores, e muitos com passagem pela seleção.
Pode até não parecer, mas isso toca diretamente no basquete, principalmente no NBB. Começa pela semelhança no “parceiro” de comunicações, é o mesmo, e termina no fato de Kouros sempre citar a Superliga como exemplo a ser seguido – como bem lembraram os amigos do Giro no Aro, passando pelos patrocínios escondidos e pela disparidade salarial dos times.
Não custa nada lembrar que no começo desse ano a LNB anunciou a mudança no regulamento do NBB, a final vai ser em jogo único para que possa ser transmitida na TV aberta. A mesma Superliga de Vôlei também tomou uma medida parecida a uns anos atrás e as finais dos seus campeonatos – masculino e feminino – também é disputada em jogo único, curioso, não?
Não tem como não ficar de orelha em pé ao constatar que a Superliga não é tão rentável assim o quanto parece. A impressão que fica é que os dirigentes do nosso basquete estão comprando o sucesso das seleções de vôlei e não o da Superliga. Aliás, essa comparação é até injusta, uma vez que o calendário das seleções de vôlei é bem mais extenso que os da seleção de basquete que é adaptado ao da NBA e competições européias.
Nessas horas que a pergunta dos protestos dos torcedores na época do anúncio das mudanças no NBB faz todo o sentido: “Quanto vale a sua emoção?”.
E que os dirigentes da Liga Nacional de Basquete façam, pelo menos, uma reflexão sobre toda essa situação da Superliga afinal, o basquete ainda é frágil no Brasil.