A grande chance de Duke
Os últimos anos não foram fáceis para os fãs de Duke. Desde que Shane Battier os levou ao titulo em 2001, os Blue Devils só chegaram ao Final Four uma vez (04), pior não passaram do Sweet 16 nenhuma outra vez. Ainda mais grave: os arqui rivais North Carolina Tar Heels conquistaram 2 titulos neste tempo e tiveram uma década das mais produtivas. 2010 é a grande oportunidade para Duke. Não só voltaram a receber um seed #1, mas a NCAA foi uma mãe e os colocou na chave mais fraca do torneio. Melhor ainda North Carolina se perdeu completamente sem suas estrelas Tyler Hansbrough e Ty Lawson e após temporada pífia sequer foi convidada para o torneio. O mais antipático dos times universitários está de volta.
Em defesa dos Blue Devils deve se dizer que eles merecem ser #1 e não seria nenhuma surpresa se chegassem ao Final Four de qualquer forma. É um time inteligente que realiza os fundamentos bem, sabe movimentar a bola, defende e ataca com inteligência. Duke se tornou curiosamente subestimada em parte pelos resultados desencorajosos dos últimos anos, em parte porque é divertido torcer contra o time e seu técnico Mike Krzyzewski e muito porque a ACC teve um ano muito fraco como um todo. O caminho de Duke porém não foi especialmente mais fácil que o de Kentucky e ninguém usa o calendário fraco como argumento contra os Wildcats e a verdade é que sempre que enfrentou adversários com talento, os Blue Devils confirmaram sua força.
Outra razão pela qual alguns subestimam Duke, foi o começo de temporada um tanto difícil de sua estrela principal Kyle Singler. Provavelmente aconselhado pelos que controlam sua carreira, Singler saiu do garrafão para se fixar de vez na ala onde os olheiros acreditam ele terá de jogar na NBA e os resultados no começo do ano foram partidas ofensivas nada promissores com uma seleção de arremessos das mais questionáveis. Desde o começo do ano porém Singler parece melhor adaptado a posição e bem mais focado e quando ele está bem (como durante o último mês), os Blue Devils se tornam um time difícil de bater.
De qualquer forma a grande aliada de Duke é mesmo sua chave. O #5 Texas A&M é talentoso, mas tem grandes dificuldades nos lances livres, o #4 Purdue seria um candidato natural só que seu principal jogador Robbie Hummel está fora do torneio e sem ele o time certamente mais preocupado em fazer uma participação digna do que em lutar pelo Final Four. A #2 Villanova provavelmente merecia um seed pior, é um time talentoso, mas limitado e muito dependente do armador veterano Scottie Reynolds, algo que ficou claro na quase derrota na estréia para Robert Morris.
O único real adversário de Duke parece ser mesmo Baylor. A universidade não tem nenhuma tradição e não passava da primeira rodada desde os anos 50, mas colocou de pé um programa interessantíssimo. Baylor tem bons armadores (Tweety Carter e LaceDarius Dunn) e um homem de garrafão habilidoso (Ekpe Udoh). Um time muito bem montado para uma competição de eliminação simples como esta. Contra eles pesa justamente a falta de experiência do time que pode pesar muito contra times como Duke e Villanova.
Ainda assim, o bem armado time de Mike Krzyzewski é favoritíssimo para vencer a sua chave. Caso cruze com Baylor no Elite 8, não só enfrentará um adversário duríssimo, mas proporcionará aos fãs de basquete talvez a melhor oportunidade para torcer pela zebra nas fases decisivas do torneio.