“A mataaaar!”, Brasil joga com coração e confirma 1º lugar na segunda fase
O Brasil entrou em quadra pra jogar, os detalhes ficam pelos fatos de enfrentar os donos da casa, com ginásio entupido e tendo uma pequena margem de pontos que garantia a liderança. Podiamos perder por até 5 pontos, e perdemos de 4. 86 a 82, foi o placar da vitória de Porto Rico.
E realmente o jogo começou se desenhando como apenas cumprimento de tabela, sem maiores dificuldades o Brasil fechou o primeiro período vencendo por 7 pontos, 20-13, Marcelinho Machado havia matado 2 das 4 bolas que tentou, Huertas tinha 3 assistências apenas no começo do jogo e tudo parecia que ficaria assim, sob as rédeas do Brasil.
No segundo período os times começaram do mesmo jeito, o Brasil chegou a abrir 10 pontos, mas a troca de cestas continuou andando e a balança foi melhor para o lado “borícua”, Vassallo que veio do banco marcou 17 pontos só no segundo período, acertando 3 chutes certeiros pra 3 pontos.
Assim com o 2º período foi o “período do Vassallo”, Arroyo tomou as rédeas no começo do 2º tempo, marcando 10 dos seus 16 pontos e aumentando a distancia para 16 de diferença, 67-51 no placar, ajudado também pelo segundo pior período do Brasil no jogo, onde marcamos apenas 17 pontos, o pior foi o 2º com 14.
O jogo pode ser resumido apenas no último período, uma mistura de “o melhor e o pior” do Brasil, um começo horrendo, uma defesa zona mal feita, os porto riquenhos aproveitaram que precisávamos correr atrás e se beneficiaram de um momento de nervos a flor da pele, três faltas técnicas seguidas para o Brasil.
Marcelinho Huertas foi para o contra-ataque, cometeu a falta em Ayuso, reclamou, levou uma técnica (que na contagem oficial foi para Tiago Splitter) e em seguida o treinador da seleção, Moncho Monsalve, se exaltou e levou 2 faltas técnicas, sendo desqualificado do jogo. Faltavam 7:26 por jogar e Larry Ayuso converteu todos os 6 lances livres.
Daí em diante, o Brasil passou a jogar com o coração, na raiva, a arbitragem acabara de favorecer o time da casa com três faltas técnicas entre outras marcações duvidosas durante o jogo. A seleção fez em 7 minutos e meio, 28 dos 31 pontos que conseguiu no último período.
Os porto riquenhos foram limitados a 19 pontos no último período, apenas 12 nos últimos 7 minutos, e do seu total de pontos no período, 11 foram através de lances livres, os das faltas técnicas, três de uma falta duvidosa de Guilherme Giovannoni sobre Larry Ayuso e um de PJ Ramos, em outro lance onde a arbitragem deu uma leve ajudada, o pivô estava claramente a mais de 3 segundos no garrafão antes de sofrer a falta de Anderson Varejão.
Entre alguns pontos do jogo podemos destacar que mesmo tendo uma atuação criticada por alguns torcedores, Marcelinho Machado converteu 5 arremessos de quadra, a mesma quantidade que Larry Ayuso, o porto-riquenho em contrapartida converteu 11 lances livres, contra 2 do brasileiro. Marcelinho acertou também um arremesso a menos do que o armador Carlos Arroyo, bastante elogiado pelos comentaristas por suas bolas no 3º período, mas que acertou apenas duas bolas de três pontos contra três do ala do Flamengo.
Foi um jogo em que mesmo perdendo o Brasil mostrou um poder de reação nunca visto numa seleção de basquete nos últimos tempos nessas bandas, o time jogou com coração e com certeza fez os porto-riquenhos sairem de quadra com um sentimento de que eles eram os derrotados. Foi a derrota mais comemorada de todos os tempos, valeu a confirmação do primeiro lugar na segunda fase e uma prova de que nunca teremos um jogo 100% decidido no basquete.
O Brasil enfrenta o Canadá hoje pela semi-final, as 19h, e na partida de fundo Porto Rico enfrenta seu algoz, a Argentina.
Depois da partida de hoje, o Brasil deve continuar seguindo a filosofia preferida de Moncho Monsalve, deve ir “a mataaaaaaar!”. Os anfitriões despertaram a raiva na seleção e, provavelmente, quem pagará o pato serão os canadenses.