“A nossa forma de lapidar jóias”, por Henrique Gonçalves

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Publicado em: 29/07/2009

Em 28 de abril deste ano, o Draft Brasil deu em primeira mão, que o treinador universitário norte-americano, Rick Pittino, estava interessado no pivô Fabrício de Melo, oriundo de Juiz de Fora e com passagem pelo basquetebol de Belo Horizonte, no Olympico.

Após esta notícia, sites e blogs foram buscar mais informações sobre este jovem, que estava nos EUA treinando e estudando, para ter uma aspiração melhor na carreira.

Também sobre o assunto da saída de jovens, cada vez mais cedo do Brasil para fora, tivemos vários debates no Draft Brasil e em outros sites sobre esta questão.

Procurando pelo vasto mundo da internet, comunidades de orkut e afins,  o Draft Brasil achou um vídeo de quando Fabrício de Melo atuava pelo Olympico em Belo Horizonte. Confira:

Neste vídeo, que data 2007 , é possível entender perfeitamente por que ninguém fica no país quando bate qualquer oportunidade de sair. Olympico – de vermelho – e Betim – de azul – duelavam na quadra do Olympico. Fabrício de Melo, hoje indicado pelo Scout.com como 5º melhor recruta do país para o universitário de 2010, é o camisa número 9 do time de vermelho.

O nível técnico do jogo assusta. São pouco mais de 4 minutos de vídeo para termos a exata noção de como um prospecto para os técnicos universitários americanos é trabalhado em jogo no Brasil.

A culpa não pode ser dos atletas. Em 4 minutos vemos situações que não poderiam ocorrer na base. Passes de um lado para o outro da quadra, ao Deus dará; pouquíssimas evoluções em meia-quadra, erros de bandeijas à exaustão. Duas equipes marcando de forma incompreensível para jogos na base, ataques com 5, 10 segundos. Em suma, nenhum trabalho tático é visto!

Quando muito, alguém pode salientar que vimos um ou outro contra-ataque. Outros poderão falar que são somente 4 minutos e não representa o todo. Porém, quando temos um (futuro) prospecto internacional em quadra, ao analisarmos friamente, descobrimos por que ele e todos os seus companheiros de quadra, não conseguem evoluir para jogar em torneios de um nível técnico um pouquinho superior.

Como alguém evolui jogando em tamanha desordem ? Está é a maior dúvida do Draft Brasil e provavelmente de muito de nossos leitores.

Enfim, tivemos em 4 minutos, uma aula do que vemos por aí diariamente. Uma aula cujas consequências todo nós já conhecemos.  As derrotas já normais na base, começam em jogos como este do vídeo.

Nossos jovens estão realmente fadados à sair do país, em busca de estudos, realização de sonhos e, talvez, parte do desejo desses garotos seja apenas aprender, de fato, o jogo que gostam.

Fabrício de Melo está nos Estados Unidos. Estuda e treina com o melhor que a estrutura norte-americana pode dar.

Será que ele fez a opção errada ? Ou era melhor ter ficado eternamente em partidas como esta do nosso vídeo ?

Nota do editor: Apenas para registro de como o assunto abordado pelo Henrique causa um reflexo em nosso basquete como um todo, segue uma matéria de alguns meses atrás, quando o Draft Brasil abordou o nível técnico dos playoffs do NBB.

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