A reviravolta

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Publicado em: 30/07/2016

A jornada da seleção norte-americana de basquete masculino para os Jogos Olímpicos de 2016 começou na última 6ª feira (dia 22/07) quando mediram forças com a seleção argentina em um amistoso realizado em Las Vegas e conquistaram seu 64º triunfo consecutivo pelo placar de 111X74. É bem provável que a seleção dos EUA prolongue esta série invicta durante as Olimpíadas do Rio para conquistar mais uma medalha de ouro para a coleção. Ou será que não? Então, antes de ler o texto a seguir, que tal arriscar seu palpite nas Promoções de Basquetebol do Bet365?

Faz aproximadamente uma década desde que os EUA sentiram o gosto amargo de uma derrota em competições internacionais, uma seqüência de vitórias que iniciou em 2006 com a conquista da medalha de bronze no Mundial do Japão justamente contra a mesma Argentina (96X81). E há 10 anos, o atual treinador da seleção norte-americana, Mike Krzyzewski, sentiu na pele o momento mais decepcionante, infeliz e vergonhoso de sua longa carreira quando seus comandados foram surpreendidos pela Grécia de Vassilis Spanoulis, Theodoros Papaloukas e Sofoklis Schortsanitis, o ‘Baby Shaq‘, nas semifinais por 101X95 (relembre no vídeo abaixo). A humilhação foi tamanha que ‘Coach K‘ chegou a fazer um pedido de desculpas ao diretor executivo do time dos EUA, Jerry Colangelo.

O jogo-treino contra os argentinos tornou-se uma espécie de “marco” para Krzyzewski, não apenas pelo fato de 4 integrantes da Argentina naquela época ainda defenderem a seleção nacional (os incansáveis Manu Ginobili, Luis Scola, Carlos Delfino e Andres Nocioni). Aquela vitória na disputa pela medalha de bronze pode ter sido considerado um prêmio de consolação para os EUA, que haviam fracassados na busca do título pela 3ª competição importante seguida, incluindo as Olimpíadas de 2004. Porém, isto foi o estopim para o ressurgimento da equipe, que agora é uma das maiores realizações arquitetadas por Coach K.

Em seu último ano como comandante do time e com o sentimento de dever cumprido, podemos analisar algumas decisões sobre como Krzyzewski conseguiu colocar isto em prática.

O revés para a seleção grega, onde uma equipe foi feita de vítima repetidamente por jogadas simples como um ‘pick & roll‘ e várias vezes utilizada pelo estilo ‘mano a mano’ contra uma defesa em zona básica, ainda permanece como uma falha nítida. Mas aquela vitória de virada sobre a Argentina, a atual campeã olímpica na época, foi talvez a melhor apresentação dos EUA desde às Olimpíadas de 2000. Ou simplesmente, 24 horas após a derrota para a Grécia, o choque e a decepção eram reais e a mídia esportiva americana estava aguardando – o que parecia ser – outro vexame para o melhor basquete do mundo, que não sabia o que esperar em termos do que era preciso fazer na próxima partida.

Há 10 anos atrás durante aquele verão, Krzyzewski foi culpado de ser arrogante e passar isto à sua equipe. Em seu 1º ano no cargo, ele prometeu pagar respeito ao jogo internacional e aos jogadores de fora da NBA que haviam determinado aos americanos 6 derrotas combinadas no Mundial de 2002 e nas Olimpíadas de 2004.

No entanto, ele declarou que jamais utilizaria a defesa em zona apesar de ter o mestre desse estilo de jogo, Jim Boeheim, na sua comissão técnica. Certas vezes, durante o campeonato, ele se sentia tão pouco familiar com os adversários que se referia aos jogadores pelo número ao invés do nome. Tudo o que havia sido realizado pela comissão técnica até aquele ponto ficou constatado como a continuação do “fracasso anunciado”.

Foi então que Coach K optou por colocar LeBron James (22 pts, 9 reb e 7 ast) como armador principal naquela disputa pela medalha de bronze, sua 1ª mudança na qual percebeu que ele precisava dar a James mais responsabilidade pela frente. Ele formou a dupla na armação com Dwyane Wade (32 pts e aproveitamento de 13-17 nos arremessos), que produziu uma das melhores partida de sua carreira internacional naquela oportunidade. Confira o jogo completo no vídeo a seguir:

Em seguida, Krzyzewski efetuou outras numerosas mudanças, incluindo a instalação da defesa em zona no torneio da Copa América em 2007 e melhorando as convocações a fim de garantir que o time estivesse sempre mais preparado para enfrentar os oponentes. O sinal de alerta havia sido ligado, mesmo que isto tivesse sido o começo de uma nova caminhada para o esquadrão dos EUA, não importando a quantidade de talentos que sempre possuíram.

Como os resultados mostraram – medalha de ouro nas Olimpíadas de 2008 e 2012 mais os títulos dos Mundiais de 2010 e 2014 – a reviravolta surtiu efeito. Agora, Krzyzewski e Colangelo tem um sistema funcionando com continuidade, eficácia e equilíbrio ano após ano. Mesmo com a grave contusão do ala/armador Paul George há 2 anos atrás e os problemas com a segurança e a saúde que envolvem as Jogos Olímpicos do Rio, a procura para fazer parte do elenco entre os melhores jogadores permanece robusta. E eles já tem um sucessor extremamente gabaritado e respeitado para Coach K: Gregg Popovich, que está se preparando para assumir as responsabilidades após as Olimpíadas de 2016.

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‘Coach K’ passará o bastão da equipe dos EUA para Gregg Popovich após as Olimpíadas de 2016.

Muito da tensão inicial envolvida com a seleção norte-americana de basquete começou com a vitória de virada sobre os ‘hermanos‘ no Mundial do Japão, mostrando como é possível se recuperar das adversidades. Aquela lição obrigou o ‘Team USA‘ a aprender mais sobre como ser bem sucedido no universo pretendido ao invés de levar seu universo e esperar o sucesso. E eles compreenderam isso naquela noite de 2006 na Super Arena de Saitama desde então.

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