A vitória dos sete
O Brasil venceu a partida da estréia da Copa América contra, provavelmente, o adversário mais perigoso da competição.
Tenho a impressão que a vitória começou a ser construída no corte de Fúlvio e consolidada na Tuto Marchand, quando o Brasil testou diminuir o número de jogadores na sua rotação ofensiva a apenas sete: Marcelinho, Marcelinho Huertas, Leandrinho, Guilherme, Alex, Anderson Varejão e Tiago Splitter.
Não está em nenhum manual esse tipo de rotação tão curta, ainda mais pelo fato de contar com apenas um armador puro e nenhum cincão clássico.
Mas com as ausências de Nenê, Paulão, Murilo e Baby e a falta absoluta de um jogador para suprir os tempos de descanso de Huertas, a solução de Moncho foi brilhante: usar o que temos de melhor na maior parte do tempo.
JP Batista e Olivinha são os próximos da rotação. Acontece que JP se apresentou muito mal, enquanto Olivinha, inexperiente internacionalmente, ainda não tem total confiança da comissão técnica. Duda, Jonathan Tavernari e Diego completam o quinteto que só entrará nas partidas mais difíceis se os problemas de falta realmente surgirem.
Nos jogos mais tranquilos, não há dúvida de que todos virão para a quadra, mas em jogos de alto nível, é com estes sete homens que Moncho conta.
Não é o ideal, mas é o que temos de melhor.
A maior dificuldade é encontrada quando Huertas precisa descansar. A função de trazer a bola foi dada a Leandrinho, que mostrou, mais uma vez, não ter mais nenhum talento para a posição. Sem um armador puro, a equipe tenta encontrar espaços a partir das movimentações ofensivas treinadas especificamente para isso. Hoje encontrou problemas, mas é possível que, ao longo do campeonato, as coisas melhorem.
O Brasil errou em questões importantíssimas, como na defesa (especialmente para sair de corta-luz) de perímetro e na seleção de arremessos em alguns momentos capitais da partida. É verdade que se os arremessos de Alex não estivessem tão calibrados (o que é pra lá de comum acontecer), provavelmente falaríamos de uma estréia com derrota.
Mas vencemos e isso não só não é fácil como não nos é comum. E o time merece crédito por isso.