Ah se fosse sempre assim…
Ginásio completamente lotado, torcida cantando o tempo inteiro e time brasileiro batendo time argentino com uma enorme facilidade.
Ao menos na noite desta terça-feira, os brasileiros, representados pelo Flamengo, tiveram esse gostinho, que tem se tornado tão raro em nosso basquete.
Foi no bom e surrado (e põe surrado nisso!) ginásio do Tijuca Tênis Clube, onde o Flamengo bateu o Boca Juniors por 83 x 58, empatando a série melhor de três em 1 a 1, nas semi-finais do Campeonato Sul-Americano de Clubes.
O horário indigesto para quem trabalha (19 horas) fez com que eu me atrasasse e perdesse o primeiro período da partida – aliás, o único em que o equilíbro prevaleceu.
Confesso que não sabia o que esperar desta partida, ao menos em relação ao público. A minha última aparição no Tijuca Tênis Clube foi para acompanhar uma partida entre Brasil e Nova Zelândia, marcando a volta da seleção brasileira masculina de basquete ao Rio de Janeiro, depois de não sei quantos anos. O resultado? Uns 400 gatos pingados apareceram em plena tarde de sábado…
Enfim, quando cheguei ao TTC, tive uma bela supresa ao constatar que o ginásio estava completamente lotado.
E a torcida rubro-negra, no melhor estilo “futebol”, não parou de cantar um só segundo. Um show diretamente refletido dentro das quadras.
Azar dos argentinos que visivelmente sentiram a pressão e tiveram uma atuação desastrosa.
Para fazer justiça, o único que se salvou foi o pivô Gabriel Fernández. Ele causou um estrago no garrafão rubro-negro em praticamente todas as ocasiões que recebeu a bola. Mas foi só. O campeão olímpico Léo Gutierrez praticamente não apareceu, ao menos nos 3 períodos da partida que pude acompanhar.
Pelos brasileiros, Duda foi a estrela da noite. Inúmeras roubadas de bolas, contra-ataques e enterradas levantaram a torcida rubro-negra. De negativo, apenas alguns arremessos de 3 pontos desnecessários, ora marcados, ora em desequilíbrio, lembrando o seu irmão Marcelinho.
Aliás, Marcelinho ficou boa parte do segundo tempo da partida fora de quadra e não se destacou. Como perdi o período inicial, confesso que não sei se foi por conta de problemas de faltas…
Quem também atuou bem foi o armador Fred, praticamente anulando o armador argentino Luis Cequeira. Registro, ainda, a boa atuação do jovem pivô Maicon (22 anos), que demonstrou muita personalidade contra os argentinos.
Mesmo com a ampla vantagem no placar, ninguém se esqueceu que tratava-se de Brasil x Argentina, dentro e fora da quadra. Muita provocação de parte a parte, mas principalmente da torcida que pegou no pé dos nossos hermanos.
Por fim, o registro negativo fica para a ausência absoluta de policiais dentro do ginásio. Além dos seguranças da equipe do Flamengo, apenas 3 viaturas da Polícia Militar, do lado de fora, zelavam pela paz no ginásio. Com a conhecida rivalidade entre brasileiros e argentinos, vale arriscar tanto?
Amanhã, a última partida da semi-final vale como um aperitivo para os rubro-negros que acompanharão o futebol pela TV. Não acredito que o jogo seja tão fácil, quanto o primeiro. Assim, vale repetir o show nas arquibancadas…