Análise dos resultados da Seleção Brasileira nos torneios internacionais de Base entre 2001 e 2009. A década da derrota.

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Publicado em: 21/06/2009

Henrique Gonçalves fez uma análise dos últimos resultados internacionais de base.

Obviamente que o debate foi motivado pelas lamentáveis participações de nossas seleções nas últimas competições.

Está aberto o debate. Os argumentos de Henrique, são os dados.

Basquete Masculino

2002

4ª Copa América Juvenil Masculina:

Classificação Brasil: 6º colocado em 8 equipes.

Campanha: 5 jogos – 2 vitórias – 3 derrotas (40%)

Campeão: Porto Rico

Vice: Venezuela

Terceiro: EUA

Vitórias:: Canadá, México.

Derrotas:: Porto Rico, Venezuela, Rep. Dominicana.

15º Sulamericano Cadete

Classificação Brasil: 1º colocado

Campanha: 6 jogos: 6-0 (100%)

Final: contra Argentina: 73 x 72.

Vitórias: Colômbia, Chile, Peru, Equador, Venezuela e Argentina.

2003

Global Games – Juvenil

Classificação Brasil – 9º colocado em 10 equipes.

Campanha: 5 jogos: 1-4. (20%)

Vitória: Escandinávia

Derrotas: Iugoslávia, Ucrânia, Texas, Porto Rico.

Campeão: EUA

Vice: Texas

Terceiro: Iugoslávia

16º Sulamericano Cadete

Classificação Brasil: 2º colocado em 7 equipes.

Campanha: 6 jogos: 5-1 (83,3%)

Vitórias: Uruguai, Colômbia, Argentina, Paraguai e Chile.

Derrota: Venezuela.

Campeão: Venezuela

2004

17º Sulamericano Cadete

Classificação Brasil: 3º colocado em 8 equipes.

Campanha: 5 jogos: 4-1 (80%)

Vitórias: Colômbia (duas vezes), Paraguai, Bolívia.

Derrota: Uruguai

4º Sulamericano Sub-21

Classificação Brasil: 2º colocado em 6 equipes.

Campanha: 7 jogos – 5-2 (71,4%)

Vitórias: Colômbia, Paraguai, Uruguai, Chile, Venezuela.

Derrotas: Argentina (duas vezes).

Campeão: Argentina

2ª Copa América Sub-21

Classificação Brasil: 6º colocado em 8 equipes.

Campanha: 6 jogos – 3-3 (50%)

Vitórias: Venezuela, Rep. Dominicana.

Derrotas: Porto Rico, EUA, Venezuela.

Campeão: EUA

Vice: Porto Rico

Terceiro: Argentina

2005

18º Sulamericano Cadete

Classificação Brasil: 3º em 9 equipes.

Campanha: 5 jogos – 2-3 (40%)

Vitórias: Chile, Bolívia, Venezuela.

Derrotas: Uruguai, Argentina.

Campeão: Argentna

Vice: Uruguai

Terceiro: Brasil

19º Sulamericano Juvenil

Classificação Brasil: 3º em 7 equipes.

Campanha: 6 jogos – 4-2 (66,6%)

Vitórias: Peru, Paraguai, Venezuela (duas vezes).

Derrotas: Uruguai, Argentina.

Campeão: Argentna

Vice: Uruguai

Terceiro: Brasil

2006

19º Sulamericano Cadete:

Classificação Brasil: 1º em 6 equipes.

Campanha: 4 jogos – 4-0 (100%)

Vitórias: Chile, Uruguai, Venezuela, Argentina.

Derrotas: Nenhuma.

Campeão: Brasil

Vice: Argentina

Terceiro: Uruguai

5ª Copa América – Pré Mundial – 18 anos

Classificação Brasil: 3º em 7 equipes.

Campanha: 4 jogos: 2-2 (50%)

Vitórias: Uruguai, Canadá.

Derrotas: EUA, Argentina.

Campeão: EUA

Vice: Argentina

Terceiro: Brasil

2007

20º Sulamericano Sub-17 – Juvenil

Classificação Brasil: 4º em 8 equipes.

Campanha: 5 jogos: 3-2 (60%)

Vitórias: Uruguai, Equador, Chile.

Derrotas: Uruguai, Argentina.

Campeão: Argentina

Vice: Venezuela

Terceiro: Uruguai

20º Sulamericano Cadete

Classificação Brasil: 3º em 10 equipes.

Campanha: 6 jogos – 5-1 (83,3%)

Vitórias: Chile, Bolívia, Colômbia, Uruguai (duas vezes).

Derrotas: Venezuela.

Campeão: Argentina

Vice: Venezuela

Terceiro: Brasil

8º Mundial Sub-19

Classificação Brasil: 4º em 16 equipes.

Campanha: 9 jogos – 4-5 (44,4%)

Vitórias: Lituânia, Líbano, Austrália, China.

Derrotas: França (duas vezes), Sérvia (duas vezes), EUA.

Campeão: Sérvia

Vice: EUA

Terceiro: Fraça

2008

21º Sulamericano Sub-15

Classificação Brasil: 3º em 5 equipes.

Campanha: 4 jogos – 2-2 (50%)

Vitórias: Peru, Uruguai.

Derrotas: Venezuela, Argentina.

Campeão: Argentina

Vice: Venezuela

Terceiro: Brasil

2009

21º Sulamericano Sub-17

Classificação Brasil: 3º em 9 equipes.

Campanha: 6 jogos – 5-1 (83,3%)

Vitórias: Colômbia, Chile, Bolívia, Venezuela (duas vezes).

Derrotas: Uruguai

Campeão: Argentina

Vice: Uruguai

Terceiro: Brasil

6ª Copa América – Pré-Mundial – Sub-16

Classificação Brasil: 5º em 8 equipes.

Campanha: 2-3 (40%)

Vitórias: México, Porto Rico.

Derrotas: Venezuela, Porto Rico, EUA.

Campeão: EUA

Vice: Argentina

Terceiro: Canadá

Geral:

.17 torneios disputados de 2001 até junho/2009 na base.

.Títulos: 2 –- Cadetes em 2002 e 2006 – nível: Sulamericano.

.Jogos Totais Disputados: 90 jogos: 58-32 (64,4%)

Contra Principais Equipes das Américas:

Contra Argentina: 11 jogos: 3-8 (37,5%)

Contra Uruguai: 13 jogos: 8-5 (61,5%)

Contra Venezuela: 14 jogos: 8-6 (57,1%)

Contra Porto Rico: 4 jogos: 0-1 (25%)

Contra EUA: 4 jogos: 0-4 (0%)

Total: 46 jogos: 20-26 (43,4%)

Total contra principais adversários Sulamericanos: 38 jogos – 19-19 (50%)

Em solo Sulamericano, não vencemos um título desde 2006. No total desde 2001, foram 11 torneios sulamericanos disputados e apenas 2 títulos.

Ou seja, a hegemônia de antigamente, não existe mais. Vale lembrar que estamos falando de confrontos contra Argentina, de maior qualidade reconhecida, Venezuela e Uruguai, de qualidade superior à nossa ? Pelo que temos visto, sim.

Constatar esses resultados ajuda em que ?

Ajuda a descobrirmos, mais uma vez, de mais uma maneira, que estamos indo pelo caminho errado.

O mínimo aceitável para uma nação desde tamanho (a maior e mais rica do continente sulamericano, sem comparação em recursos humanos com Argentina, Uruguai, Venezeula e outros) seria pelo menos revezar título com quem quer que seja. Isso é o mínimo plausível para nós.

Pensar qualquer coisa que seja menos do que isso, é pensar pequeno e demonstrar todo o despreparo dentro do contexto estabelecido no nosso continente.

Em torneios fora do solo Sulamericano, podemos destacar pouquíssimas boas campanhas durante esta década. Apenas o Mundial Juvenil tem seu destaque, em tudo que foi feito em quase 10 anos. É muito pouco. Nosso nível, já baixo dentro da América Sul, escancara em fraqueza total, quando analisamos nos torneios internacionais.

Até quando vamos viver de títulos Pan-Americanos do Adulto, para justificar tudo que é feito.

Ou mesmo classificação para o Mundial Adulto, mascarando a realidade de que não vamos para as Olímpiadas desde 1996 ?

Mas temos as desculpas prontas sobre a mesa, arquivadas nos computadores e pregadas nas parades dos ginásios. É a questão de uma geração, dizem uns. Quem sabe, não sei quem não pode viajar para competição, dizem outros. Enfim, aquelas velhas desculpas prontas porém sem o menor fundamento quando analisamos nossa realidade.

Esta com certeza foi a pior década da história do basquetebol de base brasileiro pelos resultados com a nossas seleções adicionadas pelo nível técnico em que estes atletas chegam no Adulto em sua maioria.

É aprender com o passado, recente até demais, para não repeti-lo tão cedo. Porém, o fundo do poço tem mais chão. Dá sempre para cavar um pouquinho mais.

Parte 2 – Comparação com o Vôlei Masculino

Análise do Vôlei Masculino (Masculino) no mesmo período 2001-2009.

Campeonato Mundial Infato Juvenil

2001 – Brasil: 1º lugar

2003 – Brasil: 1º lugar

2005 – Brasil: 2º lugar

2007 – Brasil: 7º lugar

Sulamericano Infanto-Junivel

2000 -1º lugar

2002 – 1º lugar

2004 – 1º lugar

2006 – 1º lugar

2008 – 2º lugar

Campeonato Mundial Juvenil

2001 – 1º lugar

2003 – 2º lugar

2005 – 2º lugar

2007 – 1º lugar

Sulamericano Juvenil

2002 – 1º lugar

2004 – 1º lugar

2006 – 1º lugar

2008 – 2º lugar

Geral:

17 campeonatos –

11 títulos. 4 deles são em Mundiais de 8 disputados.

Domínio total da década. Não precisa de falar muito após ver os dados.

Questionamentos:

Então após todos estes dados, temos algumas questões, entre elas, qual o reflexo desses resultados, (do basquetebol e do vôlei) na categoria adulto ?

Será que o fato do vôlei ter, em Saquarema, um Centro de Treinamento, facilita o trabalho ?

Será que o vôlei investir pesado em organização, na base e em capacitação dos técnicos, facilta os resultados obtidos ?

Será que o vôlei ter técnicos que estão atualizados com o que é feito no mundo inteiro e terem recriado uma escola, ajuda nos resultados ?

Como será que o vôlei conseguiu fazer esta hegemonia mundial no masculino ? Sorte ?

Uma geração boa atrás da outra, seriam tão sortudos assim o pessoal do vôlei ?

Será que a verba da CBV é o suficiente para fazer estes resultados, seria a verba deles tão superiores à nossa do basquete ?

Conclusão

Enquanto nos esforçamos para sermos terceiro na América do Sul, nos últimos anos, o voleibol se esforça para manter uma hegemonia mundial de quase 1 década.

As diferenças são muitas. Uma delas, a nossa arrogância de não irmos à CBV e analisarmos o que é feito e o que dá certo. E o mais importante, o que poderia ser feito de semelhante ao basquetebol.

Nós do basquetebol, temos dois exemplos de categorias de base que são organizadas e dão resulados. Estudá-las é obrigação.O vôlei brasileiro, que é referência no que faz no mundo inteiro e o basquetebol argentino.

Mas parece que dói muito correr atrás do voleibol, esporte que vários do basquetebol tem uma grande rivalidade. E argentinos ?! Aí é a grande rivalidade que parece que jamais iremos superar, mesmo que seja para nós melhorarmos.

Enquanto ficarmos nos mesmos erros de sempre, a mesma arrogância de sempre, afinal, somos os “sabemos tudo” de basquetebol e admnistração esportiva, a diferença tende a aumentar ainda mais nos próximos 10 anos.

Chegar ao nível do voleibol, como país hegemônico na modalidade, acho ímpossivel. Porém, fazermos o que a Argentina fez e termos resultados, é totalmente possível.

Basta trabalho, estudo e pesquisa. Três palavras que parecem não constar nos nossos dicionários e estar distante demais das nossa pranchetas e rabiscos.

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