Aparece um novo talento brasileiro para jogar em grande nível: Augusto Lima
A segunda rodada da liga espanhola de basquete, a ACB, seguiu, de certa maneira, os padrões da primeira: vitórias dos dois favoritos, equipes aspirantes a atrapalhar a dupla rival crescendo, um decepcionante Unicaja Málaga e boa atuação dos brasileiros.
Poderíamos falar sobre a ótima notícia que vem do clássico basco disputado entre Bilbao e Caja Laboral (ex-Tau Cerámica). Afinal, era esperado que, desmontado, sem craques como Prigioni e Rakocevic, o time cairia. Não é o que vem acontecendo. Stanko Barac (no jogo de sábado), Teletovic (no jogo de hoje) e Fernando San Emeterio (em ambas as partidas) vem crescendo assustadoramente. Além disso, Huertas vai logo logo encontrar protagonismo na equipe – tardio em função da contusão que atrapalhou na reta final de preparação. As vitórias contra Murcia e principalmente hoje credenciam os de Vitória a lugares mais ousados na competição.
Ou lembrar que ao contrário da semana passada, essa foi a vez dos madrilenhos suarem e os barcelonistas vencerem com facilidade o adversário. Como nossa cobertura não tem fôlego pra tentar algo assim tão amplo, tentarei ressaltar nos artigos aqui (a idéia era semanalmente, mas vamos ver como consigo lidar com o tempo e o acúmulo de rodadas) aquilo que saltar aos olhos com mais intensidade.
E a mim, nada chamou mais atenção que a estréia do ala-pivô Augusto Lima, em Manresa, na derrota de seu tradicional Unicaja Málaga para o time da casa, por 77 a 73.É verdade que o Málaga está em péssimo início de temporada. Por mais respeitáveis que sejam Fuenlabrada e Manresa, poucos apostariam que um elenco com tanta qualidade, eliminado nas semifinais da última ACB na última bola (um erro incrível de Ndong que levou o jogo à prorrogação, que daria a vaga e, semanas depois o título, ao Barça), em que se pese as mudanças, abrissem a temporada com 0-2.
Aito García Reneses, treinador famoso por saber lapidar jovens promessas e ter coragem de lançá-las ao fogo (como fez com Ricky Rubio desde adolescente até às finais dos Jogos Olímpicos) viu o pivô titular Freeland se enrolar com faltas e a péssima partida de Guillem Rubio e Printezis, e chamou o brasileiro nascido em 1991.
A sorte sorriu.
Augusto, carioca que passou pelas divisões de base francana sem fazer muito barulho, chegou a Espanha há dois anos. Por lá, além de carreira bem sucedida na base, já havia feito partidas na LEB Oro(segunda divisão espanhola) essa temporada, garantindo inclusive double-double. Mas atuar na principal liga nacional da Europa é diferente, certo? Nem tanto! Augusto fez 5 cestas de quadra – de seis tentadas – e um lance livre – de dois tentados, terminando a partida com 11 pontos, 5 rebotes e uma roubada de bola, 17 de eficiência (segundo maior da equipe) em pouco mais que 14 minutos.
O atleta já havia sido comparado de maneira, digamos, esdrúxula, com Dwight Howard no Nbadraft.net. No Draftexpress, do respeitável Jonathan Givonny, está listado como o 8º melhor “internacional” nascido em 1991. Se por um lado, Augusto não é exatamente uma novidade, confesso que não esperava que ele fosse tão já aproveitado em tão alto nível. O Málaga acabou de “se livrar” de Victor Faverani e emprestar Paulão, jogadores considerados mais prontos para jogar a ACB do que Augusto. Aliás, em termos de badalação, se algum brasileiro tivesse que estrear na ACB assim, tão precocemente, provavelmente apostaríamos em Rafael Freire Luz.
De qualquer maneira, a notícia é ótima para o nosso basquete, que conta agora com seis atletas na ACB (além dele, Paulão, Huertas, Faverani, Splitter e Marcus Toledo, que fez 5 pontos e 5 rebotes neste mesmo jogo, ajudando o Manresa vencer o Unicaja).
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