Atlanta vai salvando temporada “perdida”

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Publicado em: 27/12/2012

O Atlanta Hawks sempre foi a franquia da NBA pela qual tive mais simpatia. Talvez “vítima” de Dominique Wilkins, como me perguntou o ex-colunista de basquete da Folha de São Paulo e também simpatizante da franquia do Estado da Geórgia, Melchiades Filho, em alguns e-mails que trocamos. Tive meus momentos de torcedor mais intensos na temporada 87/88, a primeira transmitida pela TV Bandeirantes. Lembro-me até hoje do sétimo jogo das semifinais do leste, contra os Celtics, realizado em um domingo e transmitido em paralelo com uma partida do antigo campeonato de aspirantes de futebol (apenas o último quarto seria transmitido na integra). A partida foi marcada pelo duelo Wilkins X Bird e apesar dos 47 pontos de Dominique (Bird teria 34, sendo 20 no último quarto), os verdes venceram por 118-116 e avançaram para as finais da conferência. Doc Rivers, hoje técnico dos Celtics, era o armador dos Hawks e terminou a partida com 16 pontos e 18 assistências. O tempo foi passando, o entusiasmo esfriou, mas até hoje, olhadas no site, nos’ box scores’ e na posição em que os Hawks estão na classificação, fazem parte da minha rotina diária.

E a atual terceira posição da conferência leste até o momento é uma grata surpresa, ainda mais depois Joe Johnson, principal anotador da equipe durante as sete temporadas em que ele esteve por lá, foi enviado para os Nets. Para os que acompanham a franquia mais de perto (?), impossível não vir na memória a temporada 99/2000, quando as saídas de Mookie Blaylock (junto com Dikembe Mutombo, um dos responsáveis pela excelência defensiva da equipe) e Steve Smith mergulharam a franquia em um período de oito campeonatos sem atingir os playoffs.

O principal pilar de sustentação da equipe tem sido o sistema defensivo. É a terceiro time da liga que mais faz os oponentes errar (15,6 erros a cada cem posses de bola) e é a sétima em eficiência defensiva (permite 102 pontos a cada cem posses de bola) e ai está o indicativo do por que querer se desfazer de Johnson. Durante seu período em Atlanta em apenas duas temporadas o ala obteve uma eficiência ofensiva (pontos marcados a cada 100 posses) maior que a defensiva (pontos permitidos a cada 100 posses) e nas duas últimas, seu poder de fogo deu mostras de estar se apagando; em ambas, sua média de pontos por jogo esteve abaixo da casa dos 20, as menores desde quando chegou à Geórgia. Assim, o novo presidente de operações da franquia, Danny Ferry, não subestimou os sinais e trocou Johnson por um batalhão de jogadores em fim de contrato (somente Anthony Morrow, Johan Petro, DeShawn Stevenson ainda fazem parte do elenco).

O ataque vem mostrando um jogo coletivo aceitável. São cinco jogadores com dois dígitos de média e quatro com mais de três assistências por jogo, porém a falta de alas que provoquem um desafogo ofensivo empurra o time para a modesta décima sexta posição em eficiência ofensiva (103,6 pontos a cada 100 posses) e ao décimo oitavo posto em aproveitamento de chutes de média distância (foi a décima na temporada passada).

Outro fator que pode indicar que os Hawks podem perder uma das quatro primeiras posições do leste são o seus próximos compromissos. Segundo Jeff Sagarim, do US Today, Atlanta teve até agora a terceira tabela mais fácil da liga (veja aqui). Adversários mais poderosos em breve deverão aparecer pelo caminho.

Com tudo isso acredito ainda que a franquia vai marcar presença nos playoffs, porém não indo além da primeira rodada. Nada mal para uma temporada que parecia ter sido sacrificada, com o time forrado de jogadores médios em fim de contrato; somente Al Harford não tem contrato encerrando em 2013, e Josh Smith, mesmo no último ano de seu vínculo, por motivos óbvios não se encaixa no perfil. Com a possibilidade de terem a folha salarial limpa, os Hawks poderão causar impacto no mercado de agentes livres na próxima intertemporada.

A chegada de um ou dois jogadores que possam pontuar, mas que mantenham a consistência defensiva imposta pelo técnico Larry Drew, Jeff Teague mantenha sua evolução e a manutenção de Horford e Smith são itens mandatórios para que Atlanta seja mais do que apenas um despretensioso frequentador dos playoffs.

E quem sabe, possam conquistar novos fãs, começando na própria Atlanta, onde os Hawks (vigésimos terceiros em média de público) ficam atrás de Braves (MLB) e Falcons (NFL) na preferência esportiva da cidade.

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