Bem nas quadras, Fla começa a revolucionar fora delas
A passagem de João Henrique Areias pelo esporte olímpico rubro-negro foi curta – não durou mais do que uma temporada. Contudo, o legado do “Papa do Marketing Esportivo Brasileiro” não só rendeu frutos para o basquete do Flamengo, como começa também a ser expandido pelos seus sucessores.
Até bem pouco tempo, os cariocas amantes de basquete precisavam se sujeitar a ginásios imundos e com total falta de estrutura. Isso ocorria tanto na época do extinto Telemar/Rio de Janeiro, que mandava seus jogos no precaríssimo Miécimo da Silva, como também na história recente do Flamengo, que utilizava o temeraríssimo ginásio do Tijuca Tênis Clube – uma tragédia esperando para acontecer.
Contudo, desde as finais da última temporada, quando o Flamengo sagrou-se o primeiro campeão da história do NBB, o basquete do Rio de Janeiro, ou melhor, o basquete brasileiro, “ganhou” a arena esportiva mais moderna do pais: a HSBC Arena, que foi construída para os Jogos Pan Americanos de 2007, mas que vinha sendo utilizada para tudo, menos o esporte.
E parece que os dirigentes rubro-negros estão aos poucos aprendendo a utilizar esse valioso espaço, valendo-se do tão bem sucedido conceito norte-americano de vincular esporte ao entretenimento, no qual o público que paga pelo ingresso recebe muito mais do que simplesmente o direito de assistir a uma partida de basquete.
Por exemplo, além de uma série de atrações no intervalo, que vão de apresentações musicais a brincadeiras envolvendo torcedores na quadra, o clube rubro-negro tem proporcionado ao público uma “Fun Zone”, que pode ser explorada na parte interna da HSCB Arena.
Para citar uma outra atração surpreendente, na série contra Franca, os torcedores se divertiram ao presenciar um pedido de casamento (para valer!), com direito a zoom e detalhes no mega telão do ginásio.
A última e talvez mais arrojada medida de marketing do basquete rubro-negro foi o lançamento de “cards” dos jogadores da equipe (ainda não estão disponíveis à venda, sabe-se lá por que). Vide reprodução abaixo com o detalhe bem humorado do CRVG presente no currículo de Guilherme Teichmann:
E quem ganha com tudo isso? Certamente é o público e, consequentemente, com o interesse despertado pelas ações proporcionais, a própria franquia.
São medidas ainda modestas, mas que já apontam para uma pequena revolução em nossa modalidade. Afinal, ainda são pouquíssimas as franquias que exploram o marketing (Franca e Bauru, por exemplo). Agora, o Flamengo parece assumir uma certa vanguarda na exploração do potencial extra-quadra do basquete. E que o exemplo seja seguido pelas demais …