Brasil e Uruguay no Rio Grande do Sul: Jogo 1

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Publicado em: 10/07/2010

Aproxima-se o final da Copa do Mundo. A bola de futebol vai parar de rolar, entretanto, começa aí o calendário de basquete para a seleção brasileira. O grupo principal que disputará o Mundial 2010 ainda não se apresentou, porém o segundo grupo começou hoje a se aquecer para o Sul-Americano de Neiva, Colômbia (26 a 31 de Julho).

Após treinamentos em São Paulo, João Marcelo e a seleção desembarcaram no Rio Grande do Sul para dois amistosos contra aquele que poderia ser um rival a altura ou até superior. Todavia, os uruguayos não são nem sombra da equipe que fez boa Copa América em Porto Rico. Apesar da presença do astro Esteban Batista, existem inúmeras ausências no elenco celeste. Martín Osimani e Leandro Garcia Morales (destaques do grupo) renunciaram a convocação alegando problemas físicos. Garcia carrega uma lesão na mão faz algum tempo e finalmente irá fazer tratamento. Osimani alegou não ter condições físicas por conta da maratona que enfrentou durante a última temporada. Além deles, Jayson Granger (Estudiantes de Madid) não se apresentou mais uma vez aos treinamentos da seleção. Nicolás Mazzarino (Cantú) confirmou que seu ciclo na celeste acabou. Completam a lista de ausências, Fernando Martinez (lesionado), Juan Pablo Silveira (suspenso por doping) e Gustavo Barrera que está na Espanha treinando com uma equipe grande da ACB em busca de um contrato. Assim sendo, os celestes deixam de ser uma ameaça para o Brasil, afinal, só contam com Mauricio Aguiar e Reque Newsome (além de Batista) dos jogadores que tinham minutos reais de atuação na Copa América 2009.

O primeiro amistoso entre as duas seleções foi disputado nessa sexta-feira em Santa Cruz do Sul. Tanto João Marcelo quanto Gerardo Jauri aproveitaram para rodar bastante os jogadores e testar inúmeros jovens. O resultado foi uma partida meio bagunçada e em alguns momentos chata. Do lado brasileiro os já experientes Murilo e JP Batista começaram dominando o garrafão ofensivo e mantendo o Brasil na partida, afinal, Aguiar e Joaquín Izuibejeres (aparecendo na seleção celeste após longa ausência) pareciam querer mostrar que não só de Osimani e Garcia Morales vive o perímetro uruguayo. Com o decorrer da partida e a sonolência de Esteban Batista os contrastes técnicos foram aparecendo. A forte defesa imprimida pela seleção verde-amarela na bola fez com que o jovem armador Bruno Fitipaldo (18 anos, debutando em seleções maiores) não conseguisse armar com qualidade a ofensiva celeste. A diferença inicial (21×12) criou-se exatamente nessa defesa pressão.

O segundo período foi talvez o único lapso de disputa que tivemos na partida. Imprimindo defesas agressivas e muita determinação ambos os times travaram um duelo de força. Sem muito brilho e com falta de espaços parecia que a batalha continuaria no segundo tempo, entretanto, não foi o que aconteceu.

Tavernari e Cipolini em noite inspirada quebraram rapidamente a defesa uruguaya na segunda etapa. Com o distanciamento no placar tivemos mais um show de rotatividade. Pra se ter uma idéia nenhum jogador brasileiro ficou em quadra menos do que 12 minutos. Foi interessante ver a qualidade de Tavernari e JP Batista, dois candidatos para as duas vagas que restam no grupo que irá ao Mundial. Murilo também teve bons momentos. Cipolini foi uma grata surpresa, todavia, é bom ter cautela em jogos de início de preparação. Também ficou claro que os uruguayos terão problemas nesse Sul-Americano. Izuibejeres mostrou que tem poder pra marcar e pontuar, entretanto, está longe de ter a potência de Garcia Morales. Sem Martín Osimani, Fernando Martínez e Gustavo Barrera a seleção celeste também pena na armação. Martínez e Barrera devem jogar o Sul-Americano, porém aqui no Brasil o grupo conta somente com o garoto Fitipaldo e Diego González. O segundo é peça chave no Defensor Sporting campeão da LUB mas só atuou por 8 minutos hoje, enquanto o primeiro aparenta ainda ser “cru”.

A primeira movimentação foi feita. Sem brilho, com pouca qualidade e contra um adversário desfalcado. Não se pode esperar mais. O início de preparação sempre tem esse ritmo de coletivo. É importante rodar bem os jogadores e olhar atentamente no que cada um pode ajudar. Também foi válido a atuação dos jovens, afinal, cansamos de ver seleções B povoadas por veteranos que nada tinham a acrescentar para a seleção. Amanhã tem tudo isso de novo. Amistoso, rotatividade, jovens em quadra. Nesse momento é isso o que importa.

Raoni Moretto
raokiller@hotmail.com

Foto: CBB

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