Dezembro para se esquecer em Brooklyn
Um dos times sensação desta temporada, o recém-chegado Brooklyn Nets, começou com tudo sua história na NBA, conquistando 11 vitórias em 15 partidas no mês de novembro. Foi um belo início para a franquia, que se mudou para o Brooklyn após 35 anos em New Jersey. Mas, após o começo animador, o time sofreu com lesões e caiu de rendimento em dezembro, com resultados que culminaram na demissão do então treinador da equipe, Avery Johnson.
Novembro foi praticamente perfeito. Os 11 bons resultados em 15 confrontos colocaram a mais nova equipe do melhor basquete do mundo nas primeiras colocações da Conferência Leste. Entre os derrotados, franquias tradicionais como o Boston Celtics e o novo rival, o New York Knicks. Com pouca tradição, mas fazendo uma grande temporada, o Los Angeles Clippers também foi vítima do Nets, que das 11 vitórias, conseguiu 10 delas com duas sequências de cinco bons resultados, sendo a última, no final do mês, o que fez a franquia ir com moral para dezembro.
Logo nos primeiros dias do último mês do ano, o embalado Brooklyn Nets tinha uma grande oportunidade de mostrar, de cara, que era um time que vinha para brigar pelas primeiras posições da Liga, enfrentando o atual campeão, Miami Heat e, na sequência, o vice-campeão, Oklahoma City Thunder. Em Miami a equipe perdeu por 102 a 89. De volta para casa, a arena Barclays Center, os mandantes fizeram uma partida equilibrada, mas perderam por 117 a 111, mesmo com grande atuação de Deron Williams( foto à direita), que havia feito 33 pontos e dado sete passes que resultaram em cestas.
Assim foi o começo de dezembro para o Nets, o que não era para preocupar, afinal, perder para os dois últimos finalistas não é algo incomum, principalmente para uma equipe que modificou tanto o elenco em relação ao último campeonato, quando ainda era New Jersey Nets. O problema é que os resultados negativos continuaram a vir, um após o outro, culminando em cinco jogos sem vitórias, ou seja: resultados 100% diferentes se comparado aos últimos cinco jogos do mês de anterior. No total foram 16 confrontos e 10 derrotas, o que fez com que a franquia perdesse a “gordura” conseguida no início da temporada, transformando aquelas 11 vitórias e 04 derrotas, que qualificaram o time entre os melhores da Conferência Leste, para 16 vitórias e 15 derrotas, jogando-os para a sétima colocação na tabela, a penúltima entre os que vão aos playoffs, ficando na frente apenas do Boston Celtics, último classificado para a fase mata-mata no momento, com 14 bons resultados e 16 reveses.
Os cinco únicos bons resultados no mês de dezembro foram contra os times do Toronto Raptors, Detroit Pistons, Philadelphia 76ers, Charlotte Bobcats e Cleveland Cavaliers, todos, com exceção do 76ers, equipes que fazem campanhas ruins e são inferiores ao elenco formado em Brooklyn.
Pode parecer estranho uma equipe cair tanto de rendimento em apenas um mês, mas há alguns fatores que podem explicar o porquê do Nets não ter conseguido manter o embalo do início da temporada.
O primeiro fator, e não por isso o mais importante, foi que alguns jogadores ficaram inativos por lesão ou/e por punição. É verdade que o Gerald Wallace, um dos pilares da equipe, ficou de fora dos seis primeiros jogos da temporada e depois ainda perdeu mais um, porém, no mês de dezembro, os desfalques foram em maior número e em uma fase que o Nets teve mais adversários de altíssimo nível pela frente. No time titular, o pivô Kris Humphries, que possui médias de 7.1 pontos e 7.3 rebotes, ficou de fora de cinco partidas, retornando apenas no último dia de 2012, contra o San Antonio Spurs. Brook Lopez, companheiro de garrafão de Humphries, que está com médias de 18.3 pontos e 7.3 rebotes, perdeu seis partida no mês, enquanto o armador Deron Williams, médias de 16.3 pontos, 3.0 rebotes e 7.5 assistências, ficou de fora na derrota para o Milwaukee Bucks, no dia 26. No time reserva, Jerry Stackhouse, o segundo suplente que mais contribui, com médias de 6.0 pontos, 1.0 rebotes e 0.9 assistências, ficou ausente por cinco partidas somente no mês de dezembro. Sim, o veterano Stackhouse, que está na 18° temporada, deixou de ser o esquenta banco que vinha sendo no Miami Heat e no Atlanta Hawks, dois últimos times que passou, jogando, respectivamente, sete e nove minutos, em média. Agora no Nets, sua média de permanência em quadra subiu para 16min48seg. Ele já foi decisivo em alguns confrontos importantes, como na vitória de sua equipe no clássico local, contra o New York Knicks, quando matou quatro bolas de três pontos e seis tentativas e, dois dias depois, também foi fundamental para a vitória do Brooklyn sobre o Boston, acertando 5-6 de três.
Outro fator que contribuiu com a queda de rendimento foi o maior nível técnico dos adversários que D-Will e companhia encontraram pela frente. Em novembro, das 11 vitórias, três foram contra o Orlando Magic, duas contra o Boston Celtics e uma contra Toronto Raptors, Sacramento Kings, Cleveland Cavaliers, Portland Trail Blazers, New York Knicks e Los Angeles Clippers, esse dois últimos, os únicos times que realmente estão fazendo grande temporada. Já em dezembro, derrotas para Miami Heat, Los Angeles Lakers e Golden State Warriors, que já havia acontecido no mês anterior, voltaram a se repetir, com adição de reveses para Milwaukee Bucks e New York Knicks, duas vezes, e para os times do Oklahoma City Thunder, Chicago Bulls, Utah Jazz, Boston Celtics e San Antonio Spurs, uma vez. Das cinco vitórias no mês, quatro delas foram contra times que faziam péssimas campanhas. O Raptors tinha 4-18, Pistons 7-17 e Charlotte Bobcats e Cleveland Cavaliers, dois dos piores times na atual temporada, 7-21 e 7-24, respectivamente, até então.
Além desses aspectos, há outros que provavelmente vão acompanhar o elenco por um longo tempo, como a defesa na área pintada. A marcação no perímetro é boa, com Deron Williams, Joe Johnson e Gerald Wallace. O problema defensivo está no garrafão. Mesmo a dupla Kris Humphries e Brook Lopez sendo alta, o Brooklyn Nets é 28° time, em um total de 30 equipes, em número de rebotes conseguidos na defesa, com médias de 28.9 por jogo. Quem mais os sustenta nos rebotes defensivos é o ala/pivô suplente Reggie Evans, que consegue, em média, 5.5 rebotes na defesa em 20 minutos por jogo.
Agora não adianta chorar pela péssima campanha no último mês. 2013 está aí e o Nets terá a chance de fazer um ano melhor, ou se preferirem, de repetir o bom mês de novembro.