Direção não cumpre promessas e revolta atletas de Londrina
Há algumas semanas, Fábio Balassiano divulgou a notícia de que a direção do Londrina não estava cumprindo os compromissos com o elenco e que inclusive uma greve de 48h estava proposta. O Basketbrasil também publicou algo a respeito. Nos dias seguintes, o diretor da liga Sergio Domenici foi ouvido por Balassiano sobre o assunto e minimizou: “Vemos isso com preocupação, pois é um problema que afeta a todos. Londrina tem uma pequena dificuldade em receber os recursos porque seus dois principais patrocinadores são do poder público e há toda uma questão burocrática. O mais importante, no entanto, é que o recurso está garantido para honrar todos os compromissos (salários, viagens e manutenção da equipe). Londrina não representa problema futuro para a competição”.
Passadas algumas rodadas e mais uma acusação – agora do americano Leonard Mosley, empolgantes vitórias, as coisas pareciam estar melhorando. Na transmissão do último domingo, a reportagem do Sportv garantiu que os londrinenses haviam acertado um novo patrocínio e que inclusive contrataria um novo estrangeiro para reforçar a equipe.
A verdade porém é que até aqui não passaram de promessas vãs. Apesar da dedicação, do espírito de garra e das inesperadas vitórias, os jogadores e comissão técnica de Londrina não tiveram suas necessidades atendidas. Os dirigentes empurram as responsabilidades de um lado pra outro e os jogadores temem até mesmo pela saída forçada da equipe na competição por não conseguir arcar compromissos básicos.
Para se ter uma idéia, apenas os menores salários foram acertados. Atletas mais experientes receberam, até aqui, em três ou quatro meses no Paraná, um total de R$ 1.400, 00 reais (pouco mais de 300 reais por mês). O grupo de jogadores já discute a possibilidade de não entrar em quadra contra a equipe de Franca no próximo domingo. O direito de greve é assegurado pela Constituição.
Diferente dos atletas do Flamengo, os londrinenses não têm os microfones da grande imprensa. Boa parte deles também não tem uma trajetória já construída, em que tenha sido possível guardar dinheiro para emergências como a que pinta agora no norte do Paraná. Mas eles têm obrigações, família, compromissos e estão passando por sérias dificuldades. Caberá portanto aos blogs de basquete atentar para o fato e chamar atenção da comunidade basqueteira para essa triste situação.
A LNB precisa se pronunciar a respeito de uma maneira mais firme, permitindo que os jogadores que não recebam salários em dia acertem com outras equipes. Isso não só permitiria que os atletas insatisfeitos com a falta de profissionalismo de seus dirigentes procurassem novos ares como também pressionaria as diretorias para que cumpram o que prometem.
Foto: LNB