DKV Joventut vence batalha na final da Copa del Rey
A partida começou com uma fortíssima defesa do DKV Joventut, que anulava completamente o ataque do Tau Ceramica.
Com marcação pressão exercida, ora pelo espanhol Ferran Laviña, ora pelo norte-americano Demond Mallet, em cima do armador argentino Pablo Prignoni, combinada com uma forte marcação no garrafão, o Tau Ceramica não conseguia encontrar um único arremesso equilibrado. O brasileiro Tiago Splitter, por sua vez, virou uma presa fácil no garrafão.
No entanto, ainda no fim do primeiro período, o feitiço virou contra o feiticeiro. Foi com a mesma marcação pressão que o Tau Ceramica reagiu e tomou conta da partida. Destaque absoluto para o norte-americano Pete Mickael, nas roubadas de bola e nas finalizações dos contra-ataques.
É bem verdade que erros infantis de Rudy Fernandez facilitaram a vida da defesa do Tau Ceramica. A jovem estrela espanhola acabou indo para o banco de reservas ao fim do primeiro período.
Sem Rudy Fernandez em quadra, o domínio do Tau Ceramica aumentou ainda mais, o que acabou sendo reproduzido numa vantagem no placar que atingiu 12 pontos.
Esse domínio só terminou quando Rudy Fernandez voltou à quadra e, juntamente com Ricky Rubio, começaram a infernizar a defesa do Tau Ceramica.
No fim do segundo-período, a arbitragem roubou um pouco a cena. Com algumas marcações duvidosas, somadas a um desequilíbrio emocional visível, os jogadores do Tau Ceramica perderam a cabeça e a vantagem no placar.
Com quatro arremessos livres seguidos de Rudy Fernandez (falta anti-desportiva + falta técnica, ambas causadas por Pete Mickeal), o DKV Joventut encostou definitivamente no placar.
SEGUNDO TEMPO
O Tau Ceramica voltou imprimindo forte velocidade e com Rakocevic e Tiago Splitter muito mais agressivos do que na etapa inicial.
O DKV, por sua vez, valia-se de acertos, muitas vezes improváveis, de arremessos de 3 pontos para se manter na partida.
Duas coisas ficaram bem visíveis no terceiro período. Rudy Fernandez era nitidamente o melhor jogador em quadra e Jerome Moiso jamais poderia ter jogado na NBA.
No fim do período, foi a vez de Pete Mickael retornar à quadra – ficou de fora desde a falta técnica – e incendiar a partida.
No início do último período, a partida foi interrompida 2 vezes, por conta da invasão de manifestantes (aparentemente eram separatistas).
A superioridade técnica individual de Rudy Fernandez ficava cada vez mais visível nos minutos finais. A longa e injustificável ausência de Tiago Splitter no período também contribuíram para o DKV tomar a vantagem no placar pela primeira vez desde os primeiros minutos da partida.
Quando a vaca do Tau Ceramica parecia caminhar rapidamente para o brejo, apareceu, sabe-se lá de onde, o bósnio Mirza Teletovic com 8 pontos seguidos, inclusive 2 arremessos incríveis de 3 pontos.
As defesas foram definitivamente para o espaço e ambas as equipes pontuavam de todas as formas possíveis.
E quem se aproveitou? Rudy Fernandez, é claro. Nos últimos 2 minutos da partida, eram incansáveis os gritos de MVP nas arquibancas.
Confiram os momentos finais da partida:
DKV Joventut 78 x 77 Tau Ceramica – 28 segundos para o final. Ricky Rubio infiltra e sofre a falta do argentino Pablo Prignoni. Com a tranqüilidade de um veterano, Rubio acerta os dois arremessos livres.
DKV Joventut 80 x 77 Tau Ceramica – 12 segundos para o final – Bola para Mirza Teletovic que arremessa desequilibrado e erra. A fatura estava liquidada.
Placar Final: DKV Joventut 82 x 80 Tau Ceramica e um MVP merecidíssimo para Rudy Fernandez, que terminou a partida com 32 pontos.
Impressões individuais:
Ricky Rubio – Arma o jogo com tranqüilidade de veterano. Venceu sem esforço algum o duelo individual contra Planicic, tanto na defesa, quanto no ataque. Aparentemente, ganhou um pouco de massa muscular, mas ainda está longe do padrão NBA. Precisa melhorar o seu arremesso de longa distância.
Rudy Fernandez – A sua habilidade é inquestionável, principalmente nas rápidas infiltrações e nos arremessos de fora que ele mesmo cria, através do drible. O seu estilo de jogo é muito similar ao de Manu Ginobili. De negativo, apenas os incontáveis os erros infantis, tais como andadas e condução de bola. Definitivamente adaptado para o padrão norte-americano de basquete.