Draft Brasil na final do Paulista
Estive em Limeira para assistir ao jogo 3 das finais do Paulista.
Cheguei uma hora mais cedo visando sentar num melhor lugar, mas o ginásio já estava cheio. Na entrada a organização do evento distribuía adornos para ajudar a equipe da casa a ficar ainda mais barulhenta. Uma loja improvisada vendia os uniformes dos jogadores da equipe, em destaque estava a nº16 de Daniel Alemão.
Mesmo antes da partida a torcida já cantava e incentivava os jogadores que estavam aquecendo. Faltando 30 minutos para o tapinha inicial, ambas as equipes entraram no vestiário para ouvirem as instruções finais de seus treinadores. Os jogadores do Pinheiros foram os primeiros a voltar e ouviram uma enorme vaia, entretanto não se comparou com o barulho feito para os jogadores da Winner, que ao entrarem juntaram-se no centro da quadra para agradecerem o público.
Passado o final do aquecimento, introdução dos jogadores (ao som da trilha de Rocky Balboa para os limeirenses) e do hino nacional, a partida se iniciou.
De cara Alemão faz duas faltas, sendo uma técnica e vai para o banco. Tirando o lance polêmico o que vimos foi uma repetição das primeiras partidas. Pinheiros com muita dificuldade para atacar no cinco contra cinco jogando desorganizadamente e a zebra limeirense mostrando a garra característica. O que salvava os paulistanos eram os pontos de contra-ataques e finalizações mais rápidas. Limeira, por sua vez, tinha um Diego bastante inspirado e que liderava a equipe ofensivamente. Ao final do primeiro quarto Limeira vencia por 2 pontos (24×22).
No segundo quarto, a equipe da capital mantinha o mesmo padrão (ou falta de), entretanto a ausência de jogo de garrafão somado a falta de inspiração ofensiva dos mandantes permitiram que Pinheiros terminasse o primeiro tempo na frente (38 x 41).
No intervalo, teve uma homenagem muito bacana para o aniversariante da noite Cássio Roque (dono da equipe). Toda torcida cantou parabéns e ele discursou agradecendo e demonstrando seu amor por Limeira.
O segundo tempo começou com os mandantes sendo empurrados pela torcida. Diego voltou a jogar bem e liderou Limeira à uma sequência de 11-3. Após o tempo de João Marcelo o que vimos foi algo inédito na final. Figueroa controlava mais as ações da equipe e Fiorotto era mais acionado, finalmente o Pinheiros começava a se organizar no jogo meia-quadra. Demétrius tentou André Bambu na marcação do pivô adversário, que foi inoperante devido a diferença de força; em seguida testou Brown, mas as dificuldades permaneciam. Com Fiorotto participando mais da partida, as dobras no pivô tornaram-se necessárias e consequentemente o jogo se abria para o Pinheiros. A derrota de Limeira ia se desenhando.
O jogo prometeu mudar quando Bruno Fiorotto cometeu sua quarta falta em uma disputa de rebote e teve que ir para o banco. Entretanto, Figueroa soube direcionar o ataque de sua equipe de forma inteligente, forçando os pontos fracos adversários (várias vezes utilizando a diferença de altura a favor de sua equipe). Limeira, não tinha o que fazer, ainda mais com Éric Tatu com problemas de faltas e com Diego sem a mesma inspiração de outrora. O time até se esforçou entretanto, em vão. No final o placar apontou Limeira 84 x 92 Pinheiros.
Mais uma vez, Pinheiros mostrou o basquete que jogou em Franca na partida 3 das semi-finais. Se repetir isso amanhã, não vejo como a equipe do interior terá forças para impedir uma nova derrota. Estou bastante curioso para saber quais são os planos de Demétrius, uma vez que pela primeira vez na série a pressão está em cima de sua equipe. Também estou ansioso para ver se o Pinheiros voltará a jogar organizadamente.
Amanhã tem mais e estarei no Vô Lucatto.
Felipe Iwagaki Braga Ogando.
Felipe estréia no DB com um texto in loco, sobre a Final do Paulista.