Draft Brasil no Jogo das Estrelas
Aceitando o convite da Liga Nacional de Basquete, o Draft Brasil estará presente no Vaticano do basquete brasileiro, Franca, para cobrir o Final de Semana das Estrelas da terceira edição do NBB.
Não será a primeira vez que o site marcará presença no Jogo das Estrelas do NBB. Na verdade, estive no Maracanãzinho para acompanhar a primeira edição, enquanto que o nosso co-editor Guilherme Tadeu esteve em Uberlândia, também a convite da LNB, para acompanhar a versão 2.0 do evento. Contudo, devo admitir que pela primeira vez estou ansioso para um Final de Semana das Estrelas do NBB.
Se na minha primeira experiência, o formato do evento e a sua “adaptação improvisada” para atender à transmissão, ou melhor, às inserções ao vivo na TV Globo transformaram o evento numa tortura para o público, desta vez tenho reais motivos para ficar na expectativa. Enumero-os abaixo.
– Pedrocão: Está para o basqueteiro brasileiro assim como a Capela Sistina está para os católicos. A fanática torcida de Franca merece receber os principais jogadores do país. A imagem da Franca está tão atrelada à modalidade, que é incompreensível como esta simbiose não é ainda mais capitalizada. A cidade deveria abrigar, por exemplo, um Museu do Basquete Brasileiro.
– Volta do formato Nacionais x Estrangeiros: É o formato mais atrativo para um Jogo das Estrelas, pois, além de facilitar a identificação do público, é o único que carrega para a quadra, ainda que minimamente, alguma rivalidade. Não esperem jogadores se atirando no chão no sábado, mas certamente será mais interessante do que o mistão promovido nas edições anteriores. Neste ponto, arrisco dizer que o formato do NBB, que não é inédito no país e que, na verdade é bastante comum na Europa, é bem melhor do que aquele adotado na NBA (Leste x Oeste).
– A melhora no nível técnico: O nível técnico da competição melhorou muito ao longo dos últimos 2 anos, e isso se reflete, obviamente, no nível técnico do Jogo das Estrelas. Já foi possível notar o avanço em 2010, quando os jogadores conseguiram surpreender os torcedores com alguns lances incríveis.
– Dignidade nas disputas individuais: Nada de 15 competidores se matando para arremessar ou enterrar nos poucos segundos oferecidos pela organização. Com a limitação no número dos participantes nos Torneios de Enterradas (cinco) e de 3 Pontos (seis), a tendência é que o nível técnico suba. Pelo menos, é isso que esperamos.
– Criação do Torneio de Habilidades: Ao trazer esse torneio ao evento, talvez inconscientemente, a LNB acaba por prestigiar uma das posições mais deficientes no país: a de armador.
– Partida de Veteranos: Pela segunda vez consecutiva haverá uma partida de veteranos. É uma excelente iniciativa da LNB, considerando que os dirigentes esportivos do país costumam esquecer completamente os ídolos do passado. Por ter sido um dos maiores pivôs que já jogar por aqui, estou especialmente ansioso para ver o lendário José Vargas em quadra.
– Trasmissão do evento na TV aberta: Há muito tempo o basquete brasileiro está afastado da TV aberta, isto é, da grande massa populacional do país. Ponto para a LNB que finalmente conseguiu um espaço na grande mídia para promover o basquete, sem abrir mão da qualidade técnica da competição (especulou-se a utilização de final única antes da temporada).
Obviamente, não podemos deixar de registrar que nem tudo são flores na 3a edição do Jogo das Estrelas do NBB. O sistema de escolha dos jogadores ainda é passível de críticas, como já comentamos, e os graves problemas de calendário que atingem o basquete brasileiro, de forma especialmente avassaladora nesta temporada, também serão refletidos no evento. Os jogadores do Flamengo, por exemplo, participarão do Jogo das Estrelas na véspera da viagem ao México, onde disputarão a segunda fase da Liga das Américas. Além disso, hoje é impossível apontar o líder do primeiro turno do NBB, tamanho o número de adiamentos de partidas.
No mais, nas arquibancadas do Pedrocão ou no sofá de sua casa, trata-se de uma data para você, basqueteiro, festejar um pouco a nossa modalidade. E se para os jogadores tudo não passa de uma animada confraternização, para os dirigentes vale como uma importante oportunidade de reunião, onde a troca de ideias e experiências pode ajudar e muito o nosso basquete.