E o basquetebol morre mais uma vez

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Publicado em: 13/03/2013

Semana passada, a Confederação Brasileira de Basketball esteve nos holofotes da mídia nacional durante o seu processo eleitoral, que apontou a vitória e reeleição de Carlos Nunes na presidência da entidade.

Como todos sabemos, o basquetebol brasileiro não irá para frente com Carlos Nunes no comando, com suas ideias ultrapassadas e claro, com a diretoria claudicante da CBB que foi montada na última administração e, sabe Deus como, conseguiu ser reeleita após pífios trabalhos durante o último mandato.

O basquetebol é por demais simples. A CBB não tem mais o fardo de desorganizar o único torneio nacional que existe de verdade no país, o NBB. Ao invés de estragar o nacional masculino, hoje nas mãos da LNB (um avanço, até que enfim), a CBB consegue ser incompetente com o que restou: as seleções nacionais e categorias de base.

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A seleção masculina sub-15 foi incapaz de se classificar no último sul-americano e, consequentemente, está fora da Copa América e o Mundial da categoria

A seleção masculina avançou na administração Carlos Nunes. Porém, menos por mérito da direção que, por várias vezes conseguiu causar motins em algumas convocações e dispensas de atletas da NBA, e mais porque Rubén Magnano é um fora de série, um gênio que veio para nos socorrer. Aos ultrapassados que acham que temos algum técnico com o renome de Magnano nos bancos dos clubes do NBB, não temos. Estamos anos luz de ter um técnico deste nível, respeitado e qualificado para o cargo de selecionador nacional. Se Magnano e sua inteligência conseguiram fazer o que desde 1998 (Mundial Masculino realizado na Grécia) nenhum brasileiro conseguiu (ir razoavelmente bem em uma competição internacional), não podemos dizer o mesmo das categorias de base e, em especial, o basquetebol feminino, morto na administração Carlos Nunes por incompetência da a primeira e única “rainha” Hortência.

As categorias de base vivem dos infelizes torneios de seleções estaduais, antro das panelas e brigas políticas dentro das não menos desastrosas federações estaduais (será que existem mesmo? Ninguém sabe…). Soma-se a isso o fato de que a CBB não consegue organizar torneios que realmente massificariam o basquetebol na base. Um desastre administrativo, mas que não surpreende.

Por sua vez, o feminino jogado às traças, com uma liga nacional fantasiosa e seleções de base e adulta mortas no cenário internacional. A administração Carlos Nunes acabou com o basquetebol feminino. É vergonhoso assistir qualquer partida da categoria. Atletas sem a menor qualidade técnica, que teimamos não terem culpa no processo. Sim, as atletas têm culpa de o basquetebol feminino estar jogado ao limbo. Não são organizadas, não pensam em se unir, são apenas massa de manobra para que Hortências, Izianes e outras tantas façam o que querem com a modalidade.

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É inacreditável que a esta hora da vida, Magic Paula não tenha um cargo chave na CBB para organizar o nosso basquetebol, principalmente ao lado de figuras ímpares da nossa modalidade.

Por último, não podemos deixar de citar a Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol. O curso nível I tem incríveis 36 horas, algumas palestras, muita falação de treinadores que podemos e devemos ter o pé atrás, afinal foram estes mesmos que ajudaram a enterrar o nosso basquetebol na base e no adulto. Porém, os dogmas por lá ensinados são seguidos no dia a dia por alguns, mas não pelos mesmos que ministras as palestras. Algo que é contraditório e interessante. Estou na expectativa do curso nível II em Belo Horizonte para saber como será! Talvez 50 horas para formar um treinador na faixa etária entre 14 e 19 anos. Relembrando que o mesmo curso na Espanha tem 360 horas. Bom, imaginando o basquetebol espanhol como está e o nosso, não é complicado imaginar que eles têm razão e nós não. Este curso é mais evento que a CBB tem sua parcela de incompetência e atraso mental vistos aos olhos de todos.

Dito isso, a reeleição de Carlos Nunes não mudará absolutamente nada no basquetebol nacional. Perdemos mais alguns anos com decisões lamentáveis sendo tomadas por pessoas incapazes de gerir a modalidade no Brasil.

Nem levantei a bola dos balanços financeiros que Fábio Balassiano explora em seu blog. Se não bastasse a incompetência atroz dos envolvidos, ainda não conseguem responder como gastam e porque gastam tão mal às verbas que tem à disposição.

Enquanto a CBB não compreender que o basquetebol precisa ser divulgado, praticado, massificado, principalmente onde existem crianças para praticá-lo (nas escolas), nada irá mudar. Absolutamente nada!

A CBB gasta mal o dinheiro (que não é pouco) que chega aos seus cofres, não consegue fazer o simples que é prestar contas dos gastos, organiza mal o pouco que faz e diferente de Midas, que tudo que toca transforma em ouro, a CBB tem o dom de tudo em que toca transformar em lixo com suas ações que são encaradas de duas formas: ou são extremamente incompetentes ou são mal intencionadas.

gerasime-grego-bozikisO quadro do basquetebol brasileiro, pasmem, poderia ser ainda pior se Grego, ex-presidente e responsável direto por ter acabado com a modalidade no país, vencesse a eleição. Inacreditavelmente este senhor conseguiu 3 votos.

Repito: Para que existem as Federações?

A resposta sempre será a mesma: Para nada.

Ninguém sabe. As mesmas não realizam NENHUM SERVIÇO ao basquetebol. Nenhum.

Porém, como todos sabem são estes senhores que nada fazem e apenas vivem de administrar ridiculamente verbas públicas, que tem o direito de escolher o presidente da Confederação Brasileira de Basketball.

O infeliz somatório da falta de capacidade das federações com a total falta de capacidade e inteligência de quem comanda a CBB, nos traz o resultado lastimável do basquetebol brasileiro: Um basquetebol que sobrevive sabe Deus como e se arrasta fingindo melhoras pontuais e longe, bem longe das ações destes senhores.

Não poderia jamais esquecer que a Federação Mineira de Basketball também mudou de comando. Saiu o péssimo Márcio de Oliveira Pinto que após anos nada fazendo pelo basquetebol mineiro e brincando de comandar será substituído pelo Sr. Álvaro Cotta Teixeira da Costa, que torço para ser menos incompetente (tarefa fácil) e pautar pelas ações de massificação do basquetebol no meu estado.

Dito isso, o quadro funesto que vivemos na modalidade não é de graça. Não é à toa. Todos têm culpa. Eu tenho culpa, quem lê (seja diretor, técnico, supervisor, atleta, fã) também tem culpa. Uns pela omissão, outros pela incompetência pavorosa e alguns outros por estarem mal intencionados.

Neste pacote miserável do basquetebol quem perde, claro, somos todos nós que vivemos o basquetebol diariamente.

Um cenário que tem Grego e Carlos Nunes como concorrentes é estar na contra mão do desenvolvimento, das ideias novas e inteligentes. Nada mudará. Vamos torcer para que não afundem ainda mais o basquetebol.

Boa sorte, porque competência temos certeza que estes senhores não tem.

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