E o Moncho que Monsalve a seleção
Hoje vi pela primeira vez uma entrevista com o novo técnico da seleção brasileira de basquete masculino, Jose Manuel “Moncho” Monsalve. Devo admitir, gostei do que vi e ouvi. Monsalve, um senhor de 63 anos, passou segurança para quem quer que ouvisse ele louvando Nenê e Anderson Varejão. Gostei também de ouvir dele que os jogadores que não estiverem motivados podem se retirar. Mas afinal, não é isso que todo mundo queria ouvir do espanhol? Nada de novo até aí. Mas pelo menos ele me inspira confiança. É mais do que Lulas e Hélios da vida.
Na mesma entrevista, apareceu Cláudio Mortari, figura carimbada do basquete nacional, criticando a escolha de Monsalve. “Foi um desrespeito com toda uma geração”, disse Mortari. E essa geração fez o quê para merecer nosso respeito? Ah sim, ela nos deixou de fora de duas Olimpíadas, viu a Argentina se consolidar como uma força do basquete mundial, e o melhor de tudo, ela garantiu para o Brasil a sua pior colocação em Mundiais!
Em 2007, quando era possível uma redenção num Pré-Olímpico das Américas onde apenas os Estados Unidos entraram com força máxima, o Brasil acaba por perder a semifinal para a Argentina (time este sem Emanuel Ginobili, Fabrício Oberto e Andrés Nocioni) e a disputa do terceiro lugar para Porto Rico, uma seleção limitada, porém entrosada. Resultado: iremos disputar no Pré-Olímpico Mundial em julho próximo, contra seleções mais, digamos, talentosas, como Grécia (de Theodoros Papaloukas, seleção campeã do EuroBasket de 2005 e quarta colocada em 2007), Alemanha (vice do Euro 2005 e que conta com Dirk Nowitzki, atual MVP da NBA), Croácia (uma seleção recheada de jogadores com passagem pela liga norte-americana) e Eslovênia (outra seleção com vários jogadores que jogaram ou jogam na NBA). Palmas para Lula Ferreira e seu bando de incompetentes, vocês conseguiram dificultar o difícil!
Monsalve, até então alheio às burradas de Gerasime Bozikis e Lula Ferreira, mal chega e já é duramente criticado, enquanto que seu antecessor levou o nosso selecionado do nada pra lugar nenhum. Se for isso que Mortari e seus companheiros críticos querem, vão fundo. Eu não. Eu quero ver o que Moncho pode fazer à frente de nossa seleção. Ele vem de uma escola vitoriosa, afinal, a Espanha é a atual campeã mundial, lar de grandes jogadores e outras promessas como Pau Gasol, Jose Calderón, Juan Carlos Navarro, Jorge Garbajosa, Sergio Rodriguez, Rudy Fernandez Fran Vázquez, Marc Gasol e o jovem Ricky Rubio.
Alguma coisa os espanhóis devem entender de basquete pelo visto. Quem sabe o nosso excelentíssimo Jose Manuel “Moncho” Monsalve não consiga dividir esse talento “nato” deles com Nenê, Leandrinho, Anderson Varejão, Tiago Splitter e Marcelinho Machado.
Por: Fábio Torres (Colaborador DraftBrasil)